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terça-feira, 30 de novembro de 2010

The Beatles (White Album): mini-documentary clip

Barrado pela Ficha Limpa, Jader renuncia na Câmara


Esta foi a segunda vez que Jader renunciou a um mandato federal
O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) renunciou há pouco ao mandato na Câmara. Jader entregou um ofício comunicando sua decisão à Secretaria-Geral da Mesa às 10h24. No documento, o peemedebista atribui sua renúncia ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que barraram sua eleição ao Senado com base na Lei da Ficha Limpa.

No ofício, Jader se apresenta como um "político em dupla condição". Alega que foi considerado elegível pela Justiça eleitoral, que lhe concedeu o registro. Mas que essa mesma Justiça eleitoral e o Supremo "anularam" sua eleição. O deputado foi o segundo mais votado na disputa pelas duas vagas ao Senado pelo Pará. Ele recebeu 1,8 milhão de votos. "Fui declarado um cidadão híbrido", disse no documento.

Jader foi barrado porque renunciou ao mandato de senador em 2001 para escapar de um processo de cassação por quebra de decoro parlamentar, iniciado após denúncias de participação em esquema de desvio de recursos no Banpará e na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). No ano seguinte, ele se elegeu deputado com a maior votação de toda a bancada do Pará.

Ao julgar recurso apresentado pelo peemedebista, o STF confirmou a validade para este ano da Ficha Limpa, no caso de renúncia. O mesmo entendimento impede a eleição do terceiro colocado, o deputado Paulo Rocha (PT-PA). Com isso, assumirá a vaga no Senado a quarta colocada, Marinor Brito (Psol-PA).

Acaba impasse: vale a Lei da Ficha Limpa

Jader, o rei do "Valle de los Caídos"

Julgamento no Supremo

No dia 27 de outubro, após quase sete horas de sessão, o Supremo Tribunal Federal negou o recurso extraordinário apresentado por Jader contestando decisão que barrou seu registro de candidatura com base na Lei da Ficha Limpa. Dessa maneira, a corte decidiu que as novas regras de inelegibilidade valem para as eleições de 2010. Assim, Jader perdeu definitivamente a chance de assumir o mandato de senador. Além disso, por ter sido considerado um processo de repercussão geral, todos os casos similares - ou seja, de candidato que renunciou a cargo eletivo para escapar de processo disciplinar - devem ser julgados da mesma maneira.

Para chegar ao resultado, os ministros tiveram que debater sobre uma forma de desempate, já que no mérito o julgamento terminou cinco a cinco.

As sugestões foram dadas pelo decano da corte, o ministro Celso de Mello. Ele listou como alternativas a espera pelo preenchimento da última vaga do Supremo (que permanece com dez ministros, um a menos que a sua composição integral), o voto de qualidade do presidente (que poderia desempatar a questão, até mesmo reiterando a sua posição contrária à aplicação imediata da lei) e a adoção por analogia do artigo 205 do regimento interno da corte. Ele prevê que "havendo votado todos os ministros, salvo os impedidos ou licenciados por período remanescente superior a três meses, prevalecerá o ato impugnado" - no caso, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral pelo indeferimento da candidatura de Jader. Foi essa a decisão que prevaleceu no caso do peemedebista.
Congresso em Foco

Charles Chaplin, Frases de um gênio


♪ Smile - Charlie Chaplin

As grandes estratégias da manipulação midiáta por Noam Chomsky Leia materia completa: 10 estratégias de manipulação da mídia - Noam Chomsky - Portal


1. A estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir que o público se interesse pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado; sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja com outros animais (citação do texto "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

2. Criar problemas e depois oferecer soluções. Esse método também é denominado "problema-ração-solução". Cria-se um problema, uma "situação" previsa para causar certa reação no público a fim de que este seja o mandante das medidas que desejam sejam aceitas. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o demandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para forçar a aceitação, como um mal menor, do retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços púbicos.

3. A estratégia da gradualidade. Para fazer com que uma medida inaceitável passe a ser aceita basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Dessa maneira, condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990. Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir. Outra maneira de forçar a aceitação de uma decisão impopular é a de apresentá-la como "dolorosa e desnecessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrificio imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Logo, porque o público, a massa tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isso dá mais tempo ao público para acostumar-se à ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5. Dirigir-se ao público como se fossem menores de idade. A maior parte da publicidade dirigida ao grande público utiliza discursos, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse uma pessoa menor de idade ou portador de distúrbios mentais. Quanto mais tentem enganar o espectador, mais tendem a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Ae alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse 12 anos ou menos, em razão da sugestionabilidade, então, provavelmente, ela terá uma resposta ou ração também desprovida de um sentido crítico (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas")".

6. Utilizar o aspecto emocional mais do que a reflexão. Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional e, finalmente, ao sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de aceeso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos...

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade. Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais menos favorecidas deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que planeja entre as classes menos favorecidas e as classes mais favorecidas seja e permaneça impossível de alcançar (ver "Armas silenciosas para guerras tranquilas").

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade. Levar o público a crer que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade. Fazer as pessoas acreditarem que são culpadas por sua própria desgraça, devido à pouca inteligência, por falta de capacidade ou de esforços. Assim, em vez de rebelar-se contra o sistema econômico, o indivíduo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo, cujo um dos efeitos é a inibição de sua ação. E sem ação, não há revolução!

10. Conhecer os indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem. No transcurso dosúltimos 50 anos, os avançosacelerados da ciência gerou uma brecha crescente entre os conhecimentos do público e os possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem disfrutado de um conhecimento e avançado do ser humano, tanto no aspecto físico quanto no psicológico. O sistema conseguiu conhecer melhor o indivíduo comum do que ele a si mesmo. Isso significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior do que o dos indivíduos sobre si mesmos.

*Linguista, filósofo e ativista político estadunidense. Professor de Linguística no Instituto de Tecnologia de Massachusetts



Fonte: Atabaque


Leia materia completa: 10 estratégias de manipulação da mídia - Noam Chomsky - Portal Geledés

Forrest Gump Trailer (Movie release: July 6, 1994)

Forrest Gump Suite


domingo, 28 de novembro de 2010

Barry White and pavarotti


Oh Donna Live


Oh Donna - Ritchie Valens




Oh, donna, oh, donna
oh, donna, oh, donna
I had a girl
donna was her name
since she left me
i've never been the same
'cause i love my girl
donna, where can you be? where can you be?
Now that you're gone
i'm left all alone
all by myself
to wander and roam
'cause i love my girl
donna, where can you be? where can you be?
Well, darlin', now that you're gone
i don't know what i'll do
all the time and all my love for yo-ou-ou
I had a girl
donna was her name
since she left me
i've never been the same
'cause i love my girl
donna, where can you be? where can you be?
Oh, donna, oh, donna
oh, donna, oh, donna
Fade

Richie Valens We belong together (Lirics)

La Bamba




La bamba foi uma canção de grande sucesso, é a releitura de uma canção folclórica mexicana de mesmo nome interpretada por Ritchie Valens. Atualmente faz parte do jogo Guitar Hero World Tour, interpretada pela banda Los Lobos.

Letra da canção
"Para bailar la Bamba
Para bailar la Bamba
Se necesita una poca de gracia
Una poca de gracia y otra cosita
Y arriba y arriba, Y arriba y arriba
Por ti seré, por ti seré, por ti seré
Yo no soy marinero. Yo no soy marinero.
Soy capitán. Soy capitán. Soy capitán.
Bamba, bamba
Bamba, bamba
Bamba, bamba."

De acordo com a suposta tradição, essa letra mudou muito, o que dependia do cantor. Por exemplo, Ritchie Valens mudou o verso y otra cosita "por pa' mí, pa' ti" (para mim, para ti). A banda de Punk Rock Rancid também fez uma versão de La Bamba, e ficou com um ritmo diferente das outras versões.

José Feliciano fez uma versão com um ritmo diferente e as palavras finais da canção tradicional. Uma cantora popular, também fez sua própria versão de La Bamba, que tinham letras:
Para subir al cielo, para subir al cielo
se necesita una escalera larga.

"La Bamba" - Los Lonely Boys & Carlos Santana

I Will.Survive Gloria Gaynor (Version Salsa) Widescreen 16-9

The Style Council - You're The Best Thing (Live Tokyo 1984)

Dolly Parton & James Ingram Sing "The Day I Fall In Love"

Rest Your Love On Me~Olivia Newton-John & Andy Gibb

Air Supply (It Was 30 Years Ago Today) part15_Every Woman In The World

diana krall look of love live in paris

Josh Groban & Sarah Brightman - That's All I Ask Of You

MY LOVE - Paul McCartney & Wings - 1973

Coldplay - clocks- version Salsa

The Corrs- Live at Lansdowne Road 1999 (Dublin)- Toss The Feathers & Cre...

Monte Castelo




Renato Manfredini Júnior, nome artístico: Renato Russo (Rio de Janeiro, 27 de março de 1960 — Rio de Janeiro, 11 de outubro de 1996) foi um cantor e compositor brasileiro.
Russo é considerado um dos mais importantes compositores do rock brasileiro.[1] Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico (1978), a qual durou quatro anos, e terminou devido às constantes brigas que havia entre ele e o baterista Fê Lemos.[2] Renato herdou desta banda uma forte influência punk que influenciou toda a sua carreira. Nessa mesma época, aos 18 anos, assumiu para sua mãe que era bissexual, em 1988, assumiu publicamente.[1]

Em 1982, integrou a banda Legião Urbana. Nesta nova banda desenvolveu um estilo mais próximo ao pop e ao rock do que ao punk. Russo permaneceu na Legião Urbana até sua morte, em 11 de outubro de 1996.

Gravou ainda três discos solo e cantou ao lado de Herbert Vianna, Adriana Calcanhoto, Cássia Eller, Paulo Ricardo, Erasmo Carlos, Leila Pinheiro, Biquini Cavadão e 14 Bis.
Infância

Até os seis anos de idade, Renato sempre viveu no Rio de Janeiro junto com sua família. Começou a estudar cedo no Colégio Olavo Bilac, na Ilha do Governador. Nessa época teria escrito uma bela redação chamada "Casa velha, em ruínas…", que inclusive está disponível na íntegra. Em 1967, mudou-se com sua família para Nova Iorque pois seu pai, funcionário do Banco do Brasil, fora transferido para agência do banco em Nova York, mais especificamente para Forest Hills, no distrito do Queens, onde foi introduzido à língua e cultura norte-americanas. Aos nove anos, em 1969, Renato e sua família voltam para o Brasil, indo morar na casa de seu tio Sávio numa casa na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.

Adolescência

Em 1973 a família trocou o Rio de Janeiro por Brasília, passando a morar na Asa Sul. Em 1975, aos quinze anos, Renato começou a atravessar uma das fases mais difíceis e curiosas de sua vida quando fora diagnosticado como portador da epifisiólise, uma doença óssea. Ao saber do resultado, os médicos submeteram-no a uma cirurgia para implantação de três pinos de platina na bacia. Renato sofreu duramente a enfermidade, tendo que ficar seis meses na cama, quase sem movimentos. Durante o período de tratamento Renato teria se dedicado quase que integralmente a ouvir música, iniciando sua extensa coleção de discos dos mais variados estilos. Em entrevista, Renato teria alegado que este período fora determinante na formação de sua musicalidade.

Carreira

Sua primeira banda foi o Aborto Elétrico, ao lado dos irmãos Felipe Lemos (Fê) (bateria) e Flávio Lemos (baixo elétrico) e do sul-africano André Pretorius (guitarra). O grupo durou quatro anos, de 1978 a 1982, terminando por brigas entre Fê e Renato. O Aborto Elétrico foi a semente que deu origem à Legião Urbana e ao Capital Inicial (formado por Fê e Flávio, junto ao guitarrista Loro Jones e ao vocalista Dinho Ouro-Preto).

Após o fim do Aborto Elétrico, Renato começa a compor e se apresentar sozinho, tornando-se o Trovador Solitário. A fase solo durou poucos meses, até que o cantor se juntou a Marcelo Bonfá (baterista do grupo Dado e o Reino Animal), Eduardo Paraná (guitarrista, conhecido como Kadu Lambach) e Paulo Guimarães (tecladista, conhecido como Paulo Paulista), formando a Legião Urbana, tendo Renato como vocalista e baixista.

Após os primeiros shows, Eduardo Paraná e Paulo Paulista saem da Legião. A vaga de guitarrista é assumida por Ico-Ouro Preto, irmão de Dinho Ouro-Preto, que fica até o início de 1983. Seu lugar é assumido definitivamente por Dado Villa-Lobos (que criou a banda Dado e o Reino Animal com Marcelo Bonfá, Dinho Ouro Preto, Loro Jones e o tecladista Pedro Thompson). A entrada de Dado consagrou a formação clássica da banda.

À frente da Legião, que contou com o baixista Renato Rocha entre 1984 e 1989, Renato Russo atingiu o auge de sua carreira como músico, sendo reconhecido como um dos maiores poetas do rock brasileiro, criando uma relação com os fãs que chegava a ser messiânica (alguns adoravam o cantor como se fosse um deus). Os mesmos fãs chegavam a fazer um trocadilho com o nome da banda: Religião Urbana/Legião Urbana. Renato desconsiderava este trocadilho e sempre negou ser messiânico.

Morte

Renato Russo morreu, pesando apenas 45 quilos, em consequência de complicações causadas pela Aids (era soropositivo desde 1989), mas jamais revelou publicamente sua doença.[1] Quando morreu deixou um filho, Giuliano Manfredini, com apenas 7 anos de idade. O corpo de Renato foi cremado e suas cinzas lançadas sobre o jardim do sítio de Roberto Burle Marx.

No dia 22 de outubro de 1996, onze dias após a morte do cantor, Dado e Bonfá, ao lado do empresário Rafael Borges, anunciaram o fim das atividades do grupo. Estima-se que a banda tenha vendido cerca de 20 milhões de discos no país durante a vida de Renato. Mais de uma década após sua morte, a banda ainda apresenta vendagens expressivas de seus discos.[carece de fontes?]

Livros

Durante sua carreira teve quatro livros publicados e, após sua morte, outros quatro livros foram lançados sobre ele, sendo um deles "Conversações com Renato Russo", que contém trechos de entrevistas mostrando o seu ponto de vista sobre o rock, a bissexualidade (incluindo a sua própria), o mundo, as drogas e a política.

