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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Comissão de Ética da Presidência pede exoneração de Lupi

Escândalo no Trabalho

Ele é o único ministro a receber esse pedido, em toda a história da comissão. Pior: é a segunda vez que o Planalto recebe a recomendação de demiti-lo

Luciana Marques
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participa de audiência na Câmara em 10 de novembro O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, participa de audiência na Câmara em 10 de novembro (Lula Marques/Folhapress)
A Comissão de Ética Pública da Presidência decidiu, por unanimidade, nesta quarta-feira, encaminhar à presidente Dilma Rousseff um pedido de exoneração do ministro do Trabalho, Carlos Lupi. De acordo com o presidente do grupo, Sepúlveda Pertence, a defesa apresentada pelo ministro sobre irregularidades em convênios na pasta não foi convincente.
“As explicações não foram satisfatórias ao juízo da comissão”, disse Pertence. “Houve uma resposta inconveniente para um ministro de estado”. Pertence disse que o documento com o pedido de demissão já foi encaminhado à Presidência e a palavra final é de Dilma Rousseff. A comissão também aplicou uma advertência ao ministro.
Lupi é o único ministro da história da Comissão de Ética Pública da Presidência que sofreu esse tipo de pedido. Pior: é a segunda vez que o Planalto recebe a recomendação de demiti-lo. Em 2007, ainda no governo Lula, a comissão avaliou que Lupi deveria ser demitido por acumular o cargo de presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o de ministro. Na ocasião, Lupi teve que decidir entre a presidência da legenda e o ministério, e decidiu continuar como  ministro
Caso - Reportagem de VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Veja

Criada outra página no Facebook, a do bem!


Hesitei um tanto em publicar este post porque fica parecendo cabotinismo, mas o fato é que não há razão para omitir a informação, convence-me Dona Reinalda. Depois do post em que denunciei aquelas barbaridades no Facebook, o leitor Guilherme Macalossi criou a página Apoiamos Reinaldo Azevedo. Está lá, cheia de gente.
Aquele tal rapaz diz que não “agüenta mais” ler o que escrevo… Coitado! Vocês certamente vêm aqui porque isso lhes faz bem. Imaginem o que é ser viciado em algo que só lhe causa desprazer! E há, claro!, a questão psicanalítica: como ele tem medo de concordar comigo, então convoca as falanges do ódio para tentar destruir o objeto secreto de sua admiração. Sabiam que essa é, segundo diversos estudos, a psique de um terrorista? Que ele fique só no Facebook!
Quanto a vocês, escrever o quê? São mesmo do balacobaco!. Obrigado pelas manifestações de carinho, de apreço, de afeto mesmo! Há mais um motivo para dizer tudo o que penso: homenageá-los!
Por Reinaldo Azevedo
Veja

A fabulosa farsa de “Lula, o maior criador de universidades do mundo”. Ou: desmonto com números essa mentira. Ou ainda: a ignorância é mais veloz que a luz

