Obediente à vontade dos senadores Fernando Collor e José Sarney, a presidente Dilma Rousseff deixou de considerar urgente a aprovação do projeto sobre o sigilo de documentos públicos. A Lei de Acesso à Informação permanecerá engavetada na Comissão de Relações Exteriores do Senado, dirigida pelo ex-presidente despejado do cargo que desonrou. A papelada terá de esperar, em vão, mudanças e retoques concebidos pela dupla de governantes que, entre 1985 e 1992, só não acabou com o país porque o Brasil sobrevive a qualquer um.
Em 1988, Lula qualificou o então presidente Sarney de “o maior ladrão da República”. Quatro anos depois, dividiu o troféu em dois para entregar a outra metade a Collor, “o maior corrupto do Brasil”. Hoje, a trinca trata a troca de acusações gravíssimas como peraltice de amigos de infância. Em 2008, Lula promoveu o maior ladrão da República a “homem incomum”, acima dos castigos reservados aos demais pecadores e a salvo do camburão que persegue delinquentes sem protetores. E o maior corrupto do Brasil foi publicamente homenageado, em 2009, “pela lealdade ao governo”.
É evidente que Dilma consultou o padrinho antes de formalizar o recuo ─ anunciado, coerentemente, por Romero Jucá, líder do governo no Senado. O PT, que combateu Sarney e Collor com a mesma obstinação feroz exibida na discurseira em defesa do projeto engavetado, balbuciou mais um amém. O partido disposto a tudo pela instalação de uma “Comissão da Verdade” rendeu-se a uma guinada que pode resultar na imposição do sigilo eterno a documentos considerados “ultrassecretos”.
Collor declarou-se preocupado com a revelação de segredos da Guerra do Paraguai. Sarney declarou-se preocupado com a imagem do Barão do Rio Branco. Ambos estão interessados exclusivamente em salvar a própria pele ─ a biografia já foi reduzida a escombros pelo sabe qualquer brasileiro com mais de 18 anos e três neurônios. Tão ansiosos por devassar o período dos generais, Dilma, Lula e o PT aceitaram esquecer os buracos negros do regime autoritário para garantir o sono dos neocompanheiros com culpa no cartório.
Como incendiá-los seria arriscado, o governo optou pelo sepultamento dos documentos históricos. Graças a Dilma e ao PT, os dois ex-presidentes já não precisam afligir-se com a possível descoberta de evidências materiais de outros crimes. E o chefe da seita livrou-se de topar com mais provas contundentes de que o Lula do século passado disse a verdade sobre José Sarney e Fernando Collor.
Augusto Nunes
Em 1988, Lula qualificou o então presidente Sarney de “o maior ladrão da República”. Quatro anos depois, dividiu o troféu em dois para entregar a outra metade a Collor, “o maior corrupto do Brasil”. Hoje, a trinca trata a troca de acusações gravíssimas como peraltice de amigos de infância. Em 2008, Lula promoveu o maior ladrão da República a “homem incomum”, acima dos castigos reservados aos demais pecadores e a salvo do camburão que persegue delinquentes sem protetores. E o maior corrupto do Brasil foi publicamente homenageado, em 2009, “pela lealdade ao governo”.
É evidente que Dilma consultou o padrinho antes de formalizar o recuo ─ anunciado, coerentemente, por Romero Jucá, líder do governo no Senado. O PT, que combateu Sarney e Collor com a mesma obstinação feroz exibida na discurseira em defesa do projeto engavetado, balbuciou mais um amém. O partido disposto a tudo pela instalação de uma “Comissão da Verdade” rendeu-se a uma guinada que pode resultar na imposição do sigilo eterno a documentos considerados “ultrassecretos”.
Collor declarou-se preocupado com a revelação de segredos da Guerra do Paraguai. Sarney declarou-se preocupado com a imagem do Barão do Rio Branco. Ambos estão interessados exclusivamente em salvar a própria pele ─ a biografia já foi reduzida a escombros pelo sabe qualquer brasileiro com mais de 18 anos e três neurônios. Tão ansiosos por devassar o período dos generais, Dilma, Lula e o PT aceitaram esquecer os buracos negros do regime autoritário para garantir o sono dos neocompanheiros com culpa no cartório.
Como incendiá-los seria arriscado, o governo optou pelo sepultamento dos documentos históricos. Graças a Dilma e ao PT, os dois ex-presidentes já não precisam afligir-se com a possível descoberta de evidências materiais de outros crimes. E o chefe da seita livrou-se de topar com mais provas contundentes de que o Lula do século passado disse a verdade sobre José Sarney e Fernando Collor.
Augusto Nunes
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