Do ponto de vista da análise técnica, isto é, da crítica literária (acadêmica), foi lançado o livro: "Depois do Fim - vida, amor e morte nas canções da Legião Urbana", de Angélica Castilho e Erica Schlude (ambas da UERJ). Vale ser citado como bibliografia referencial os livros "O Trovador Solitário" e "BRock - O rock brasileiro nos anos oitenta", ambos de Arthur Dapieve.

Em junho de 2009, é lançada a biografia "Renato Russo: O filho da Revolução", do jornalista Carlos Marcelo Carvalho. A obra é contextualizada desde o período de infância de Renato, passando pela sua juventude - com acontecimentos políticos históricos da época forte de opressão da Ditadura Militar como pano de fundo - e culminando com o seu amadurecimento como homem, poeta, artista e músico.

Livros

ivros

Durante sua carreira teve quatro livros publicados e, após sua morte, outros quatro livros foram lançados sobre ele, sendo um deles "Conversações com Renato Russo", que contém trechos de entrevistas mostrando o seu ponto de vista sobre o rock, a bissexualidade (incluindo a sua própria), o mundo, as drogas e a política.

Do ponto de vista da análise técnica, isto é, da crítica literária (acadêmica), foi lançado o livro: "Depois do Fim - vida, amor e morte nas canções da Legião Urbana", de Angélica Castilho e Erica Schlude (ambas da UERJ). Vale ser citado como bibliografia referencial os livros "O Trovador Solitário" e "BRock - O rock brasileiro nos anos oitenta", ambos de Arthur Dapieve.

Em junho de 2009, é lançada a biografia "Renato Russo: O filho da Revolução", do jornalista Carlos Marcelo Carvalho. A obra é contextualizada desde o período de infância de Renato, passando pela sua juventude - com acontecimentos políticos históricos da época forte de opressão da Ditadura Militar como pano de fundo - e culminando com o seu amadurecimento como homem, poeta, artista e músico.

Discografia

ara os discos com Legião Urbana, ver a página consagrada ao grupo.

Álbuns de estúdio
Álbuns de estúdio

* The Stonewall Celebration Concert (1994)
* Equilíbrio Distante (1995)
* O Último Solo (1997)
* Presente (2003)

Coletâneas

* Série Bis: Renato Russo - Duplo (2000)
* Para Sempre - Renato Russo (2001)
* Série Identidade: Renato Russo (2002)
* Presente (2003)
* O Talento de Renato Russo (2004)
* O Trovador Solitário (2008)
* Renato Russo: Duetos (2010)

Videografia

* Acústico MTV (1999) (gravado ao vivo em 1992) (póstumo)
* Renato Russo Entrevistas (2006) (DVD lançado pela MTV com entrevistas guardadas durante 10 anos) (póstumo)
* Acústico MTV Série Bis DVD + CD (2007) (gravado ao vivo em 1992) (póstumo)
* Rock Solidário - O Filme (2009) (42º Festival de Cinema Brasileiro em Brasília) (Curta-metragem)

Curiosidades

* Em 2001, foi publicado o livro Sempre Há uma Luz, pela editora DPL, psicografado por Sérgio Luís, o qual consiste em um suposto relato de Renato Russo sobre sua "passagem para o plano espiritual".
* A Rede Globo contou a história de Renato Russo no especial "Por Toda a Minha Vida", apresentado pela atriz Fernanda Lima.
* Em novembro 2009, Renato Russo pela primeira vez no cinema , 42° cinema no Festival de cinema brasileiro em Brasília . “ Rock Solidário – O Filme” Curta metragem dirigido por Rogério Águas . No filme tem participação do Murilo Lima, Loro Jones, Carmem Mandredini, Giuliano Manfredini e Sepultura de Brasília, produzido por Gilsa Camilo e Cleuberth Choi. O filme alimentou em uma semana mais de 700 mil visitas a pagina dos Rockeiros ( www.themultiverse.com.br) , publicado no Correio Braziliense em Brasília.
* No dia 27 de março de 2010, o cantor faria 50 anos. A MTV fez homenagens a ele, apresentando uma entrevista onde Zeca Camargo fez várias perguntas a Renato Russo.

Referências

* Site em homenagem
* Entrevista com o jornalista Arthur Dapieve sobre Renato Russo
* Renato Russo no AllMusicGuide (em inglês)
* Biografia e curiosidades do Renato Russo na matéria especial produzida pelo Muita Música

Dado Villa-Lobos • Marcelo Bonfá • Renato Russo
Eduardo Paraná • Ico Ouro-Preto • Paulo Paulista • Renato Rocha
Álbuns de estúdio Legião Urbana • Dois • Que País É Este • As Quatro Estações • V • O Descobrimento do Brasil • A Tempestade ou O Livro dos Dias • Uma Outra Estação
Álbuns ao vivo Acústico MTV • Como É que Se Diz Eu Te Amo • As Quatro Estações ao Vivo • Legião Urbana e Paralamas Juntos
Compilações Música para Acampamentos • Mais do Mesmo

Álbuns de estúdio The Stonewall Celebration Concert • Equilíbrio Distante • O Último Solo
Compilações Série Bis: Renato Russo - Duplo • Para Sempre - Renato Russo
Artigos relacionados Legião Urbana • Cazuza

Novo hino do Flamengo no telão do Maraca


Pato Donald-Hino do Fla

Hino do Flamengo - Tim Maia


Hino do Flamengo - By.: JuninhO Maciel



Flamengo
Composição: Lamartine Babo

Uma vez flamengo,
Sempre flamengo.
Flamengo sempre, eu hei de ser.
É meu maior prazer vê-lo brilhar,
Seja na terra, seja no mar.
Vencer, vencer, vencer!
Uma vez flamengo,
Flamengo até, morrer!

Na regata, ele me mata,
Me maltrata, me arrebata.
Que emoção no coração!
Consagrado no gramado;
Sempre amado;
O mais cotado nos fla-flus é o 'ai, jesus!'
Eu teria um desgosto profundo,
Se faltasse o flamengo no mundo.
Ele vibra, ele é fibra,
Muita libra já pesou.
Flamengo até morrer eu sou!

Licitação de R$ 120 milhões apresenta indício de fraude Publicidade


A maior licitação de publicidade deste ano do governo Lula, para escolher as agências que vão cuidar de uma verba anual de R$ 120 milhões do Ministério da Saúde, tem indícios de fraude, de acordo com documentos obtidos pela Folha.

As notas atribuídas a 11 das 31 agências que disputavam a concorrência sofreram mudanças no meio do processo que contrariam a lei, de acordo com os advogados Paulo Boselli e Paulo Gomes de Oliveira Filho, informam Mario Cesar Carvalho e Silvio Navarro na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

OUTRO LADO

A assessoria de comunicação do Ministério da Saúde diz em nota à Folha que não há irregularidade jurídica na licitação para contratar quatro agências de publicidade, um negócio que prevê gastos anuais de R$ 120 milhões.

Ainda de acordo com a nota, "todos os avaliadores fizeram o julgamento sem conhecer o nome da empresa que apresentou o projeto".

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Rita Lee Mania de Voce.


GUERRA NO RIO » Exército passa a controlar as entradas da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão


Rio de Janeiro – O efetivo de 800 homens da Brigada Paraquedista Militar do Exército vai controlar todos os acessos da Vila Cruzeiro e do Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte do Rio. O anúncio foi feito pelo subsecretário de Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança Pública do estado, Roberto Sá.

Segundo ele, a prefeitura da cidade também vai bloquear todas as entradas das duas comunidades, onde vivem cerca de 100 mil pessoas, a fim de fechar o cerco contra o tráfico.

Nesta quinta-feira (25/11), imagens de TV flagraram centenas de criminosos armados fugindo da Vila Cruzeiro para o Complexo do Alemão. Por um período indeterminado, a finalidade é controlar os acessos às comunidades. Há informações de que os moradores estejam sendo coagidos pelo tráfico para comprar alimentos e bebidas fora das favelas.

Às 13h, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o governador Sérgio Cabral se reúnem no Palácio Guanabara para anunciar novas de medidas de segurança para o estado.
Correio Brazileinse

IBGE: 11,2 milhões de brasileiros ainda passavam fome em 2009



Agência Brasil

Publicação: 26/11/2010 11:07 Atualização:
Rio de Janeiro - O número de domicílios brasileiros onde as famílias admitem que não têm alimentos em quantidade e qualidade adequadas diminuiu de 34,9% para 30,2%, entre 2004 e 2009. Mas cerca de 11,2 milhões de pessoas no país ainda convivem com a fome. A proporção de domicílios com brasileiros nessa condição, no entanto, tem diminuído ao longo dos anos, passando de 7% para 5%, no período.

As constatações são do suplemento Segurança Alimentar, elaborado com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do ano passado. O documento, divulgado hoje (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), classifica os graus de insegurança alimentar e aponta que 65,6 milhões de brasileiros não se alimentam direito.

Desse total, 40,1 milhões (20,9% da população total) convivem com a forma leve de insegurança alimentar (quando admitem que pode faltar dinheiro para comida). Mais 14,3 milhões estão na situação moderada – casos em que, no período de três meses anteriores à pesquisa, houve restrição de comida. Os demais (11,2 milhões) passam pela privação de alimentos, a insegurança alimentar grave.

De acordo com a presidente da Ação Brasileira pela Nutrição e Direitos Humanos (Abrandh), Marília Leão, apesar da evolução dos indicadores no últimos anos, o dado revela um problema dramático: a fome. "Quando encontramos domicílios em situação de insegurança alimentar grave significa que efetivamente houve episódios de fome, inclusive em crianças", afirmou.

"Temos que considerar essa situação porque a fome implicará prejuízos grandes no perfil nutricional e no desenvolvimento delas. Consequentemente, no potencial que essas crianças têm como pessoa", completou Marília, que também integra o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), do governo federal.

Com a queda do percentual de insegurança alimentar entre 2004 e 2009, cerca de 7 milhões de pessoas melhoraram suas condições. É o caso da empregada doméstica Lurdes Ludugério moradora de Niterói. Ela conta que, depois que a família passou a receber dinheiro de programas de transferência de renda, a alimentação melhorou, principalmente a dos cinco netos.

"Compramos bem mais comida do que antes do Bolsa Família", afirmou. É a filha mais velha, que vive com ela na mesma casa, a beneficiária do cartão do governo. No momento, a moça está desempregada.

A maior parte da população com fome no país está no Norte (9,2% dos domicílios) e no Nordeste (9,3%). No Sul e no Sudeste, os percentuais não chegam a 3%. Diferenças também são verificadas em relação à situação dos domicílios. Na zona urbana, 6,2% e 4,6% das famílias estão em situação de insegurança moderada ou grave, respectivamente, enquanto na zona rural as proporções são de 8,6% e 7%.

Jornais estrangeiros questionam se RJ poderá receber a Copa de 2014


Publicação: 26/11/2010 08:52 Atualização:Correio Brazileinse
A onda de violência no Rio de Janeiro ocorre justamente no momento em que a cidade tenta promover uma imagem positiva de si mesma no exterior por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Com poucas diferenças no jeito como é escrita, essa informação está presente em todos os meios de comunicação da imprensa internacional que cobrem os atentados mais recentes na capital fluminense. Reportagem recente do norte-americano The New York Times foi além: “Os ataques promovidos pelas gangues têm aumentado os questionamentos sobre a cidade escolhida para receber os jogos”.

Com tom ainda mais dramático, texto do britânico Telegraph lembrou-se das lágrimas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando o Rio de Janeiro foi eleito sede dos Jogos Olímpicos de 2016 (“O Rio é uma cidade que sofreu”, disse Lula à época). O jornal emendou: “Depois da violência desta semana, muitos deverão estar se perguntando quanto mais a cidade precisa sofrer e se as forças de segurança estarão aptas a garantir que a Copa e as Olimpíadas não sofrerão”.

Os jornais e as emissoras estrangeiras também têm repercutido quase em uníssono os apelos por calma lançados pelo governador do estado, Sérgio Cabral, e por outras autoridades do Rio de Janeiro. “Essas ações não são uma ameaça, mas um ato desesperado dos criminosos”, disse Cabral, segundo matéria publicada no francês Le Monde. O The Guardian, por sua vez, preferiu valorizar frase dita pelo secretário estadual de segurança pública, José Mariano Beltrame, a uma emissora de televisão: “Os rumores só ajudam os traficantes”, enfatizou.

Muitas dessas reportagens, como a do Guardian e a do canal norte-americano CNN, chamam a atenção para os números da guerra entre a polícia e os traficantes. “Cerca de 150 pessoas foram presas durante as operações realizadas por 17,5 mil policiais, e pelo menos 23 foram mortas desde domingo. Aproximadamente 17 mil crianças estão sem poder ir à escola por conta dos atentados”, relatou o correspondente do jornal britânico.

DEU NO...

The New York Times
“A polícia entrou em mais de 12 favelas no Rio de Janeiro, num esforço para reprimir os violentos ataques de grupos armados. (…) O secretário estadual de segurança pública, José Mariano Beltrame, disse que os ataques foram uma retaliação por conta do programa governamental que tenta pacificar as favelas por meio da instalação de uma força policial especial”, informou o jornal. Os objetivos e as dificuldades na implementação do programa também podem ser conhecidos em matéria disponível na íntegra no site.

The Daily Telegraph
Além de destacar os atentados, o jornal britânico questionou a possibilidade de o Rio de Janeiro receber a Copa e as Olimpíadas com segurança. Para isso, lembrou-se de outros casos recentes de violência na Cidade Maravilhosa e no resto do país. Entre eles, a derrubada de um helicóptero na capital fluminense — apenas duas semanas depois de ela ter sido escolhida como cidade sede dos jogos de 2016 —, o ataque ao Hotel Intercontinental (que deixou 35 reféns em agosto) e a tentativa de assalto ao piloto de Fórmula 1 Jenson Button, em São Paulo.