Em 24/08/2010
às 18:24
“Para a democracia funcionar, deve estar (…) protegida de usurpadores que se pretendem representantes absolutos do bem sobre a Terra.”
São palavras do vereador Francisco Telles, de Dois Córregos, ao saudar o título de Cidadão Emérito que recebi. Esta é a minha tarefa: contestar os “absolutistas”, que só podem existir como tal recorrendo à mentira. Eu os contesto com fatos. À diferença do que fazem crer os setores áulicos da imprensa, a Educação, no governo Lula, é uma das áreas em que se andou para trás. Mais tarde, escrevo mais a respeito. Agora, quero contrapor OS FATOS a um discurso que Lula fez hoje em Dourados, no Mato Grosso do Sul.
Falando a uma platéia de quase dois mil estudantes, afirmou que, no dia 31 de dezembro, último dia de seu mandato, será o homem “mais feliz do mundo”. E emendou, naquele seu doce e habitual obscurantismo: “Eu vou olhar para mim e dizer que não tenho curso superior, mas fui o presidente que mais abriu universidade no Brasil.” Lula estava na cidade para inaugurar quatro prédios da Universidade Federal de Dourados.
Muito bem! Isso é o que Lula diz. Agora há os fatos — e o que segue abaixo é elaborado com dados do próprio Ministério da Educação.
1 - Lula afirma por aí ter criado 13 universidades federais. É mentira! Com boa vontade, pode-se afirmar que criou apenas seis; com rigor, quatro. Por quê? A maioria das instituições que ele chama “novas universidades” nasceu de meros rearranjos de instituições, marcados por desmembramentos e fusões. Algumas universidades “criadas” ainda estão no papel. E isso, que é um fato, está espelhado nos números, que são do Ministério da Educação;
2 - Poucos sabem, certa imprensa não diz, mas o fato é que a taxa média de crescimento de matrículas nas universidades federais entre 1995 e 2002 (governo FHC) foi de 6% ao ano, contra 3,2% entre 2003 e 2008 - seis anos de mandato de Lula;
3 - Só no segundo mandato de FHC, entre 1998 e 2003, houve 158.461 novas matrículas nas universidades federais, contra 76.000 em seis anos de governo Lula (2003 a 2008);
4 - Nos oito anos de governo FHC, as vagas em cursos noturnos, nas federais, cresceram 100%; entre 2003 e 2008, 15%;
5 - Sabem o que cresceu para valer no governo Lula? As vagas ociosas em razão de um planejamento porco. Eu provo: em 2003, as federais tiveram 84.341 formandos; em 2008, 84.036;
6 - O que aumentou brutalmente no governo Lula foi a evasão: as vagas ociosas passaram de 0,73% em 2003 para 4,35% em 2008. As matrículas trancadas, desligamentos e afastamentos saltaram de 44.023 em 2003 para 57.802 em 2008;
7 - Sim, há mesmo a preocupação de exibir números gordos. Isso faz com que a expansão das federais, dada como se vê acima, se faça à matroca. Erguem-se escolas sem preocupação com a qualidade e as condições de funcionamento, o que leva os estudantes a desistir do curso. A Universidade Federal do ABC perdeu 42% dos alunos entre 2006 e 2009.
8 - Também cresceu espetacularmente no governo Lula a máquina “companheira”. Eram 62 mil os professores das federais em 2008 - 35% a mais do que em 2002. O número de alunos cresceu apenas 21% no período;
9 - No governo FHC, a relação aluno por docente passou de 8,2 para 11,9 em 2003. No governo Lula, caiu para 10,4 (2008). É uma relação escandalosa! Nas melhores universidades americanas, a relação é de, no mínimo, 16 alunos por professor. Lula transformou as universidades federais numa máquina de empreguismo.
Voltarei a este tema mais tarde para abordar outras “conquistas” do Ministério da Educação. O que vai acima não é assim porque eu quero. É assim porque esses são os números. Mas vivemos os tempos do aspismo. E, infelizmente, o jornalismo online — também estou nele, mas reconheço os problemas — tem sido útil aos mentirosos. Antigamente, o jornalista tinha ao menos tempo de verificar se os números lançados ao vento eram ou não verdadeiros. Agora, corre-se para ser o “primeiro” a pôr a fala de uma autoridade no ar. E a mentira se propaga. É verdade que muitos repórteres poderiam recorrer ao Google e aos arquivos dos jornais e desfazer a farsa na hora. Mas poucos se dão ao trabalho. Nesse caso, por exemplo, só o Google não resolve.
A menos que o Ministério da Educação corra para maquiar os números, a verdade é essa que segue acima, não o que disse Lula em seu discurso. Telefonei para o ex-ministro da Educação e atual secretário da área em São Paulo, Paulo Renato, para comentar a fala do presidente:
“O Lula é um usurpador de obras passadas e futuras; toma para si o que outros fizeram e também o que outros ainda farão depois dele; algumas das suas universidades estão apenas no papel e ainda têm de ser criadas”.
Obscurantista
Muito bem! A farsa histórica está desmontada. Encerro comentando a undécima fala em que Lula faz a apologia da ignorância. Jactando-se de ser o maior criador de universidades do mundo — o que, sabemos, é mentira! —, orgulha-se de não ter curso superior, anunciando ao mundo a irrelevância não de um diploma, mas do estudo. É evidente que Lula, ao tentar destacar o que seria uma contradição — o não-universitário que cria universidades — , acaba estabelecendo uma relação de causa e efeito: porque ignorante, decidiu investir nas luzes. Logo, as luzes se transformam num apanágio da ignorância.
O efeito prático disso é que a ignorância se propaga já que, infelizmente, se move numa velocidade superior à da luz.
Por Reinaldo Azevedo
Veja

No governo do PT, aumenta percentual de alunos de 15 a 17 anos fora da escola, depois de redução de 45% nos oito anos de FHC


Como diria meu querido amigo Diogo Mainardi, de quem ando com saudade, “confiem em mim”. Em agosto de 2010, contra a propaganda oficial, tornada senso comum em amplos setores da imprensa, demonstrei os desastres que o governo do PT tem provocado na educação. Fernando Haddad, o gugu-dadá do leninismo que não suja o shortinho, é mais fama do que proveito.
O primeiro trata da falsidades dos petistas no que concerne às universidades federais. No texto a que remete o segundo link, eu informava a tragédia que o petismo patrocinava no ensino de segundo grau: Não! Eu não fiquei só no opinionismo. Divulguei dados. Reproduzo um trecho (em azul):
“Ontem, no horário eleitoral de Dilma, ouviu-se lá: ‘O governo Lula criou o Fundeb’. Uma ova! Mentira! O governo lula mudou em 2007 o nome do Fundef - como mudou o nome do Bolsa Família, que já existia; como mudou o nome do Luz para Todos, que já existia; como, se me permitem a graça, mudou até o nome da política econômica, que já existia…. Além de atender ao ensino fundamental (como fazia o Fundef), o Fundeb se propôs também a auxiliar o ensino médio e o ensino infantil. Pois bem.
No ensino médio - área afeita aos governos de Estado, mas sob monitoramento do Ministério da Educação, que pode atuar -, o desastre é assombroso. Nos oito anos de governo FHC, houve uma expansão de 80%; nos seis primeiros anos de governo Lula, apenas 16%. Em 1995, 33% dos jovens brasileiros entre 15 e 17 anos estavam fora da escola. Em 2002, esse número havia caído para 18% - uma redução de 15 pontos percentuais. Em 2008, eram ainda 16% - redução de ridículos dois pontos.”
Voltei
Pois bem! Acusaram-me de estar produzido textos para servir à campanha eleitoral. Falso! Agora, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulga o seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros entre 2004 e 2009. Nada menos de 20% dos jovens entre 15 e 17 anos estavam fora da escola! VOCÊS ENTENDERAM DIREITO! Os petistas chegaram ao governo em 2003, e havia 18% dos brasileiros nessa faixa etária longe dos bancos escolares, depois de uma drástica redução promovida pelo, olhem que coisa!, governo FHC! Quem comandava a área era o competente Paulo Renato. Seis anos depois, o petismo não só não havia dado continuidade à redução como provocou uma elevação do percentual. Reparem que os dados com os quais trabalhei, então, iam até 2008 — são do Ministério da Educação. Os do Unicef vão até 2009. A situação piorou!
Insisto: nos oito anos de governo FHC, houve uma redução de 45% no estoque de alunos fora do ensino médio. Em seis anos de governo Lula, houve um aumento de 11%!
Como se vê, eu só relatava fatos! Os petralhas briguem com os números, não comigo! Eis aí, escancarada, a competência do PT na Educação!
PS - Repararam que, quando os dados são ruins para o PT, ninguém faz o cotejamento com o governo anterior? Uma oposição organizada, estruturada, com um centro de produção de dados públicos — não com centro de produção de intrigas e fofocas — faria um verdadeiro escarcéu com esses números.
Por Reinaldo Azevedo
Veja

Muito prazer, eu sou a MPB

Música

Na 3ª edição do Troféu Sexo MPB, Inezita Barroso, Ângela Maria e Cauby Peixoto cantaram Ronda. Claudete Soares, numa música de Mundo Livre S/A