Theguardian
O correspondente do jornal britânico no Brasil deu visibilidade a algumas declarações de autoridades do Rio de Janeiro. Uma delas foi a proferida pelo porta-voz da Polícia Militar, Coronel Lima Castro: “Nós não começamos essa guerra; nós fomos provocados e sairemos vitoriosos”. Nem todas as informações do texto, porém, vêm creditadas. Em anonimato, um policial disse à publicação que a corporação tem se preparado para enfrentar mais ataques: “Ainda vamos ter problemas”.

EL Pais
O diário espanhol repercutiu a entrevista dada por Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Bope, a um site brasileiro. “Rio, é agora ou nunca mais”, disse Pimentel, em frase usada pelo jornal na manchete da reportagem. “Ele crê que o caminho de pacificar pouco a pouco as favelas é a única solução para acabar com essa espécie de guerra civil que vive a cidade”, informa o texto. A matéria ainda relata a pouca movimentação nas praias e nas ruas de Copacabana, do Leblon e de Ipanema. “Havia poucos carros e os ônibus estavam vazios. ”

Le Monde
A publicação francesa descreve o pânico que tomou conta de diversos bairros da capital fluminense: “Os ataques ocorreram em lugares de grande tráfego, como a Linha Vermelha, que conduz ao Aeroporto do Galeão”. O jornal ainda explica que se atribui a duas facções rivais — o Comando Vermelho e o Amigos dos Amigos (ADA) — a autoria dos atentados. “Elas fizeram uma
trégua para tentar desestabilizar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). ”

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Perfume de Mulher.mpg

Friends Forever Laurel and Hardy

Laurel & Hardy dance to "Little Less Converation"

Laurel and Hardy meet Santana

Nova equipe econômica de Dilma Rousseff adota discurso de austeridade fiscal

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que permanecerá no cargo no governo de Dilma Rousseff, afirmou há pouco que o objetivo do novo governo é que a dívida pública brasileira atinja 30% do PIB até 2014. “Hoje está em 41% do PIB. Já foi mais alta”, disse durante o primeiro pronunciamento após ter seu nome confirmado por José Eduardo Martins Cardozo, que trabalha na equipe de transição do governo. Futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior confirmou que a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) caberá à pasta, a partir do próximo ano. Alexandre Tombini, indicado para a presidência do Banco Central (BC), disse que o País “tem reduzido sua vulnerabilidade externa”.

Guido Mantega

Mantega disse, nesta quarta-feira, que, a partir de 2011, o governo fará “contenção de despesas” para aumentar a poupança pública e os recursos para investimento. “É o momento de reduzir os gastos do governo. Agora que a economia está equilibrada, precisamos reduzir os gastos”, disse.

“Portanto, 2011 será o ano de consolidação fiscal, com contenção de despesas de custeio para aumentar a poupança pública e o investimento”, completou. Segundo Mantega, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, por exemplo, receberá menos recursos do Tesouro. “Abrindo espaço para o setor privado fazer empréstimos de longo prazo”, explicou.

O ministro informou que o País fechará o ano com crescimento de 7,5%, e que a meta dos próximos anos é manter a taxa de crescimento do País na média de 5%. “Queremos um crescimento de qualidade, fortalecendo o mercado interno, de modo a gerarmos milhões de novos empregos. Essa é umas prioridades máximas da política econômica, a geração de empregos”, afirmou.

Miriam Belchior

Indicada ministra do Planejamento pela presidente eleita Dilma Rousseff, a atual coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior, disse, nesta quarta-feira, em entrevista coletiva, que trabalhará, a partir de 2011, para “modernizar” a administração pública federal para deixá-la “mais eficiente, mais focada para o resultado, e para o atendimento ao cidadão”.

Belchior citou ações tomadas no governo do presidente Lula como exemplos que ela considera bem-sucedidos e dignos de serem ampliados para outros setores do governo. Os exemplos foram a eliminação das filas no INSS, a unificação das Receitas Federal e Previdenciária, e a implantação de licitações eletrônicas. “Saímos de 17% no inicio do governo Lula e hoje temos 80% das compras do governo federal feitas por meio eletrônico. Significa redução dos gastos públicos. Isso é que queremos continuar perseguindo no governo da presidente Dilma Rouseff”, disse Belchior.

Miriam Belchior ressaltou que projetos como os citados dependem de emprenho de vários ministérios. “Estamos nos colocando essa tarefa para darmos um passo na melhoria do atendimento ao cidadão”. Ela citou ainda a importância de aumentar o número de ouvidorias para identificar os focos de problema no atendimento ao cidadão para que sejam corrigidos.

Miriam Belchior confirmou que a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) caberá, a partir do próximo ano, ao ministério do Planejamento. Hoje, ela é coordenadora do PAC, que ainda é executado a partir da Casa Civil.

A ministra indicada adiantou ainda que algumas ações intersetoriais, hoje sob responsabilidade da Casa Civil, também migrarão para a pasta dela. Ela disse que ainda não conversou com o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, sobre as estruturas da Pasta, e disse que está ocupada com um balanço sobre o PAC 1 a ser divulgado no início de dezembro.

Alexandre Tombini

Ao tomar a palavra, Tombini disse que “é uma grande satisfação pessoal ter sido escolhido pela presidente Dilma” e que “serão tomadas medidas nos próximos dias”. Ele afirmou que o regime de metas tem regras do jogo bem definidas e que é preciso transparência para coordenar as expectativas. O futuro presidente do BC garantiu que trabalhará com “autonomia operacional total”, agradeceu a confiança de Henrique Meirelles e disse que o País “tem reduzido sua vulnerabilidade externa”.

Dilma indica que 2011 será um ano de contenção de despesas públicas


Publicação: 25/11/2010 08:15 Atualização:Correio Brazileinse
Em contraste com a política de gastança que vem sendo implementada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o futuro governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu austeridade fiscal e redução das despesas com custeio da máquina pública. A nova equipe econômica vetou aumentos ao funcionalismo público, elevação do salário mínimo acima do proposto pelo governo e reajuste aos aposentados (veja quadro). O último objetivo é enxugar o crédito fácil no mercado. Tudo para enfrentar um ano que se prevê com turbulências e inflação em disparada.

Na oficialização da manutenção de Guido Mantega, na Fazenda, e da definição de Miriam Belchior, no Planejamento, e Alexandre Tombini, no Banco Central, os três adotaram o discurso da necessidade de tornar a despesa pública mais eficiente e de apertar o cinto da gastança. “É preciso um esforço para manter a solidez fiscal. É o momento de reduzir os gastos do governo agora que a economia está equilibrada”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

A decisão pelo ajuste fiscal deve-se a um cenário financeiro internacional incerto e que pode ter efeitos, mesmo que indiretos, no Brasil. “2011 será o ano de consolidação fiscal, com contenção de despesas de custeio para aumentar a poupança pública e o investimento”, emendou Mantega. Analistas do mercado financeiro viam com ressalva a manutenção do ministro da Fazenda no próximo governo por uma dúvida quanto ao comprometimento dele com a redução de gastos diante da deterioração das expectativas inflacionárias e da valorização do real.

O Brasil enfrentou a crise econômica internacional abrindo os cofres do Tesouro Nacional e facilitando o acesso ao crédito. Na avaliação do ministro da Fazenda, essas ações ajudaram a blindar o país e a evitar uma recessão de níveis elevados. A gastança, contudo, vem sendo criticada, inclusive as manobras contábeis para aumentar o caixa, como, por exemplo, tornar nominal a meta de superavit primário. Com isso, a economia para pagar juros da dívida fica fixa durante o ano e não varia de acordo com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

A futura ministra de Planejamento, Miriam Belchior, também prometeu racionalizar e tornar eficientes os gastos públicos, sobretudo com custeio (leia mais na página 5). Como primeira medida, ela disse que irá mandar fazer um pente-fino em todos os contratos da União firmados para manutenção da máquina pública e tentar reduzir o peso dessa rubrica no Orçamento. “É possível fazer mais com menos e é isso que vamos perseguir nos próximos quatro anos”, afirmou. “Temos uma quantidade de recursos muito menor do que a nossa necessidade, e por isso temos de arrumar maneiras de enfrentar essa disparidade, para que o desenvolvimento possa ser potencializado”, emendou. Também para reduzir qualquer expectativa negativa sobre o novo Banco Central, Alexandre Tombini enfatizou o caráter de autonomia operacional (leia na página 4) que a instituição terá para comandar a política monetária.

Para implementar esse panorama de aperto fiscal e de racionalização das despesas públicas, a nova equipe econômica terá de enfrentar a base aliada. No Congresso, deputados e senadores estão mobilizados para votar projetos que significarão aumento da despesa em 2011. O primeiro deles é a emenda constitucional que estabelece um piso nacional aos policiais militares, o que pode gerar um rombo de R$ 46 bilhões anuais no Orçamento, segundo o governo. Os parlamentares também estão se movimentando para aprovar o próprio aumento salarial, incluindo os vencimentos de ministros, do presidente da República e do Judiciário.

A força das “micro”
» A criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa, anunciada por Dilma na campanha eleitoral, foi reforçada ontem, na inauguração da nova sede do Sebrae em Brasília, na 604 Sul. O presidente da entidade, Paulo Okamotto, revelou, na frente do vice-presidente eleito, Michel Temer, o plano de chegar a 1 milhão de empreendedores no país. “Já conquistamos cerca de 750 mil. Ganhamos dimensão extraordinária que irá crescer, já que a presidente Dilma falou que vai criar um ministério para as micro”. Presente na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel das micro e pequenas empresas na economia nacional. “Antes, emprestar dinheiro era ruim. Foi uma resistência implantar o crédito consignado porque questionavam como um aposentado iria pagar. Hoje, eles movimentam R$ 49 bilhões. No total, temos R$1,6 trilhão para crédito”.

ANÁLISE DA NOTÍCIA

Descolada das más notícias
O fato de a presidente eleita, Dilma Rousseff, ter deixado de comparecer ao anúncio dos ministros da área econômica teve um objetivo claro: não vincular a sua imagem desde já com notícias ruins. Afinal, pelo primeiro pronunciamento de Guido Mantega como futuro ministro da Fazenda, ficou claro que ficará por conta do governo Dilma apertar os cintos que Lula afrouxou para eleger a sucessora.

Mantega abriu a “caixa de maldades”, que ficou fechada durante o período eleitoral, ao definir 2011 como o ano do ajuste fiscal e dizer com todas as letras que não haverá mais aporte de recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e nem espaço para concessão de reajustes a funcionários dos Três Poderes. A notícia boa — mais para o mercado do que para o contribuinte — foi a de que o Banco Central terá autonomia para usar instrumentos capazes de levar o Brasil a cumprir as metas inflacionárias. Sinal de que, se necessário, não deixará de aumentar juros.

Em meio a essas notícias, se sobrasse para Dilma dizer apenas que a nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, cuidaria de alavancar recursos orçamentários para infraestrutura e projetos sociais, soaria pequeno. Por isso, sobrou para José Eduardo Cardozo, um dos coordenadores da transição, o papel de mestre de cerimônia, e a Mantega, o de portador das más notícias. (DR)

O que vem por aí
Resumo das medidas anunciadas pela equipe econômica de Dilma Rousseff

OBJETIVOS

Gastos públicos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu frear o aumento dos gastos públicos visto no segundo mandato do presidente Lula.

Despesas de custeio
A futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse que vai reavaliar os contratos de custeio do governo para melhorar a qualidade do gasto público.

Crescimento de pelo menos 5%
Essa é a média da expansão econômica nos últimos anos. Segundo Mantega, é a meta colocada por Dilma Rousseff.

BNDES mais enxuto
O ministro da Fazenda prometeu diminuir os repasses do Tesouro para a instituição de fomento de olho em reduzir a oferta de
crédito na praça.

Empréstimos de longo prazo
Melhorar a qualidade do crédito disponível às empresas, sem inundar o mercado com dinheiro a baixo custo.

Taxa de juros
Mantega afirmou que é possível reduzir a taxa Selic sem prejuízo da meta de inflação diminuindo os gastos públicos.

Erradicar a miséria
Mantega reforçou o principal objetivo da presidente eleita e disse que o ministério dará sua contribuição.

TEMAS VETADOS

Aumento de policiais
Está em votação a PEC nº 300, que estabelece piso nacional aos policiais militares. O impacto no orçamento seria de R$ 46 bilhões.

Reajuste do Judiciário
O aumento dos funcionários para equiparar com os vencimentos do Executivo levaria a um rombo de R$ 6,7 bilhões no Orçamento.

Servidores federais
Guido Mantega não quis se comprometer com a elevação dos vencimentos do funcionalismo.

Salário mínimo
acima de R$ 540 Esse valor é a última proposta feita pelo governo. As centrais sindicais gostariam que chegasse a R$ 580. Há integrantes do governo que acham possível R$ 550. Mantega descartou passar de R$ 540.

Tiger Cubs Meet the Public

I Say a little pray for you - Cena de O Casamento de Meu Melhor Amigo - ...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ainda Lembro

HEVIA - Galicia - Entremediu

Yanni - Quiet Man(Beauty Nature Slow)

yanni - within attraction (live! at the Acropolis)

Saiba quem é a futura ministra do Planejamento


A nova ministra do Planejamento, Miriam Belchior, trabalhou com Dilma Rousseff na Casa Civil e assumiu a coordenação do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma das principais bandeiras do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a saída da petista do ministério para disputar a Presidência.

Miriam assume o cargo no lugar de Paulo Bernardo, que já disse que fica no governo, mas deve comandar outra pasta. O PAC deve continuar sob o comando de Miriam porque, a partir do ano que vem, o programa deve migrar da Casa Civil para o Planejamento.

A nova ministra integrou a equipe de transição do governo Lula, em 2002, passou pela assessoria especial da Presidência e foi, posteriormente, chamada para a Casa Civil por José Dirceu, ex-titular da pasta.

Ela chegou a ser cotada para assumir o lugar de Dilma na Casa Civil, mas quem levou a vaga foi Erenice Guerra, que saiu após denúncias de tráfico de influência.

Miriam, de 52 anos, foi casada com o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, mas os dois já estavam separados quando ele foi assassinado, em 2002.

Durante a gestão de Celso Daniel no município do ABC Paulista, foi secretária de Administração e Modernização nos dois primeiros anos do mandato. Depois, passou a ocupar a pasta da Inclusão Social e Habitação. Ela é formada em Engenharia de Alimentos pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e mestre em Administração Pública.