 Premiação do Troféu Sexo MPB, no Tom Jazz, São Paulo, com Angela Maria, Cauby Peixoto e Claudete Soares Premiação do Troféu Sexo MPB, no Tom Jazz, São Paulo, com Angela Maria, Cauby Peixoto e Claudete Soares - Jardiel 

 

O organizador Rodrigo Faour, com Cauby Peixoto, Inezita Barroso e Angela Maria
O organizador Rodrigo Faour, com Cauby Peixoto, Inezita Barroso e Angela Maria - Jardiel Carvalho


Cauby Peixoto e Inezita Barroso cantam <i>Vingança</i>, de Lupicínio Rodrigues
Cauby Peixoto e Inezita Barroso cantam Vingança, de Lupicínio Rodrigues - Jardiel Carvalho

 Vanusa sobe ao palco para receber o prêmio Musa Loira Bombshell 2011, e para cantar - e esquecer - <i>Era um Garoto</i>
Vanusa sobe ao palco para receber o prêmio Musa Loira Bombshell 2011, e para cantar - e esquecer - Era um Garoto - Jardiel Carvalho


Claudette Soares canta música do Mundo Livre S.A. no Troféu Sexo MPB
Claudette Soares canta música do Mundo Livre S.A. no Troféu Sexo MPB - Jardiel Carvalho


Angela Maria e Tetê Espíndola em dueto no Troféu Sexo MPB
Angela Maria e Tetê Espíndola em dueto no Troféu Sexo MPB - Jardiel Carvalho

Inezita Barroso, um dos homenageados do Troféu Sexo MPB
Inezita Barroso, um dos homenageados do Troféu Sexo MPB - Jardiel Carvalho


Maria Alcina dividiu o palco com Gaby Amarantos, a Beyoncé do Pará
Maria Alcina dividiu o palco com Gaby Amarantos, a Beyoncé do Pará - Jardiel Carvalho

Teve microfonia, improviso e até um lapso de memória da cantora Vanusa. Mas tudo isso só contribuiu para ampliar a singularidade do Troféu Sexo MPB 2011, terceira edição do evento organizado pelo pesquisador musical Rodrigo Faour. Num ambiente para lá de animado, subiram ao palco do Tom Jazz, nesta terça-feira, em São Paulo, lendas da MPB, algumas injustamente esquecidas há anos pelos holofotes.
Ouvir Inezita Barroso, por exemplo, é sempre bom. Ouvir Angela Maria é ótimo. Ouvir Cauby Peixoto é uma delícia. Ouvi-los juntos é um privilégio raro. Faour conseguiu isso com um sabor a mais: a trilha sonora era Ronda, de Paulo Vanzolini. Até os garçons do Tom Jazz interromperam o serviço para aplaudir.

A trinca já vale muitas noites, mas ainda havia mais por vir. Como os sussurros de Claudette Soares numa música de Mundo Livre S/A, os agudos de Tetê Espíndola cantando Gata Vadia, ou Gaby Amarantos, a Beyoncé do tecnobrega de Belém do Pará, ao lado da Lady Gaga do Brasil inteiro, Maria Alcina.
“É uma homenagem pelo conjunto da obra desses artistas”, diz Faour. “Ao mesmo tempo em que o fake faz sucesso hoje em dia, cantores que ajudaram a transformar a música brasileira são dados como mortos em vida. Esse prêmio, esse resgate, é o meu presente para o público”.
A busca por autenticidade foi o norte da edição deste ano, que teve por lema a frase "Por uma MPB com mais tesão". Segundo Faour (que é, ao mesmo tempo, o único jurado e o patrocinador exclusivo do próprio prêmio), quem deixa a MPB mais sexy são, entre outros, Vanusa (troféu Musa Loira Bombshell), Tetê Espíndola (Gata Sexy), Claudette Soares (Bossa Sexy), Cauby (Hors Concours), Flávio Renegado (Black is Beautuful) e Maria Alcina (Tropicalista Abusada). Apesar da inegável qualidade musical, quase nenhum deles toca nas emissoras de rádio hoje.
“Meu objetivo é acabar com as fronteiras: isso é chique, isso é brega”, afirma Faour. “Os artistas costumavam experimentar muito mais. A música brasileira era menos careta. Essa sempre foi a arte que melhor nos representou. A história do Brasil pode ser contada pela letra, pelo ritmo e pela postura dos artistas da MPB.”
Pesquisador musical há mais de uma década, Faour é autor de biografias de Cauby Peixoto e Claudette Soares e do livro História Sexual da MPB, que deu origem a um programa de rádio, na MPB FM carioca, e um de televisão, no Canal Brasil. Nesta quinta-feira, ele lança O Brasil de Inezita Barroso, caixa com os CDs da cantora, na Livraria Cultura do Shopping Bourbon, em São Paulo.
Com a intenção de “dar a César o que é de César”, como resume Faour, ele faz o possível e o impossível para resgatar personagens históricos da música brasileira. Perla será a próxima. “Eu me sinto insultado pela inexistência de um DVD da Perla”, diz, brincando. Enquanto não grava um exclusivo, a cantora paraguaia pode ser vista no DVD Sexo MPB – O Show,que reúne os 21 premiados com o troféu na segunda edição, realizada no ano passado. Algumas pérolas: Ai que Saudade da Amélia na voz de Angela Ro Ro, Sabiá Marrom, cantado por Alcione, e Fernando Abreu interpretando Rita Lee.
“Não aguento mais só Chico Buarque e Tom Jobim”, desabafa Faour. “Eles são ótimos, mas não são os únicos.” Quem assistiu ao show desta quarta-feira assina embaixo.
Veja

Abaixo Reinaldo Azevedo! Viva a Copa do Mundo antipobre do PT!

Em 29/11/2011 às 20:05
Então…
Esse Reinaldo Azevedo é esquisito mesmo! Dizem os extremistas de esquerda, os petistas e os que se auto-intitulam “progressistas” e “modernos” que sou “reacionário”, “conservador”, que não gosto de povo. É… Como ficará claro abaixo, eles o adoram! Veneram mesmo!
Eu, como sou um homem mau, fico procurando chifre em cabeça de cavalo só pra falar mal dessa vanguarda iluminada que está no poder, não importa o assunto. Abaixo, vou tratar da Lei Geral da Copa. VOCÊS VERÃO COMO EU, O REACIONÁRIO, VOU DESTRINCHAR A PROPOSTA DE UM PROGRESSISTA, DO PT. Vocês me dirão depois quem é mais “antipovo”: eu ou eles. Vamos ver.
Leiam com atenção o que informa a Folha Online:
O relator do projeto da Lei Geral da Copa-2014, deputado Vicente Cândido (PT-SP), confirmou nesta terça-feira que definirá uma cota para os 300 mil ingressos populares para o evento. O Mundial deve ter aproximadamente 3 milhões de bilhetes à venda.
Pelos cálculos da Fifa, deverão ser reservados ingressos a US$ 25 (pouco menos de R$ 50) para brasileiros que queiram assistir aos jogos da primeira fase da Copa-2014. Segundo Vicente Cândido, 50% desses ingressos deverão ir para idosos e estudantes e o resto dividido entre pessoas de baixa renda - pelo critério do Bolsa Família - índios e deficientes.
“Essa é uma primeira proposição, temos que ver ainda o número de jogos para definir a distribuição e a demanda. Devemos colocar também ingressos para um convênio do governo brasileiro com a Fifa para o desarmamento”, disse.
Voltei
E então?
Como um “reacionário” deste porte analisa a proposta de um “progressista” à moda Cândido, um homem do povo?
Há aí um estupendo coquetel de ilegalidades, que termina, como não poderia deixar de ser, com o apelo à vigarice politicamente correta. De saída, note-se que a lei da meia entrada, válida para estudantes e idosos em razão de dois estatutos, está sendo claramente violada. O “ingresso popular” substituirá o conceito da “meia entrada”? Em caso afirmativo, que lei geral estabelece o princípio da cota de 10%? Nenhuma!
EU SOU A FAVOR DA MEIA ENTRADA??? NÃÃÃOOO!!!
Eu não sou! Considero-a o fim da picada! Mas há outras leis que também não aprovo. Nem por isso saio por aí desrespeitando-as. A questão óbvia é a seguinte: o benefício para um “estudante” atende a uma categoria, a uma corporação, não necessariamente a pessoas necessitadas. O mesmo vale para brasileiros com mais de 60 anos. Por que se parte do pressuposto de que não podem pagar o ingresso inteiro?
Daqui a cinco anos, o Eike Batista e o lixeiro que recolhe os dejetos de seu solar (se também estiver com 60) poderão ter direito ao benefício… Eike poderá até andar de graça em ônibus…
A lei não é boa? E daí? É a lei! Este “reacionário”, este “direitista” (como dizem os comuno-fascistas da USP), este “conservador” defende que as leis sejam cumpridas e acredita que a FIFA não tem poderes para mudar a legislação brasileira.
Como é que o deputado petista está propondo resolver o esbulho legal? A FIFA propõe, para os mais pobres,  10% de ingressos a preços populares. O tal Cândido pretende fazer de conta que não está violando as leis da meia entrada. De que modo? Reservando 50% dos ingressos mais baratos para estudantes e idosos, sejam pobres ou ricos.
Qualquer pessoa que tenha os dois pés no chão, mas não as duas mãos, entendeu o óbvio: parte dos ingressos dos pobres, que realmente não poderiam comprar os acessos mais caros,  vai parar nas mãos de estudantes e idosos em condições de arcar com o custo de sua diversão.
ESSE É O SOCIALISMO DO PT: TIRAR DOS POBRES PARA DAR PARA OS RICOS.