Governo Dilma terá desafio de racionalizar uso de recursos públicos, diz Miriam Belchior


O Globo
BRASÍLIA - A futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, atual gerente do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), disse na entrevista coletiva agora há pouco que o maior desafio do próximo governo é racionalizar o uso dos recursos públicos para atender as prioridades já definidas pela presidente eleita, Dilma Rousseff: erradicação da miséria, educação para todos, saúde de qualidade e investimentos em infraestrutura.

- Seremos parceiros do ministro Guido Mantega na busca da contenção fiscal para garantir o desenvolvimento sustentável do país- disse Miram Belchior.

'Não tem meia autonomia, é autonomia total', diz Tombini ao falar como novo presidente do Banco Central


(Globo)BRASÍLIA - Em sua primeira exposição após convidado para assumir a presidência do Banco Central (BC), o atual diretor de Normas da instituição, Alexandre Tombini , afirmou nesta quarta-feira que a presidente eleita, Dilma Rousseff, disse que não espera "nada menos" do que a total autonomia do BC na condução da política monetária. Já Guido Mantega, da Fazenda, e Miriam Belchior, do Planejamento, falaram que é necessário cortar gastos.

- Tive longas e muito boas conversas com a presidente eleita Dilma Rousseff neste processo de escolha do novo presidente do Banco Central. E ela me disse que neste regime (de metas de inflação) não tem meia autonomia, é autonomia total e ela não espera nada menos do que isso (da condução do BC em seu governo) - afirmou Tombini.

Cauteloso, pontuando em sua fala a importância da coordenação de trabalho com o Ministério da Fazenda e fazendo questão de dizer que os objetivos são definidos pelo governo e implementados pelo BC, o futuro presidente do Banco Central defendeu o regime de a metas de inflação e salientou sua importância para o avanço institucional e a solidez macroeconômica brasileira nos últimos anos.

- Para fechar, quero dizer que o meu compromisso com o Brasil e com a pres eleita Dilma é cumprir a meta de inflação e que é isso que farei com autonomia operacional total - encerrou Tombini.

O futuro presidente do BC não quis especular sobre os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom), cuja última reunião do ano ocorre em dezembro.

- Não cabe a mim especular neste momento sobre as minhas avaliações a respeito da política monetária - disse Tombini.
Mantega e Miriam Belchior dizem que é necessário conter gastos

Ao falar como ministro da Fazenda confirmado no cargo no próximo governo, Guido Mantega disse em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira que é preciso conter gastos públicos. Seguindo o tom do futuro colega de ministério, a atual gerente do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e futura ministra do Planejamento, Miriam Belchior, afirmou que o maior desafio do próximo governo é racionalizar o uso dos recursos públicos para atender as prioridades já definidas pela presidente eleita, Dilma Rousseff: erradicação da miséria, educação para todos, saúde de qualidade e investimentos em infraestrutura.

- Seremos parceiros do ministro Guido Mantega na busca da contenção fiscal para garantir o desenvolvimento sustentável do país - disse Miram Belchior.

Mantega disse que põe em risco o projeto de contenção fiscal necessário para o desenvolvimento sustentável a PEC-300 , com impacto de 46 bilhões; o salário mínimo acima de R$ 540 , e a proposta de reajuste para servidores do judiciário e novos reajuste para o funcionalismo.

- É preciso esforço conjunto do Executivo e demais poderes para a contenção dos gastos públicos, para que possamos ter desenvolvimento sustentável - disse.

Dilma não participou da entrevista coletiva em que Mantega, Tombini e Miriam Belchior confirmaram que integrarão o futuro governo. Ela almoçou com Lula e voltou para a Granja do Torto com o deputado Antonio Palocci, que deixou o local pouco depois

Arquivo:Protógenes: 'Daniel Dantas será condenado, mas sua permanência na cadeia depende da sociedade'

PAIS - No centro de uma das mais graves crises internas da Polícia Federal, o delegado federal Protógenes Queiroz, ex-coordenador da Operação Satiagraha , afirmou na noite desta terça-feira, durante debate na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Niterói, que Daniel Dantas, tratado por ele em vários momentos como bandido, será condenado na segunda fase da Operação Satiagraha. Protógenes só pôs em dúvida se o empresário vai permanecer na prisão: "A permanência dele na prisão vai depender da sociedade brasileira".

- Eu não tenho a menor dúvida da condenação do bandido Daniel Dantas. Ele terá uma sentença à altura da nossa sociedade. Agora se ele permanecerá na cadeia é outra coisa: isso depende da sociedade brasileira. Mas tenho certeza que ele será segregado do nosso convívio - disse Protógenes.

" Ele terá uma sentença à altura da nossa sociedade. Agora se ele permanecerá na cadeia é outra coisa "

O delegado disse ainda que se pudesse fazer uma escolha, gostaria de voltar para uma delegacia operacional. Ele também garantiu estar motivado, lembrando que poderia escolher outra coisa para fazer, já que foi convidado para trabalhar no Ministério Público e na ONU. ( Áudio: A reunião que afastou Protógenes )

Na segunda-feira, ao retornar à PF depois de um curso na Academia Nacional de Polícia, Protógenes foi dispensado da Diretoria de Inteligência Policial (DIP) , onde estava lotado durante à Satiagraha. Protógenes foi informado pelo diretor de Inteligência, Daniel Lorenz, que não atuará mais na área. Lorenz avisou que, a partir de agora, Protógenes deverá buscar, na Diretoria de Gestão de Pessoal, vaga para trabalhar em qualquer outro setor.

Delegado nega que PF passe por crise

Antes do debate, em entrevista aos jornalistas, o delegado negou que a PF esteja passando por uma crise. Segundo ele, não é a PF que atravessa uma crise, mas é o país que vive uma crise institucional. Para Protógenes, o desfecho da Satiagraha provocou uma "tensão institucional que tem desmotivado os policiais federais".

- Outro dia peguei um táxi e o motorista me reconheceu. Ele disse: "O senhor errou. Prendeu o homem errado". É claro que ele estava falando da crise institucional que passa o país. Mas de minha parte eu tenho certeza que não errei. E prova disso é que os atuais encarregados da Satiagraha disseram que não estão refazendo a investigação, mas a aprofundando - afirmou.

O delegado também criticou duramente a súmula aprovada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que "proibiu algemar bandidos da estirpe de Daniel Dantas".

- Só posso atribuir tal atitude ao casuísmo e ao oportunismo - disse o delegado.

O debate na OAB de Niterói começou por volta das 19h e durou cerca de três horas. Protógenes chegou em um furgão acompanhado de militantes do PSOL, mas voltou a negar qualquer possibilidade de seguir carreira política.

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Genro diz que suspensão de pena do banqueiro Daniel Dantas cria sensação de impunidade


Agência Brasil

Publicação: 22/12/2009 17:33 Atualização:
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse nesta terça-feira (22/12) que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender o processo contra o banqueiro Daniel Dantas cria uma sensação de impunidade.

“No processo dessa repercussão, reflete no senso comum aquela conclusão clássica: 'os poderosos no Brasil dificilmente vão para a cadeia. Os poderosos no Brasil são inatingíveis pela Justiça'”, disse Genro, ao participar de cerimônia de assinatura de convênios do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

O ministro tirou dos ministros do STJ a responsabilidade pelo fato de ter sido suspensa a Operação Satiagraha. Genro enfatizou que eles agiram dentro da lei e que é preciso, na verdade, uma mudança na lei. “Obviamente algo tem que mudar na estrutura processual penal brasileira para que essas coisas não se repitam de maneira frequente, gerando essa visão de impunidade que, em última análise, se dirige para pessoas de alto padrão aquisitivo no país.”

A operação, deflagrada em 2008 pela Polícia Federal, investigou crimes financeiros praticados por um grupo comandado por Dantas, controlador do Grupo Opportunity. Com a decisão, foram suspensas todas as ações relacionadas à Satiagraha, inclusive a condenação do banqueiro a dez anos de por corrupção ativa, determinada pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, em São Paulo.

Outra consequência foi a suspensão do processo em que Dantas responde pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e evasão de divisas.

Genro comentou também o caso do ex-ativista político italiano Cesare Battisti, cuja extradição foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro confirmou declaração feita ontem pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem cabe a decisão final sobre o destino do ex-ativista, de que só haverá pronunciamento sobre o caso depois da publicação do acórdão do STF.

“A questão do Battisti, o presidente já falou claramente no mesmo sentido, aliás, isso me orgulha muito, [era o] que eu vinha falando. Essa é uma decisão do presidente da República. Ele vai decidir no momento oportuno. E decidirá depois da publicação do acórdão. E qual a direção da decisão [dele]? O presidente não anunciou. É absoluta prerrogativa do próprio presidente.”

Suspensão do processo contra Dantas atinge o juiz, e não a Polícia Federal, diz Tarso


Agência Brasil

Publicação: 22/12/2009 20:13 Atualização:
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta terça-feira (22/12) que a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de suspender o processo contra o banqueiro Daniel Dantas, dono do banco Opportunity, por causa de irregularidades processuais, não tem nada a ver com a Polícia Federal (que fez as investigações). "Efetivamente, trata-se de um corretivo feito ao juiz De Sanctis [Fausto de De Sanctis, juiz federal encarregado do caso]".

Segundo o ministro, o ato faz supor que existe no país impunidade para quem os que têm mais poder aquisitivo. A decisão pode ser legal e legítima, mas não é isso que está em jogo, disse Tarso, após solenidade de assinatura de convênios do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) com 13 municípios do Rio de Janeiro, um de São Paulo e um de Mato Grosso.

"O que está em jogo em fatos como esse é a necessidade de reforma do nosso processo penal para que não ocorram recursos, ações e exceções dilatórias [que retardam] infindáveis, que alimentam a sensação do povo brasileiro de que os bem-aquinhoados são protegidos pelo Poder Judiciário. Até porque não é verdade. Mas, de fato, uma decisão desse tipo cria no senso comum da população a visão de que os ricos são inatingíveis."

O ministro disse que o que a defesa de Dantas alegou, e que levou o STJ a suspender o processo, foi a suspeição do juiz, e não o trabalho da Polícia Federal. A polícia entrega o inquérito e depois, se o juiz determinar diligências, são diligências de responsabilidade do Poder Judiciário, que a polícia se limita a cumprir, explicou. “O segundo inquérito da Satiagraha [Operação Satiagraha] é rigoroso, bem-feito, deu sustentação à denúncia muito bem fundamentada – eu li a denúncia, inclusive – e isso é uma pendência que existe no STJ com a condução do processo por De Sanctis, que a maioria das pessoas do nosso país tem como um juiz sério, muito trabalhador e muito dedicado."

Para o ministro, o processo gerado pela Satiagraha contra Dantas não será anulado porque o segundo inquérito da operação foi feito de forma rigorosa, controlada pelo Ministério Público e sem qualquer equívoco que, eventualmente, possa ter ocorrido no primeiro. "E devemos lembrar também que tem um fato anterior a esse: o réu principal desse processo já foi condenado em outro processo e não está cumprindo pena."

De acordo com Tarso, essa situação (liberdade de Dantas) também é decorrente de um sistema processual penal que gera “infindáveis rituais de demora que, às vezes, acaba em prescrição, o que é muito ruim”. E é ruim não apenas para o prestígio da Justiça, respeitada por todos, mas também para o Estado, pois "anima na sociedade o sentimento de impunidade", que precisa acabar no país.

Se o STJ anular o processo da Satiagraha, "não seria um precedente novo", afirmou Tarso, mas a questão do excesso de recursos no Judiciário só será resolvida quando se reduzirem os prazos de julgamento, o número de recursos. O que tem ocorrido é que tantos recursos acabam transformando o STJ em terceiro grau de jurisdição e o Supremo Tribunal Federal, em quarto grau, anulando todo o esforço feito pelas instâncias inferiores, pelo Ministério Público e pela autoridade policial, concluiu.

Em nota, Dilma convida Tombini, Belchior e Mantega para equipe econômica

Leandro Kleber - Especial para o Correio

Publicação: 24/11/2010 14:57 Atualização: 24/11/2010 15:06

Em nota divulgada à imprensa na tarde desta quarta-feira (24/11), a presidente eleita Dilma Rousseff convidou o economista Alexandre Tombini, para o presidir o Banco Central, Miriam Belchior para assumir o Ministério do Planejamento e Guido Mantega para comandar o Ministério da Fazenda. O texto assinado por Dilma informa que a indicação de Tombini será submetida ao Senado para aprovação.

Dilma determinou ainda que a nova equipe assegure a continuidade da bem sucedida política econômica do governo Lula - baseada no regime de metas de inflaçõa, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal - e promova os avanços que levarão o Brasil a vencer a pobreza e alcançri o patamar de nação plenamente desenvolvida.

O anúncio oficial será será feito pelos coordenadores da transição José Eduardo Cardozo, José Eduardo Dutra, Antonio Palocci e o vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB).Nesse momento, Dilma Rousseff está no Palácio da Alvorada, almoçando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os coordenadores da transição também participam do almoço.

Futuro interlocutores de Dilma são acusados de mau uso de dinheiro público


24/11/2010 10:04
Exonerada em 2005 pela então ministra da Casa Civil Dilma Rousseff por suposto envolvimento no mensalão do PT, Sandra Rodrigues Cabral, chefe de gabinete da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, vai participar da transição. A assessora foi designada ontem para compor o núcleo de interlocutores dos ministérios com a equipe da presidente eleita. O nome dela foi publicado em uma portaria no Diário Oficial da União com o de outros 107 servidores.

Sandra voltou à Presidência da República em 2008, segundo dados do Portal da Transparência. O convite foi feito pelo deputado federal Edson Santos. Cedida pelo governo de Goiás, ela ocupa cargo de confiança na secretaria com salário de R$ 8.988. A pasta é atualmente comandada por Eloi Ferreira.

Em 2005, a assessora-especial da Casa Civil recebia R$ 11.179, além de um extra pela vaga no Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A pasta estava sob o comando de José Dirceu (PT). Na Casa Civil, Sandra era responsável pela nomeação de funcionários.