Eu sou contra essa prática. Mas, vocês sabem, sou apenas um “reacionário”, um “direitista”, um “conservador”.
E os outros 50%?
E os outros 50% dos ingressos? Ah, o “socialista” propõe o corte de renda, segundo os critérios do Bolsa Família, sem esquecer os deficientes e os índios… Talvez a notícia esteja incompleta e outras “minorias organizadas” também sejam contempladas. Critério do Bolsa Família, é? No site da Caixa Econômica Federal, explica-se quem tem direito ao benefício básico, ao variável e ao variável para jovem, a saber:
“O benefício básico é concedido às famílias em situação de extrema pobreza. O valor deste benefício é de R$ 70,00 mensais, independentemente da composição e do número de membros do grupo familiar. Já o variável é concedido no valor mínimo de R$ 32,00 e beneficia famílias pobres e extremamente pobres que tenham, sob sua responsabilidade, crianças e adolescentes na faixa de 0 a 15 anos, até o teto de 3 benefícios por família, ou seja, R$ 96,00. O benefício variável para jovem é concedido às famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, que possuam, em sua composição familiar, adolescentes de 16 e 17 anos matriculados na escola. Cada benefício concedido tem o valor de R$ 38,00, podendo ser acumulados até dois benefícios por família, no total de R$ 76,00.”
Então acompanhem os caminhos por onde este “reacionário” desmonta a vigarice antipovo e antipobre desses progressistas. Vejam a que parcela do benefício corresponde um ingresso de R$ 50. Há mais de 11 milhões de famílias no programa. Sobraram 150 mil ingressos para os pobrezinhos (que terão de dividi-los com índios, deficientes, sei lá quem…).
No que concerne à Copa do Mundo, pois,  ser muuuito pobre pode ser um diferencial, um ativo, entendem? Há uma chance — remota, é verdade — de que o miserável do Bolsa Família consiga uma entrada, mas há…
Ferrado mesmo, coitado!, é aquele muito pobre, mas não miserável. Digamos que a família tenha uma renda per capita de R$ 200 por mês, R$ 300. Está fora do Bolsa Família. É estudante? Não é! É idoso? Não é! É deficiente? Não é! É índio? Não é! Pertence a alguma das “minorias” tornadas influentes na luta política? Não! Digamos que seja só, como costumo brincar (e lá vão os vagabundos não entender uma ironia, como de hábito), um “pobre, branco, heterossexual e sem-ONG”…
Ele que vá plantar batatas! O PT tem tempo para cuidar dos interesses dos muito ricos. E como cuida!!! O PT tem tempo para dar alguns benefícios aos miseráveis. O PT até tem algum tempo para se dedicar às “minorias” tornadas influentes. O PT só não tem tempo mesmo é de cuidar de pobre sem pedigree.
Como vocês sabem, eu escrevo isso porque sou um “reacionário”…
Progressista, no Brasil, é aplaudir o esbulho legal praticado por uma entidade internacional privada, com o auxílio dos nossos “socialistas”, que vão roubar os ingressos dos pobres para dar aos ricos!
Se o Ministério Público tiver vergonha na cara, esse troço não prospera!
Abaixo Reinaldo Azevedo!
Viva a Copa do Mundo antipobre do PT!
Por Reinaldo Azevedo
Veja