À época, a chefe de gabinete do ministério foi apontada como possível interlocutora do empresário Marcos Valério no Palácio do Planalto. Em entrevistas, ela confirmou ter recebido o empresário mineiro em seu gabinete. Mas alegou ter tratado da candidatura do tesoureiro do PT, Delúbio Soares, à Câmara. Os dois são filiados ao mesmo sindicato de professores estaduais e amigos há três décadas.

Ontem, ao Correio, Sandra Cabral negou qualquer envolvimento com o esquema de caixa dois do mensalão do PT. “Foram feitas várias ilações desrespeitosas e levianas que nunca tiveram consequência. Não sou citada no processo”, disse. Entretanto, ela confirma ter recebido Marcos Valério em seu gabinete. “Recebi várias pessoas. Um servidor público escuta todo mundo.”

A chefe de gabinete afirma que a exoneração foi feita a pedido e que entregou o cargo em respeito ao chefe. Depois do escândalo do mensalão, a assessora voltou para Goiás, apesar de ter sido convidada para ocupar um cargo no gabinete de Dirceu na Câmara. Três anos depois, retornou ao governo.

Processos
Um dos indicados pelo Ministério do Esporte para auxiliar a equipe de transição de Dilma, o secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, é citado em alguns processos no Tribunal de Contas da União (TCU) por supostas irregularidades cometidas durante a organização dos Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro, em 2007. Leyser já foi inocentado em alguns procedimentos instaurados pelo TCU, mas ainda terá de explicar possíveis irregularidades em um convênio firmado entre o Ministério do Esporte e a Fast Engenharia e Montagens S.A. Os recursos serviram para implementar infraestrutura temporária e alugar equipamentos para a construção de instalações esportivas e não esportivas da Vila Panamericana. Se condenado, Leyser terá de ressarcir os cofres públicos.

O governo também nomeou Fabrizio Pierdomenico, da Secretaria Especial de Portos, ligada à Presidência da República, para compor o núcleo de apoio à presidente eleita. A petista foi a responsável pela nomeação de Fabrizio em 2008 para o cargo. Integrante do PT, ele é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de favorecer a Santos Brasil, empresa controlada pelo Banco Opportunity, de Daniel Dantas.

Carlos Moura/CB/D.A Press - 1/7/10
Nelson Machado, Luiz Navarro, Paulo Vannuchi e Armando Meziat estão entre os escolhidos. Casa Civil descarta a convocação de mais profissionais
Escolhidos não receberão extra
De acordo com a assessoria de imprensa da Casa Civil, os 108 nomeados para atuarem como interlocutores dos órgãos da Presidência da República e dos ministérios na equipe de transição não receberão salários adicionais pelo trabalho. Também não estão previstas novas convocações até o fim do ano.

As nomeações foram feitas pelo ministro da Casa Civil, Carlos Eduardo Esteves, em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) de ontem. Os escolhidos deverão prestar informações e apoio técnico ao grupo que trabalha no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição, coordenada pelo vice-presidente eleito, Michel Temer (PMDB-SP), os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), além do presidente do PT, José Eduardo Dutra.

Entre os indicados, selecionados pelos ministros de 36 pastas, estão alguns ministros, secretários-executivos, diretores de autarquias, coordenadores de programas governamentais e embaixadores. A coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Miriam Belchior; o ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi; o secretário-executivo da Controladoria-Geral da União, Luiz Navarro; o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Luiz Antonio Pagot, e Armando de Melo Meziat, da Secretaria de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior fazem parte do grupo. (AR e LK)

‘‘Diário Oficial’ traz mais 13 nomeados para grupo de transição do governo


O Diário Oficial da União publicou a lista de mais 13 nomeados para trabalhar na transição de governo: Sinval Alan Ferreira Silva, Ana Lúcia Ferreira dos Santos, Enio Alves Vieira Filho, Georgina Fagundes, Jorge Luiz de Lima, Marcia Westphalen, Roberto Franca Stuckert Filho, Arilson Cavalcante Pereira, Christiane Araujo de Oliveira, Valdecir da Silva Ribeiro, Hildivan Freitas Ribeiro, Thais Beserra de Andrade e Vanessa Rossana Vieira Maia.

Outros sete já tinham sido nomeados na última segunda-feira: Clara Ant, Giles Carriconde Azevedo, Helena Maria de Freitas Chagas, Paulo Leonardo Martins, Marly Ponce Branco, Cleonice Maria Campos Dornelles e Anderson Braga Dornelles. Ao todo, 50 pessoas devem integrar o grupo de transição.

Guerra de Guerrilhas - A Wehrmacht acossada - Guerrilha na Europa


Em 1943 a luta adquire para a Alemanha o caráter de uma verdadeira guerra total, que já não permite trégua nem quartel. A partir daí, enquanto vai sendo abandonado pelos seus aliados, o III Reich se vê obrigado a lutar em todas as frentes, latitudes e dimensões: guerra em terra, mar e ar.



Uma luta que já não terá pausa até à rendição final; nas frentes de batalha os exércitos alemães são arrasados e exauridos, enquanto suas indústrias e o moral da retaguarda distante se esboroam paulatinamente sob devastadores bombardeios da aviação anglo-americana. Logo, porém, a retaguarda das frentes de batalha, as vias férreas e as estradas que unem os exércitos combatentes aos centros de produção e abastecimento ficam também submetidas a incessantes ataques guerrilheiros. Controlando grandes extensões de terreno, os civis armados atacam comboios e transportes, mandam pelos ares pontes e centrais de transmissões e constituem ameaça constante para as tropas alemãs acantonadas.





A guerra não terminou



Os movimentos clandestinos tinham a finalidade de opor resistência ao invasor; surgiram em toda a Europa invadida, quase no dia seguinte à rendição ou derrota dos exércitos de seus países. Já se descreveu como os soldados poloneses, vencidos e dispersados, escondiam as armas ainda quentes, fuzis, metralhadoras e granadas, com a secreta esperança de utilizá-los algum dia contra os invasores do país. Já descrevemos também os métodos e táticas do "Armija Krajova", o Exército da Pátria, que atuando na clandestinidade, em meio a permanente risco mortal, conseguiu manter-se em pé de guerra formando numerosa força combatente bem armada e bem treinada. Assim, durante muitos meses fustigou ps forças de ocupação alemães, para culminar sua trajetória na sublevação de Varsóvia, num dos episódios mais trágicos da Segunda Guerra Mundial.



A mesma têmpera, os mesmos métodos e táticas, a mesma vontade de prosseguir a luta contra os ocupantes, animava os ex-membros dos exércitos vencidos pela Blitzkrieg alemã nos campos de batalha "convencionais". Uma intrincada rede de agentes cobriu a partir de 1940 os territórios da Dinamarca e da Noruega e logo depois da Holanda, Bélgica, França, Grécia e Iugoslávia. Graças à temerária atividade desses agentes, às vezes à custa da própria vida, o Estado-Maior britânico conseguiu ter a todo memento valiosíssimos informes dos movimentos inimigos, de suas intenções e de seu dispositivo bélico.



Outra importante missão dos "resistentes" era facilitar a fuga de personalidades políticas e militares perseguidas pelos autoridades de ocupação. O "viajante" passava de esconderijo em esconderijo, sempre nas mãos dos homens da Resistência, que formavam uma "corrente" até à costa. Ali outros membros da organização aproveitariam a primeira noite propícia para escapar à vigilância alemã nas praias e em alto mar e levar o fugitivo para as costas britânicas. Milhares de oficiais e soldados, franceses, noruegueses e poloneses, viveram essa aventura para incorporar-se às forças que se agrupavam na Inglaterra e prosseguir em luta contra o inimigo comum. Em cada um deles sentia-se entranhada e tese degaullista: "O país perdeu uma batalha, mas não a guerra".



Esses movimentos tiveram desde o início uma importância moral como expressão da força de vontade da Europa ocupada. Porém, na maioria dos países, pelo menos durante os primeiros anos da guerra, as atividades guerrilheiras se limitaram, além das missões de espionagem e de informação, a ocasionais atos de sabotagem e a operações de represália; tais atos desencadeavam a reação dos ocupantes, que em resposta multiplicavam as execuções de reféns, numa tentativa de intimidar os "resistentes". A proporção de reféns fuzilados como represália à morte de um soldado alemão variava dentro de um mesmo país de uma circunscrição a outra: as autoridades podiam "taxar" em 10 ou 20 franceses a vida de um alemão no sul da França e elevá-la a 100 ou 200 na região parisiense, ou mesmo chegar a 966 (todos os homens, mulheres e crianças do povoado), como no caso da localidade francesa de Oradour-sur-Marne.



De qualquer modo, desde o princípio da guerra até o fim da batalha de Stalingrado foi relativamente pequena a contribuição da Resistência ao esforço aliado na Europa ocidental; praticamente nula, ainda, a sua influência na estratégia conjunta. Porém, com a derrota do General Paulus e do seu 6o Exército nas margens do Volga, a Alemanha viu-se obrigado a aumentar as contribuições dos países submetidos e a incrementar o recrutamento de seus homens para a sua produção industrial. Essas medidas geraram descontentamento mesmo naqueles que consideravam a ocupação alemã como um mal apesar de tudo tolerável. Daí em diante quem quisesse escapar às levas de "voluntários" que iam trabalhar no Reich não tinha outra saída senão unir-se aos "maquis". A Resistência, com suas fileiras consideravelmente engrossadas, pôde desenvolver uma atividade muito maior que no passado, chegando a se converter num fator de ponderável importância militar dentro da estratégia aliada. Muito diferente foi o curso dos acontecimentos nos países ocupados da Europa Oriental. Na Polônia, Grécia, Iugoslávia e Rússia, graças talvez à configuração geográfica, extensas zonas permaneceram nas mãos dos guerrilheiros durante toda a guerra. As tropas alemãs somente podiam penetrar nelas quando apresentassem esmagadora superioridade numérica e material sobre as guerrilhas, que nesses casos optavam pela prudente retirada, reagrupando-se em outra parte para ali continuar a luta.



Em suas memórias o General Tippelskirch, que conduziu o 4o Exército alemão em retirada na Bielo-Rússia durante o verão de 1942, oferece um testemunho da situação quando afirma "que vasta extensão de bosques e pântanos entre o Dnieper e as imediações de Minsk esteve sempre controlada pelos partisans e que jamais, no decorrer de três anos, pôde ser limpa, e muito menos ocupada pelas tropas alemãs". Os bandos de guerrilheiros chegaram a contar com centenas de milhares de homens; desempenharam com perfeição o papel de "segunda frente perpétua" ao longo e ao largo da retaguarda alemã, impedindo ao Alto-Comando da Wehrmacht concentrar na frente do leste todos os recursos humanos de que dispunha. De fato, em inúmeras ocasiões o OKW teve que empregar parte das reservas estratégicas, e até retirar unidades da frente, para reforçar as forças especiais encarregadas de proteger as linhas de comunicações, permanentemente empenhadas numa luta implacável contra um inimigo que nutria absoluto desdém pelas regras da tática militar.



Uma guerra "diferente"



Ao amanhecer de 22 de junho de 1941, por ordem do seu comandante-chefe, Adolf Hitler, a Wehrmacht iniciou a operação "Barba Vermelha" segundo planos longamente estudados e calculados pelo Alto Estado-Maior alemão. Essa operação haveria de conduzir, em alguns meses, à destruição do poder soviético.



As espetaculares vitórias das primeiras semanas pareciam justificar qualquer otimismo; surpreendidos e destruídos em terra centenas de aviões russos, a Luftwaffe não encontrava oposição nos céus; o grosso das forças blindadas soviéticas foi destruído pela ação conjunta da aviação e de unidades encouraçadas; divisões russas e mesmo corpos de exército inteiros batiam desordenadamente em retirada para o leste, vencidos e desalojados pela manobra alemã; centenas de milhares de soldados russos eram apanhados em gigantescas "bolsas" que os atacantes deixavam para trás sem deter o seu avanço, pois sabiam que atrás viriam outras forças que se encarregariam de aniquilar os sitiados; intermináveis colunas de prisioneiros se arrastavam lentamente num êxodo para o oeste, para as fronteiras do Reich, cada vez mais distantes. O avanço fulminante havia colocado Leningrado, Moscou e Kiev - as três mais importantes cidades inimigas - a um tiro de canhão das tropas alemãs.



Porém, apesar de tudo, e nisto estão de acordo quase todos os escritores que estudaram a campanha da Rússia, os soldados vitoriosos tiveram desde o princípio a impressão que aquela guerra ia ser "diferente". Essa impressão crescia ao ver-se as unidades russas, aparentemente desmoralizadas após serem batidas uma e outra vez, repentinamente se voltarem e disputarem o terreno lutando até o último cartucho. Ou ao presenciar-se como as tropas, cercadas por forças superiores, em lugar de render-se como impunha o bom senso e as circunstâncias se dispersavam em bandos que abriam caminho rumo às distantes linhas russas ou desapareciam nos bosques, onde sua presença se traduziria em assaltos a patrulhas e comboios alemães isolados.



"Querem uma guerra de extermínio? Pois a terão!"



A 3 de julho, 15 dias depois da invasão alemã, o ditador russo, Stalin, emitiu num discurso as seguintes instruções: "... Nos territórios ocupados devem ser formadas unidades de guerrilheiros... É preciso criar muitos grupos para combater as unidades inimigas, para estender a luta de guerrilhas a toda parte...".



A ação dos grupos que lutavam na retaguarda começou a se fazer sentir em escala apreciável na última ofensiva alemã do outono de 1941, no fracassado ataque frontal contra Moscou. Muitos comentaristas alemães citam as dificuldades de abastecimento de suas tropas combatentes, devido às sabotagens dos guerrilheiros; Otto Skorzeny, o homem que resgatou Mussolini em 1943, descreve em seu livro autobiográfico Viver Perigosamente várias cenas que espelham o que sucedia atrás das linhas alemães. Mostra principalmente o clima obsessivo que reinava nas suas fileiras durante a retirada após a contra-ofensiva russa de inverno. Aqui estão dois trechos do livro: "... Nosso período de descanso foi anulado e nos apressamos a cumprir a ordem recebida. A defesa do nosso novo setor apresentou-se mais áspera do que pensávamos. As colinas em frente eram cobertas de bosques espessos e os russos nos mostraram pela primeira vez a sua tática de ataques noturnos. Deslizavam entre nossas linhas em pequenos grupos; depois se reuniam num ponto determinado e nos atacavam pelas costas, de surpresa, onde menos esperávamos. Todas as noites se multiplicavam os ataques, o que nos obrigava a reforçar nossas posições com patrulhas que não tinham um só momento de descanso.



"Aqueles ataques noturnos demonstraram o perfeito adestramento dos combatentes russos. Moviam-se dentro da noite com a mesma segurança que durante o dia, atacavam com todos os meios à disposição e lutavam como leões. Quando achavam conveniente, metiam-se nos bosques e desapareciam. Por esta razão os bosques se converteram em "tabu" para nós. Aquela nova tática dos russos proporcionou-lhes ótimos resultados, ocasionando-nos baixas incontáveis. Somente conseguimos anulá-la ao concluir que devíamos reforçar nossa vigilância noturna, descobrir as zonas onde eles se reuniam e ataca-los..."



Skorzeny continua mais adiante: "... Mas, apesar da quantidade de prisioneiros que fazíamos, nunca pudemos limpar por completo os bosques espessos nas imediações da "bolsa" e tampouco conseguíamos nos apoderar do material de guerra que os russos abandonavam neles.



"Durante o transcurso do inverno seguinte, os soviéticos enviaram àqueles bosques várias patrulhas bem treinadas que puderam resgatar todo o material abandonado. Essas patrulhas se infiltravam através das nossas linhas amparadas na escuridão da noite. Em muitas ocasiões foram lançadas por aviões que voavam a baixa altura, o que permitia aos homens saltar sobre o neve espessa sem pára-quedas (sic). Quando menos esperávamos, estava formada uma poderosa força russa munida das armas mais modernas e eficazes, inclusive tanques, imediatamente atrás da frente alemã. Aquela força, altamente eficiente, interveio em todos os combates dando-nos muito trabalho.



"A rota que levava de Juchnow a Gshatks atravessava na sua maior parte bosques fechados. Somente podíamos percorrê-la com poderosas formações, pois várias tropas russas, que se haviam negado a render-se, tornavam nossa vida impossível. De outra feita, quando chegamos a Gshatks, começamos a marchar pela auto-estrada Smolensk-Moscou. Corriam as primeiras semanas do mês de outubro. Encontramos um cruzamento fortemente defendido e tivemos que manter uma dupla frente... Em certa ocasião, inesperadamente, os russos que estavam cercados na "bolsa" de Viasma nos atacaram pelo leste. E noutra vez, as tropas que se haviam fortalecido em nosso flanco ocidental fizeram todo o possível para romper o cerco e libertar seus companheiros de armas...".



Um grave obstáculo: a escassez de armas



Apesar de ter sido criado em Moscou, em princípios de 1942, um Estado-Maior encarregado de coordenar as atividades guerrilheiras com as necessidades operacionais do exército, o certo é que na primeira fase da luta russo-germânica essa coordenação poucas vezes chegou ao nível desejado. De fato, quase todos os relatos de homens e mulheres que participaram nesse gênero de luta coincidem em salientar que a escassez de armamento foi a principal dificuldade com que os guerrilheiros toparam nos primeiros meses. A tal ponto que em muitos casos somente puderam dispor das armas e munições que conseguiam arrebatar aos alemães, sendo muitas as formações que só aceitavam homens que dispusessem de armamento próprio. Houve ocasiões em que os candidatos se alistavam na polícia ucraniana, a serviço dos alemães, para desertar depois de armados.



Essa atitude de deixar os guerrilheiros entregues aos seus próprios e minguados recursos é explicada pelos comentaristas soviéticos com o argumento de que o Stavka, o comando supremo, apenas dispunha naquela época de armas suficientes para equipar as unidades do exército regular, além de que, logicamente, devia concentrar todos os seus esforços na contenção da ofensiva alemã e na estabilização de uma frente que se estendia ao longo de mais de 2.000 quilômetros.



A situação dos guerrilheiros melhorou sensivelmente em todos os sentidos durante a primavera e o verão de 1942, quando começaram a receber por via aérea grandes remessas de armamento. Algumas formações guerrilheiras passaram a dispor de abundantes morteiros e até mesmo de artilharia. Também melhorou em muito sua capacidade operativa ao receber o reforço de unidades inteiras do exército vermelho, treinadas para essas missões especiais, que eram lançadas de pára-quedas ou transportadas até aeródromos improvisados pelos guerrilheiros.



O manual do guerrilheiro



A tarefa de controlar os milhares de bandos dispersos no enorme território da Rússia ocupada, que muitas vezes ignoravam inclusive a existência de grupos amigos lutando a poucos quilômetros de distância, exigiu do Estado-Maior Central guerrilheiro um gigantesco esforço de organização. Teve que criar em seu QG diversas seções encarregadas de atender e satisfazer aos pedidos de armamento, víveres, medicamento e equipamento de inverno formulados pelos combatentes; de estudar e classificar todas as informações recebidas, especialmente relativas a movimentos de tropas do inimigo, imediatamente transmitidas ao Stavka; estabelecer e manter uma rede de agentes encarregada de comunicar ordens e determinações aos que combatiam na retaguarda alemã a fim de conduzir a luta de forma coordenada.



O trabalho de uma das seções, incumbida de reunir, estudar e classificar as experiências vividas pelos combatentes, deu como resultado, no verão de 1942, um livro de 420 páginas intitulado O Manual do Guerrilheiro, cuja simples leitura dá clara idéia da formidável importância que já naquele momento o Alto-Comando russo atribuía às atividades guerrilheiras. O livro, distribuído entre aqueles a que se destinava, era um compêndio detalhado das situações que podem se apresentar nesse tipo de luta e das soluções mais adequadas a cada caso.



O livro terminava com um vocabulário russo-alemão que bem podia qualificar-se de "funcional", além de ter um guia rudimentar de palavras adequadas para circunstâncias particulares, como Halt! Hände Hoch! Waffen hinlegen! (Alto! Mãos ao alto! Joguem fora as armas!); Ergieb dich! Raus aus dem Hauser! Bei FIuchtversucht wird geschossen! (Rendam-se! Saiam da casa! Aquele que tentar fugir é um homem morto!); e Wo befinden sich deutsche Truppen? Wo noch? Wo sind Minen gelegt? (Onde estão as tropas alemãs? Em que outros lugares? Onde estão as zonas minadas?).



As contramedidas alemãs



O exército alemão não poderia suportar paciente e resignado que uma ação em sua retaguarda constituísse ameaça para suas comunicações e suas tropas. Imediatamente entraram em vigor medidas severíssimas que implicavam na pena de morte não somente para os guerrilheiros e sabotadores, como para aqueles que os ajudassem e os escondessem; até mesmo para aqueles meramente suspeitos de uma coisa ou outra. Os povoados das "áreas de guerrilhas" foram incendiados e a população executada ou deportada. Apenas na província de Kaluga as execuções de civis por "simpatizar com os guerrilheiros" ascenderam a mais de 20.000. Em pequenos distritos como Ludovino e Diatkovo, nas cercanias de Briansk, até novembro de 1942 haviam sido executados mais de 2.000 civis e incendiadas mais de 500 casas, sendo deportadas outras 5.000 pessoas para trabalhos forçados na Alemanha.



Nada mais ilustrativo a respeito que a ordem pessoal do Führer, de 16 de dezembro de 1942, também com a assinatura do Marechal Keitel, comandante-chefe do Comando Supremo da Wehrmacht (OKW): "Se a repressão aos guerrilheiros, no leste como nos Bálcãs, não for efetuada, as forças de que dispomos serão dentro em pouco insuficientes para exterminar essa praga. Por conseguinte, as tropas têm o direito e o dever de utilizar quaisquer meios... contanto que eficazes e que nos permitam alcançar o triunfo. Escrúpulos de qualquer espécie constituem crime contra o povo e os soldados alemães... A nenhum alemão que participe em ações contra os bandidos e seus cúmplices se poderá imputar, do ponto de vista jurídico ou disciplinar, responsabilidades pelos atos de violência cometidos".



A batalha dos trilhos



A criação do Estado-Maior Central guerrilheiro logo começou a dar frutos. Além de suas habituais operações de fustigamento, os irregulares efetuaram muitas ações em perfeita coordenação com o exército russo. Hoje se reconhece oficialmente que, de modo acentuado, o êxito da batalha de Stalingrado (outono e inverno de 1942) foi devido às dificuldades de abastecimento por que passou o 6o Exército alemão, em virtude dos constantes ataques guerrilheiros contra suas linhas de comunicações. O início da ofensiva de Von Manstein, que em dezembro daquele ano tratou de liberar os sitiados na capital do Volga, sofreu atrasos sucessivos que a condenaram ao fracasso pela lentidão com que os transportes chegavam à zona de concentração.



Porém, possivelmente a mais espetacular destas operações coordenadas foi a "batalha dos trilhos". A 14 de julho de 1943 o comando soviético ordenou aos guerrilheiros que iniciassem "uma série de operações conjuntas para bloquear totalmente o tráfego ferroviário inimigo". Os planos haviam sido detalhadamente estudados antes, principalmente com referência às regiões de Briansk, Gomel e Orel, onde o exército russo preparava violenta ofensiva a fim de explorar a recente vitória em Kursk, considerada a "maior batalho de tanques da história".



Somente na noite de 21 de julho verificaram-se 5.800 explosões nas vias férreas que atravessavam a região; ao todo, entre essa data e 23 de setembro, os guerrilheiros de Briansk e Orel mandaram pelos ares 17.000 trechos ferroviários. Sua ação foi superada pelos irregulares da Bielo-Rússia, que entre janeiro e maio de 1943, antes da "batalha dos trilhos", fizeram descarrilar 634 trens; estes grupos deixaram fora de ação dois terços das estradas de ferro da Bielo-Rússia em agosto de 1943, e até o final desse ano dinamitaram mais de duzentos mil trilhos, destruíram ou descarrilaram mais de mil trens com tropas ou equipamentos militares, destruíram ou avariaram igual número de locomotivas, além da destruição total ou parcial de quase uma centena de pontes de estrada de ferro.



Os efeitos da "batalha dos trilhos" sobre o curso das operações bélicas desse verão (ofensivas russas na Ucrânia e Bielo-Rússia) foram unanimemente reconhecidos pelos comentaristas militares alemães. O próprio Marechal Jodl, chefe do Estado-Maior alemão, admitiu a 3 de novembro de 1943 que em julho, agosto e setembro daquele ano haviam registrado respectivamente 1.560, 2.121 e 2.000 atentados contra vias férreas, os quais haviam causado tremendo efeito sobre as operações militares, afetando até mesmo os planos para a retirada das tropas.



Os guerrilheiros se tornam soldados



Apesar das severas medidas de repressão postas em prática pelas autoridades alemãs, as fileiras guerrilheiras engrossaram vertiginosamente no transcurso da guerra. As numerosas baixas sofridas por suas formações não afetavam, com isso, o seu poder combativo. Também na Rússia, o maior incremento do movimento de guerrilhas registrou-se depois da batalha de Stalingrado. Houve para isso duas boas razões, em parte subjetivas e em parte objetivas. Em primeiro lugar, as deportações e requisições de pessoas para as fábricas alemãs aumentaram depois de Stalingrado e a maioria preferia morrer lutando nas bosques do seu país que perecer de esgotamento em algum ponto remoto do III Reich. Por outro lado, a partir de 1943 difundiu-se cada vez mais a crença de que a Alemanha acabaria perdendo a guerra, e essa quase certeza impulsionou muita gente à luta. Hoje se calcula que entre 1943 e 1944 mais de meio milhão de combatentes irregulares armados combatiam no solo russo ocupado, divididos em incontáveis pequenas e grandes formações. Em numerosíssimos casos seus feitos permanecem desconhecidos e assim ficarão para sempre porque morreram todos os seus integrantes. Mais difícil ainda será estabelecer, mesmo aproximadamente, a cifra de guerrilheiros mortos em combate, em conseqüência das operações punitivas e de repressão empreendidas pelos alemães.



Ao se aproximarem as vanguardas do exército vermelho, os irregulares ocupavam aldeias e cidades às vezes com dois ou três dias de antecedência à chegada das tropas. Dessa forma muitos edifícios e casas puderam escapar da destruição, já que os alemães em retirada não tinham tempo de aplicar sua tática de "terra arrasada".



Uma vez realizado o encontro de ambas as forças russas, os guerrilheiros eram enviados a acampamentos especiais onde recebiam rápido treinamento "regulamentar" antes de serem incorporados ao exército. Quase uma quarta parte deles tiveram de ser declarados não aptos para o serviço militar em virtude de enfermidades mentais e físicos particularmente a tuberculose contraídas nos longos meses de agruras e tensões na vida de guerrilha.



Uma possível brecha na "fortaleza européia"



Na madrugada de sábado, 6 de abril de 1941, quando os "Stukas" bombardeavam Belgrado e as divisões alemães iniciavam sua marcha partindo das fronteiras, soava a hora da derrota militar da Iugoslávia e da Grécia. Uma semana depois estava totalmente batido o exército dos sérvios, croatas e eslovênios. Um mês e meio depois tinha a mesma sorte o Exército Real da Grécia, que alguns meses antes conseguira vitórias parciais em sua guerra com a Itália; este exército fora reforçado por um corpo expedicionário britânico que sofreu duras perdas no assalto alemão à ilha de Creta, último baluarte da resistência grega. Porém, as montanhas e os bosques, abundantes tanto na Iugoslávia como na Grécia, iam servir de albergue e refúgio a muitos milhares de homens que não se conformavam com a idéia da pátria vencida e ocupada. Em conexão com o QG britânico no Oriente Médio, que com relativa freqüência lhes proporcionava armas e munições por via aérea, estes grupos de combatentes irregulares iriam manter ocupadas, durante toda a guerra, numerosas forças alemães encarregadas da sua repressão.