Vazamento foi reduzido para menos de 3 barris por dia

Política

Por Karla Mendes
Brasília - O vazamento de petróleo no campo de Frade, onde ocorreu o acidente da Chevron, no Rio de Janeiro, foi reduzido a menos de três barris por dia. A informação é do supervisor de meio ambiente e saúde da Chevron Brasil, Luiz Pimenta, durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara para debater o assunto.
Agência Estado

PERDEU, CARA!

Em 28/05/2010
às 6:21
A resposta da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, ao governo brasileiro foi tão dura quanto se pode ser na diplomacia. A proposta do Brasil e da Turquia faz o “mundo mais inseguro, não menos”, disse Hillary. Não há nada pior a dizer sobre um país no ambiente internacional. E isso significa que não se negocia a partir daí. A decisão é de Barack Obama, não de Hillary, é óbvio.
Trata-se de um golpe nas ambições megalonanicas muito maior do que, na média, acusa a imprensa brasileira — que ou demora a reagir ou serve, vergonhosamente, ao lobby do muitas vezes desastrado Itamaraty. Por quê? Sei lá… Está um tanto viciada nos supostos sucessos de Lula. Convencionou-se por aqui, com raras exceções, que, se ele diz que algo vai acontecer, então é porque vai. E a situação pode assumir um aspecto verdadeiramente surrealista a depender do caso.
É impressionante que, contra os fatos, a pregação do Itamaraty e de Lula ainda encontre eco por aqui. O Irã deixou claro que não abre mão de enriquecer o urânio em seu próprio território. A tal troca era só uma firula. Tenta-se, com a gritaria, mudar uma evidência. Lula está acostumado. É assim que age no ambiente interno. Fala o que lhe dá na telha e não é contestado. Conta a história como lhe convém. No caso do Irã, meteu-se num vespeiro certamente maior do que imaginava. Erro de cálculo do Itamaraty.
Há um conjunto de fatores que concorre para isso. O leitor sabe que, nos Estados Unidos, sou republicano, assim como, em Dois Córregos, torço para o Mocoembu, não para o Botafogo local. Mas é fato que, se John McCain tivesse vencido a disputa, talvez o governo americano estivesse mais aberto a uma intermediação como a brasileira ou, sei lá, tivesse sido menos rápido em desmoralizar o acordo com a proposta de sanções. O passivo dos republicanos nessa área seria, sem dúvida, bem maior. Obama, ao contrário, está livre para não responder pelos “erros” (concorde-se ou não com essa avaliação) do antecessor. O Itamaraty certamente não pôs essa questão na balança.
O Brasil também apostava num Obama “fraco”. Escrevi aqui durante a campanha eleitoral americana que boa parte dos que torciam pela eleição do democrata apostava, no fundo, que ele seria um presidente “antiamericano”, o que era uma bobagem. Por mais que não tenha, e não tenho, especial simpatia pelo atual titular da Casa Branca, ele é quem é, e isso significa incorporar todos os que o antecederam. Parte do seu papel nem depende de sua vontade.
“Nova estratégia”?
Veio a público justamente ontem o documento com a Estratégia de Segurança Nacional do governo democrata — apresentado justamente por Hillary, que deu um pito no Brasil. Obama tem, sim, um viés, digamos, meio lulesco, especialmente no hábito de oferecer mais do mesmo como se fosse uma revolução. É o caso do documento — e já deixo claro em que ponto essa questão se conecta com o resto do meu texto.
No que um articulista do New York Times interpretou como um dos “tapas” em George W. Bush, Obama afirma que o peso do novo século não pode cair só nos ombros dos americanos e diz que os adversários da América gostariam de ver o país enfraquecido pelo exercício excessivo do poder. O documento afirma a importância da diplomacia etc e tal… Mas atenção!
“Porquanto o uso da força seja às vezes necessário, nós vamos sempre esgotar as outras opções antes da guerra e pesar cuidadosamente o peso e o risco da ação e da inação (…)”. Quando necessário, “vamos buscar um amplo apoio internacional, trabalhando com instituições como a Otan e o Conselho de Segurança da ONU”. Bush dizia que os EUA não precisavam de permissão para agir, Obama escreve que os “EUA se reservam o direito de agir unilateralmente, se necessário, para defender nossa nação e nossos interesses”, mas sempre respeitando regras.
Isso “enterra” a doutrina Bush, como se vai dizer no Brasil? Não! Essa é a doutrina de segurança dos Estados Unidos. O que Obama está dizendo é que ele pode fazer o mesmo, só que com o coração partido e batendo um papinho. Volto ao Brasil.
De volta ao Brasil
O Brasil enxergou no governo Obama uma janela de oportunidades — um pouco, assim, como se o galo tivesse saído para dar uma ciscada, e o terreiro tivesse sido confiado aos frangotes. E se meteu na aventura iraniana. De fato, Obama enfrenta um combate acirrado dos republicanos, que ainda duvidam — e levam essa dúvida a milhões de americanos — que ele possa ser o homem certo para defender os EUA de seus inimigos. Por lá,  o confronto é aberto, e ninguém considera sabotagem um partido de oposição fazer… oposição!!!
Isso torna o atual presidente dos EUA um pouco menos Obama do que o Obama que foi eleito? Sim! Mas sempre foi uma tolice supor que uma abordagem como a brasileira, de protagonismo irresponsável, tivesse chance de prosperar. E, agora de acordo com o documento, os EUA podem ser acusados de qualquer coisa no caso do Irã, menos de “unilateralistas”. Na sua ação, conta com o apoio dos cinco membros permanentes e da maioria esmagadora do Conselho de Segurança e com o quase consenso da Europa. Isolado, nessa questão, está o Brasil.
Perdeu, Cara! A bravata foi desmoralizada. Pede pra sair!
Por Reinaldo Azevedo
Veja