A presença de guerrilhas na Grécia e na Iugoslávia foi uma considerável contribuição ao esforço bélico aliado, já que além de prender e distrair as forças de repressão - não utilizadas assim em outros teatros de guerra - obrigou o OKW a aumentar seus efetivos nesses países, ante o temor de que as regiões guerrilheiros servissem de cabeça-de-ponte para a segunda frente aliada. Esse temor - e a conseqüente necessidade - de enviar mais tropas à zona tornou-se agudo quando os Aliados se apoderaram do norte da África e da Sicília e parecia que o próximo golpe seria precisamente nos Bálcãs. Isso se depreende da diretiva n° 46 do Führer, emitida, a 26 de julho de 1943: "As medidas inimigas no Mediterrâneo oriental, em conjunção com o ataque à Sicília, indicam para breve as operações de desembarque no Egeu, contra nossa linha Peloponeso-Creta-Rodes e contra a costa ocidental da Grécia, com bases nos ilhas Jônicas. Se as operações inimigas se estenderem da Sicília ao sul da península itálica poderemos deparar com um assalto à costa oriental do Adriático, ao norte dos estreitos de Otranto. O comando dos operações inimigas se baseia também no movimento bandoleiro, crescentemente organizado e alimentado pelo adversário no interior do área oriental sul..." "... Na retaguarda: a tarefa mais urgente do comandante-chefe do sudeste é destruir os grupos de bandidos da Grécia, Sérvia e Croácia, a fim de manter desimpedidas nossas linhas de abastecimento, em especial as vias férreas, para garantir a indispensável liberdade de movimento nas zonas da retaguarda...".



A Itália fora de combate



Até 8 de setembro de 1943, quando se tornou público o armistício firmado dias antes entre os Aliados e a Itália, pode-se dizer que não existiu nesse país nenhum movimento guerrilheiro ativo. Porém, com a virtual dissolução do exército italiano, ao se dispersarem muitas unidades e ao serem outras desarmadas pelos alemães, os elementos antifascistas civis e militares se lançaram à luta contra os ocupantes alemães. Na retaguarda alemã, no centre e norte da Itália, atuaram dois grandes movimentos guerrilheiros, Giustizia e Libertà e Garibaldini, sob os ordens do General Rafaele Cadorna. Logo a estas forças se uniram duas divisões integrados por desertores italianos que lutavam sob as ordens de Tito na Iugoslávia: o Itália-Garibaldi e a Gramsci; com eles vieram numerosos iugoslavos especialistas em atividades de guerrilha. A milícia fascista de Mussolini foi praticamente neutralizada e também os alemães sofreram fortes baixas: o Marechal Kesselring admitiu que entre junho e agosto de 1944 mais de 7.000 alemães foram mortos e outros 25.000 ficaram feridos em ações travadas em locais distantes da linha de fogo.





Anexo



Outono sangrento

Stefano Pellegrino, do seu escritório, contemplava as pessoas que passeavam na praça Itália. Pellegrino, escrevente municipal na cidade de Boves, trabalhava mal-humorado, sentindo o calor daquela manhã de outono. "Se não fosse pelo trabalho, estaria bem longe daqui..." pensava.

Boves não era uma cidade grande e nem diferia das outras do norte da Itália: uma ampla praça central rodeada de casarões de dois ou três andares, a igreja romana com companário barroco, a fonte, os repuxos, o sol que àquela hora empurrava as sombras para a beira dos caminhos. Se Pellegrino levantasse os olhos sobre os telhados veria o contorno verde e azulado das montanhas.

Ia concentrar-se no trabalho quando um carro cruzou a praça; era um veículo das SS alemãa ocupado por dois oficiais. O automóvel parou na esquina de Trieste com a praça Itália. Os oficiais desembarcaram e o escrevente viu, surpreso, que pela mesma rua chegava um caminhão dos "partisans", que vinham habitualmente comprar mantimentos. Os oficiais não tiveram tempo de raciocinar e foram obrigados a render-se. Os "partisans" fizeram-nos entrar no caminhão e se afastaram: Pellegrino voltou ao trabalho com a idéia de não levantar mais a cabeça até terminar. Porém este seu propósito era muito otimista. Uma hora mais tarde uma coluna blindada entrou em Boves. Eram elementos SS da 34a Divisão comandada pelo Major Pejper, sediada em Cuneo. Pejper trazia ordens concretas: ou os guerrilheiros devolviam os dois oficiais ou o povoado seria arrasado.

O pároco Giuseppe Bernardi e o industrial Antonio Vassallo, presidente do hospital de caridade de Boves, apresentaram-se pedindo autorização para negociar com os "partisans" o resgate dos dois prisioneiros. Pejper aceitou, reiterando a ameaça: "Se meus oficiais não aparecerem, Boves será transformada num montão de escombros".

Enquanto isso, carros da coluna cercaram a pequena cidade e uma patrulha entrou em combate com "partisans" do grupo "Ignacio Vian".

As duas da tarde mais ou menos, o padre e o negociante seguiram para as montanhas. Passada uma hora, regressaram acompanhados dos dois oficiais sãos e salvos. Pejper porém, furioso com a resistência dos homens de "Ignacio Vian" à sua patrulha, ordenou o ataque. Os blindados movimentaram-se lenta e precisamente para o centro de Boves.

Utilizaram lança-chamas, bombas de fósforo, granadas incendiárias, destruindo primeiro os edifícios da periferia e depois os das ruas Bisalta e Trieste, da praça Itália, praça Garibaldi etc.

Durante o ataque morreram 59 civis; entre eles o padre Bernardi e o industrial Vassallo.

Em meio ao incêndio, Stefano Pellegrino tratava de salvar os antigos documentos conservados na biblioteca da municipalidade. A meia noite as chamas se erguiam bem altas, dando a impressão de pleno meio-dia. "Todo o município parecia um vulcão..." recordaria mais tarde o escrevente. As penúrias de Boves, porém, não terminaram ali. Em fins de 1944 os alemães passaram novamente pelo povoado, seguindo as pegadas do bando de "Bisalta", "partisans" que operavam no local. Durante quatro dias (31 de dezembro de 1943, 1o, 2 e 3 de janeiro de 1944), atacaram novamente matando dez civis e destruindo as únicas casas ainda de pé.





Os corsos gostam de maçãs

Jacques Manachem tinha 29 anos quando os alemães chegaram à ilha. Sentado num restaurante que dava para a baía, viu-os desembarcar. Havia rumores a respeito, porém ele não acreditava; parecia tão pouco provável que a Córsega representasse algum objetivo apreciável... Manachem, francês alto e de rosto ascético, fôra antes fotógrafo do "Soir", em Paris, até que aceitou ser correspondente na ilha. O fato concreto, porém, apesar do ceticismo de Jacques, era que os alemães chegavam para ficar. Quando os invasores chegaram em 1941, a Córsega era uma ilha francesa do Mediterrâneo, com população calculada em pouco menos de 300.000 habitantes. Rebanhos de cabras e ovelhas pastavam nas faldas da cordilheira ao longo da ilha, numa extensão de 175 quilômetros. Havia também zonas de vinhedos e oliveiras. Fora isso e o fato de ter sido berço de Napoleão, a Córsega nada mais tinha a oferecer.

Logo no dia do desembarque Manachem compreendeu que a resistência era possível. Com quatro companheiros, constituiu a primeira guerrilha corsa da Segunda Guerra Mundial. Cada membro tinha a obrigação de organizar outro grupo de cinco; cada um destes últimos devia formar novos grupos de igual número e assim sucessivamente, até que a entidade secreta se alastrou por toda a ilha.

Os patriotas necessitavam de uma fonte comum de informação e comunicação. Para essa necessidade Manachem fundou sob o título de "Le Patriote" um boletim que constituía o "Órgão da Frente Nacional da Córsega".

Os invasores souberam que o francês dirigia a publicação e se dispuseram a eliminá-lo, porém a máquina de impressão estava nos montes agrestes da Córsega, chamados "maquis", de vegetação tão densa que não se pode distinguir nada. Uma vez uma patrulha se aproximou do esconderijo de Manachem. O francês parou a máquina e os soldados passaram a dois metros de distância, sem vê-la.

"Le Patriote" continuou saindo. A edição, de uns 5.000 exemplares, circulava de mão em mão entre os corsos.

Gradativamente foram estabelecendo comunicação com os Aliados pelo radio. Os aviões ingleses e americanos começaram a lançar armas e munições para ajudá-los. O problema era coordenar os lançamentos para que caíssem em mãos corsas e não alemãs. Finalmente idealizou-se um código para informar os pilotos sobre os lugares adequados e convencionou-se um sistema de sinais por meio de fogueiras. A frase "Nós gostamos de maçãs", por exemplo, significava: "Esta noite, ao largo de Ajaccio, no mesmo ponto e com o sinal de costume".

No começo de 1943 havia na ilha uns 15.000 guerrilheiros bem armados, ou seja, a terça parte dos homens disponíveis da ilha.

A 9 de setembro desse ano os Aliados desembarcaram em Ajaccio. Com a rendição da Itália os soldados de Mussolini confundiram-se com a população; os alemães se retiraram para o norte a fim de passar para a península italiana através de Bástia, porém as guerrilhas os fustigaram continuamente, cortando-lhes a retirada pelo litoral do Tirreno. Os alemães tiveram que recorrer à artilharia para abrir caminho em direção ao norte e se viram obrigados a travar combates para superar cada quilômetro. Nessas ações pereceram quinhentos guerrilheiros corsos, porém a retirada do inimigo se prolongou por seis meses.

Jacques Manachem pensava em todas estas coisas quando voltou para casa, depois de assistir ao desfile da vitória em Ajaccio, no dia da libertação. Chegando em seu quarto começou a datilografar o editorial que deveria aparecer no dia seguinte no "Le Patriote":

"Estes homens não precisam de lições de patriotismo" - escreveu. "Quando decidiram oferecer resistência a um governo imposto pela força, descobriram o que almejavam e o que significa o governo livre. Sua resolução de desafiar a morte nasceu do coração, e esse sentimento vingou em toda parte. Ao chegar o momento crítico, deixaram de lado a política. O único objetivo era a liberdade dos que estavam vivos e a esperança de vida para os que não haviam ainda nascido. Nossa ilha é pequena; porém, como em toda a Europa, nela existem patriotas que lutam sob a ameaça da morte, perseguidos como se fossem ladrões ou assassinos. Eles também sabem o que é viver livre. Chegará o momento em que transformarão seus ideais em ação, e viverão sua tão ansiada liberdade".





A festa da padroeira

Foi uma infeliz confusão. O Alto-Comando Aéreo aliado, porém, não sabia de nada. Num povoado corso junto à costa celebravam a festa da padroeira acendendo grandes velas de cera em volta da praça.

O Alto-Comando Aéreo aliada ignorava essas coisas; sabia concretamente que na ilha da Córsega atuavam uns 15.000 guerrilheiros e que era preciso abastecê-los com armas e munições.

O vôo estava previsto para 19 de junho de 1943, a noite dos festejos da padroeira. O C-54 deixaria cair os pacotes num setor próximo à costa, onde a resistência teria acendido fogueiras em forma de cruz.

Quando o piloto sobrevoou a ilha viu a luz dos candelabros formando o sinal convencionado. Soltou então os pacotes de armas e munições, certo de que caíram no lugar exato. Os devotos cantavam, os rostos iluminados pela luz das velas, quando viram os pára-quedas. Caíam do céu, enrolando-se nos arbustos, assustando os cachorros, debandando os fiéis, armando, enfim, a maior confusão.

Perto uma patrulha alemã estava de prontidão para evitar distúrbios. Os aldeões correram para recolher os caixotes que se espatifavam por todo lado, enchendo a rua de fuzis e balas. Os alemães gritaram advertindo que não se tocasse em nada, porém o tumulto foi maior. Afinal, o oficial mandou que se disparasse contra a multidão... Houve cinco mortos e muitos feridos na comemoração do dia da padroeira; foi uma infeliz confusão. Mas o Alto-Comando Aéreo aliado não sabia de nada.





Uma locomotiva a menos

A forma era diminuta e irregular, porém a contextura servia. Algo assim como grafite, com a consistência da pedra-pomes. Não se desfazia com facilidade e, apesar do aspeto inocente, em contato com o fogo provocava um desprendimento de energia ao qual nem o ferro resistia. Pikula os embrulhou cuidadosamente com o pão, o toucinho e a fruta. Depois fechou a porta da sua casa e montou na bicicleta. Foi pela avenida e depois seguiu uma rua lateral até o pátio de manobras.

O soldado alemão o olhou e Pikula sorriu. O soldado fez um movimento de cabeça, puxando a trave do portão.

O pátio de manobras fazia parte de um sistema ferroviário polonês que os alemães utilizavam como núcleo de comunicações. Pikula, porém, não trabalhava precisamente no pátio; na realidade não era tão importante, somente arrumava peças num depósito. Não era trabalho pesado nem requeria um "especialista"; simplesmente precisava saber onde estavam as coisas quando os engenheiros e técnicos pediam peças sobressalentes.

Nesse mesmo depósito havia um quartinho cheio de correntes e pedaços de ferro sujos de graxa. Pikula trocou de roupa, abriu o pacote do almoço e retirou os pedaços da substância. Colocou-os dentro de um caixão de ferramentas, embaixo de um banco.

Dentro do caixão havia outros pedaços da substância, mas de qualquer modo a quantidade não passava de simples punhado.

- É quase suficiente - pensou o polonês. Agora o que está faltando é a oportunidade. Tem que ser logo porque corro perigo com este negócio aqui; e depois, se alguém deve ser preso, que seja por ter feito algo importante e não apenas por planejar...

Essa idéia lhe ocorrera quatro meses atrás. O que aconteceria se misturasse um explosivo à carga de carvão de uma locomotiva?

Um explosivo muito semelhante ao carvão, suficientemente pequeno e forte, para que fosse eficiente e não comprometesse.

Pikula jamais pensara em ser herói, mas vivia tão sozinho... E um homem sozinho, como ele mesmo dizia, pode chegar a imaginar as coisas mais inverossímeis para chamar a atenção...

Explicou a idéia a um professor de química, seu vizinho, mentindo sobre a finalidade.

- Professor, tenho um amigo a quem quero pregar uma peça. É muito friorento e mantém no seu quarto um fogareiro. Os médicos já lhe disseram que as emanações do carvão fazem mal e que ele acabará intoxicado. Mas não quer saber de nada. Seu único problema é o frio, e não acredita que o carvão possa ter gases tóxicos. Pensei que podia assustá-lo. Por exemplo, não há um jeito de provocar uma pequena explosão? Ele se assustaria e é bem capaz de deixar o fogareiro!...

O professor respondeu que os médicos tinham razão. Uma sua tia, irmã do seu pai, morrera desse mesmo modo em Varsóvia, quando ele era pequeno. A brincadeira, embora pessoalmente não estivesse de acordo com esse tipo de corretivo, era possível. Bastava uma pequeníssima partícula de um tipo de carvão que podia ser conseguido em qualquer laboratório. A dose teria que ser muito pequena, porque um punhado podia fazer voar um grande rebocador. Os olhos de Pikula se iluminaram e ele disse: - Mas é um explosivo muito forte. Nem mesmo em pequenas doses é possível consegui-lo nos dias de hoje. Os alemães têm uma relação de todos os estaques de explosivo da cidade...

O professor respondeu que, tratando-se de uma quantidade tão pequena poderia consegui-la com algum ajudante ou zelador de escolas elementares.

Pikula mexeu-se muito durante dois meses. Teve que falar com uma porção de gente, porque para a quantidade que necessitava teria que recorrer a vários laboratórios de escolas elementares. Assim pouco a pouco foi conseguindo o seu punhado de partículas de fogo, que transportara à fábrica misturando ao seu almoço. Agora só faltava a oportunidade...

Uma segunda-feira, ao entardecer, o movimento de trens era grande e o comando decidiu que uma vez terminadas as tarefas os operários não especializados ajudariam a carregar carvão nas caldeiras.

Era a oportunidade. Pikula encheu os bolsos com os pedaços da substância e, com ar aborrecido, encaminhou-se para o pátio de abastecimento. Trabalhou um longo tempo. Quando regressou tinha as mãos cheias de bolhas, o rosto preto de carvão e os bolsos vazios. Lavou-se, sem pressa nenhuma. Agora não havia nada em seu quarto de correntes enferrujadas que pudesse comprometê-lo.

Chegou em casa e se atirou na cama. Faltava apenas esperar os acontecimentos.

No dia seguinte montou sua bicicleta, pedalou pela avenida e pelo caminho lateral até o pátio de manobras. Sorriu ao soldado e este abriu o portão.

Quando ia entrando no depósito um companheiro se aproximou: "Ontem estive carregando carvão nas locomotivas até tarde mas parece que em vez de dizer obrigado vão nos mandar a todos que colaboramos para um campo de concentração. Uma das locomotivas explodiu a dez quilômetros daqui... Dizem que foi sabotagem..."

- E o que é que nós temos com isso? - exclamou Pikula com o ar mais incrédulo...





Um rato covardão

Este é o relato do General Nieh, um dos chefes da resistência chinesa contra a invasão japonesa:

"No princípio carecíamos de experiência para lutar contra um inimigo equipado com armas tão modernas como tanques, artilharia e aeroplanos. Por outro lado os japoneses jamais haviam enfrentado um inimigo tão perito na tática de guerrilhas como nós. Para fazer frente à crescente ameaça em sua retaguarda, começaram a operar contra nós com seus tradicionais ataques frontais, empregando fortes bombardeios terrestres e aéreos para capturar qualquer ponto em que estivéssemos. Quando por fim o tomavam, acreditavam que a batalha tinha terminado. Nós, porém, nos havíamos limitado a evacuar o ponto, a fim de dar a volta e atacá-los pela retaguarda. Quase sempre os obrigávamos a bater em retirada mediante a tática de cortar as linhas de comunicações que os ligavam às bases. A vantagem principal era nossa extrema mobilidade, diante dos japoneses travados pelo pesado equipamento mecanizado, de escassa utilidade contra um inimigo que se recusava a enfrentá-los numa guerra de posições. E como são necessários dois antagonistas para que possa haver luta, os japoneses somente conseguiam combater conosco quando nós queríamos e para tanto escolhíamos o momento mais propício. Numa ocasião os japoneses enviaram uma poderosa coluna de mil homens para descobrir e aniquilar nossas guerrilhas. "Atraímos a coluna para um grande bolsão e depois os atacamos de surpresa, antes do alvorecer, e os fizemos retroceder até um pequeno vale. Uma vez ali, os separamos com um fogo cruzado de efeitos tão catastróficos que nem sequer tiveram tempo de desmontar a artilharia que transportavam no lombo de mulas. Com exceção de alguns poucos que talvez tenham escapado individualmente, não houve sobreviventes inimigos. Quando terminou a batalha, não restava um só japonês com vida em todo o campo de batalha. Conseguimos uma excelente presa de guerra, principalmente em artilharia, embora tenhamos perdido muito tempo para aprender a usá-la. Quando conseguimos, empregamos seus próprios canhões contra suas casamatas. Enfurecido, o General japonês Kishiu decidiu dirigir pessoalmente outra poderosa coluna de mil homens numa expedição punitiva. Como antes, permanecemos em nossos esconderijos das montanhas e os deixamos entrar na ratoeira que havíamos preparado. Então caímos sobre eles antes que pudessem se recompor da surpresa. Os japoneses sobreviventes pediram ajuda pela rádio.

"Uma terceira coluna de reforço, integrada por mil homens, foi também dizimada. Como nos casos anteriores, permitimos que se aproximassem e, no fim daquele dia, somente 300, de um total de 3.000 japoneses, conseguiram romper o cerco e voltar à sua base.

"Enquanto isso, a fim de vingar a morte do General Kishiu, os japoneses agruparam uma força de 50.000 tropas selecionadas e lançaram uma campanha ambiciosa.

"Empregando táticas terroristas, os japoneses incendiaram e mataram tudo o que encontraram pela frente. As coisas começaram a ficar pretas para o nosso lado. Hankow havia caído e os japoneses, que antes se jactavam de que os chineses não podiam travar batalhas de posições, começaram a proclamar que os chineses eram também um fracasso como guerrilheiros. "Porém os japoneses cantaram cedo demais a vitória. Novamente esperávamos o momento propício, e assim conseguimos romper o anel de ferro que nos apertava e nos reagrupamos na retaguarda do inimigo. Uma vez feito isso, atacamos violentamente, semeando a confusão nas linhas japonesas.

"Finalmente os invasores compreenderam e começaram a nos ver como éramos na realidade: uma verdadeira ameaça para todas as suas posições no norte da China. Encomendaram a um dos táticos mais capazes a tarefa de realizar um exaustivo estudo das táticas de nossas guerrilhas. Esse perito elaborou dois sistemas a que deu o nome de "dispersão em extensão" e "bicho da seda". Uma intrincada rede de arame farpado foi estendida por toda a zona. Em seguida os japoneses iniciaram a tática do "bicho da seda", isto é, a expansão gradual da sua rede de fortificações com a inclusão de um número crescente de postos fortificados, em intervalos cada vez mais reduzidos. Desta maneira os japoneses esperavam comprimir as zonas dentro das quais as guerrilhas do Paluchun (Exército guerrilheiro chinês) se movimentavam e se apoiavam reciprocamente.

"O Paluchun replicou lançando uma atrevida contra-ofensiva geral; a princípio atacaram as vias ferroviárias e as estradas, com o fim de desmembrar e destruir as comunicações do inimigo. Depois se concentraram a operar contra os postos fortificados e casamatas isoladas e, com a artilharia conquistada aos japoneses, começaram a destruí-los um por um.

"Os japoneses construíram novos postos e casamatas ao longo de suas linhas de trânsito. Esses fortes em miniatura foram reforçados mais tarde com uma dupla linha de profundas trincheiras, várias fileiras de arames farpados e muitos postos de tiro cobertos de troncos de árvores.

"Porém não se conformaram com seu sistema defensivo, mas tentaram ainda lançar um novo ataque para livrar-se do Paluchun de uma vez por todas. Reuniram um poderoso exército de uns 70.000 japoneses e uns 30.000 soldados mercenários e, uma vez realizada uma enorme manobra de cerco em toda a região de Peiyao, começaram a concentrar-se de novo, tomando as montanhas Wutai como centro. Como etapa seguinte à vitória nas montanhas haviam projetado descer às planícies para destruir os últimos focos. "Na sua fúria, destruíram tudo o que encontraram, num esforço supremo de destruir para sempre o Paluchun. Isso é o que chamavam tática de "tirar água". Porém, destruir povoados e aldeias não significava de maneira alguma destruir nossas guerrilhas. O peixe não pode viver se o mar está vazio. E os japoneses fracassaram novamente, admitindo a frustração pela imprensa que vociferava: "O exército japonês é como um leão feroz que não pode agarrar um rato covardão". "Embora seriamente travados nos nossos movimentos, permanecíamos em nossas posições operando nos espaços que mediavam entre as fortalezas. Quando eles se aproximavam, nós desaparecíamos; quando punham a cabeça de fora, nos lhe cortávamos a cauda. Contudo, o jogo estava perdido para nós, e pouco a pouco o inimigo conseguiu expulsar-nos de extensões cada vez maiores de terra. Os japoneses agrupavam os habitantes e os obrigavam a construir caminhos para os seus tanques e carros blindados. Por nossa vez, mobilizávamos o povo para destruir esses caminhos à noite. No dia seguinte os japoneses obrigavam os habitantes a reparar o que haviam destruído. Tudo isso representava uma carga muito pesada para o povo e deixava a ele uma margem muito pequena de tempo para lavrar a terra.

Fez-se necessário então idealizar outras medidas para enfrentar a ameaça japonesa. Parecia indiscutível que os japoneses conseguiriam ocupar rapidamente as populosas e férteis planícies do norte da China. Então decidimos recorrer ao povo: organizá-lo, armá-lo e ajudá-lo a defender-se a si mesmo; um comandante de guerrilha sempre termina por voltar a este ponto de partida. Ensinamos os camponeses a elaborar minas terrestres e granadas de mão. Os ensinamos também a disparar fuzis, a destruir as comunicações do inimigo, a defender seus lares e seus campos.

"Ensinamos a eles novas técnicas - as técnicas da guerra do túnel, de minas, de trincheiras e de muitas outras maneiras de combater o inimigo toda vez que emergisse de suas casamatas e fortificações. E o êxito que obtivemos ultrapassou os nossos cálculos mais otimistas. O povo compreendera afinal que não tinha por que temer aos japoneses e decidiu devolver golpe por golpe. Uma vez mais os japoneses empreenderam suas cruéis expedições punitivas, porém quando suas baixas começaram a crescer de modo alarmante voltaram a se encolher em seus fortins. E por não poder dispor dos necessários reforços para operações em grande escala, já que a guerra do Pacífico exigia cada vez mais tropas, encontraram-se sem poder sair de suas casamatas".





Natal na Rússia

O suboficial Strauss cortou um galho, fixou-o num vaso e o adornou com papéis coloridos. Strauss era feliz; para ele a guerra estava longe, embora estivesse numa zona perigosa. Ninguém se preocupava com esse destacamento na retaguarda da frente bielo-russa. Nem os aviões se dignavam atacá-los. Nessa mesma tarde, sem ser preciso ir mais longe, contara, tranqüilamente apoiado na entrada da sua barraca, doze bombardeiros soviéticos que iriam descarregar suas bombas em algum lugar da frente. Ninguém se preocupava em esconder-se, e praticamente os alarmas antiaéreos não existiam. Os sentinelas revesavam-se e cumpriam o seu turno de guarda com a mesma tensão que podia existir num acampamento de escoteiros.

Depois Strauss passou na cozinha de campanha, falou com o cozinheiro, conversou com os ajudantes, meteu um pedaço de pão num prato de molho e bebeu um copo de vinho. Tudo estava pronto para festejar o Natal.

As vinte e duas horas mais ou menos, reuniram-se à mesa. Tiveram que esperar uns cinco minutos antes de sentar para comer, pois dois oficiais haviam prometido participar da festa e não valia a pena indispor-se com eles, não os esperando. Natal, sim, porém sempre o respeito às autoridades.

O porco estava muito gostoso. O calor da estufa de lenha e as garrafas de bom vinho soltavam as línguas, aumentavam o alcance das brincadeiras e criavam um clima de igualdade geral. A capacidade de Strauss para encontrar motivações para novos brindes era inesgotável. A princípio parecera cansativo, porém o suboficial tivera suficiente habilidade para começar por brindar pela mais alta hierarquia: ao Führer, à Alemanha, à guerra, à paz, aos seus camaradas...

Strauss estava pensando que a guerra afinal de contas não era tão má, pelo menos para ele. Enquanto houvesse um pouco de vinho, camaradagem e calor, as coisas iam bem. Aliás, era quase melhor ali, na retaguarda, que na sua aldeia da Vestfália, que seguramente os americanos e os ingleses já haviam bombardeado.

Tornou a encher o copo e o de seu companheiro. Mas quem era o seu companheiro? Bom, que importava isso, era Natal!... Além disso, ele percebia que estava bêbado e isso é que era importante... Quando se está bêbado... não tem a menor importância quem seja o companheiro, mas sim como se imagina o companheiro. Deu uma risada... O copo de vinho estava vazio. Agora estava completamente bêbado. O que acontecera com os oficiais? Porque, como dissera no princípio, Natal sim, mas sempre muito respeito às autoridades.

Pareceu-lhe ouvir uns ruídos, mas lembrou que noutros lugares também estariam festejando...

Ou seria o comandante? A idéia não o agradou. Se o comandante o encontrasse naquele estado, seu prestígio iria por água abaixo. E ele não era um civil que a guerra militarizara, mas um militar de carreira.

É isso mesmo! Vai ver que era o comandante que percorria as barracas para ver como iam as coisas e desejar feliz Natal.

A porta então se abriu de chofre, às suas costas. Strauss apoiou-se lentamente no encosto da cadeira...

-Feliz Natal Herr comand...

A rajada de metralhadora não deixou que ele completasse a frase. Desabou pesadamente. Estava morto. O guerrilheiro russo se aproximou para lhe tirar a arma sem reparar na sua boca contorcida e nos olhos desmensuradamente abertos.

A última expressão de Strauss era a da morte, porém também de assombro. Porque Strauss jamais compreenderia que os guerrilheiros haviam assaltado o acampamento para buscar armas e que, apesar das suas suspeitas, não foi o comandante que abriu a porta, simplesmente porque o comandante havia morrido ainda antes que ele.