'O governo do Irã está mais fraco do que nunca', diz ativista

Direitos Humanos

A iraniana Shirin Ebadi está otimista diante das várias crises que o regime do Irã enfrenta, mas veio ao Brasil pedir ajuda. Ela espera que o governo brasileiro prove que se compromete na luta pelos direitos humanos

Cecília Araújo
'Não vou me encontrar com mais ninguém, só vim para ver a Dilma', insiste Shirin Ebadi 'Não vou me encontrar com mais ninguém, só vim para ver a Dilma', insiste Shirin Ebadi (Getty Images)
Quando a advogada iraniana Shirin Ebadi, ganhadora do Nobel da Paz de 2003 e ativista pelos direitos humanos, divulgou sua vinda ao Brasil, o governo Dilma estremeceu. É certo que neste início de mandato a presidente já deu passos importantes no âmbito dos direitos humanos, especialmente em relação ao Irã. O Brasil ajudou a evitar o apedrejamento de Sakineh Mohammadie-Ashtiani e votou na ONU a favor de uma proposta que determinava o envio de um relator inindependente para investigar violações de direitos humanos no Irã. Sobre esses passos iniciais, Shirin comemora e agradece.
Porém, após uma declaração do governo iraniano de que a visita da opositora teria cunho político, Dilma Rousseff hesitou e finalmente decidiu que não se reuniria com Shirin, sugerindo que, em seu lugar, o assessor especial de Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, se encontrasse com ela. A decisão soou como um passo para trás na sua anunciada mudança de posicionamento em relação ao governo Lula. "Não vou me encontrar com mais ninguém, só vim para ver a Dilma", disse Shirin, em coletiva à imprensa, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em São Paulo, nesta terça-feira.
Ela explicou que veio ao Brasil especialmente para falar a Dilma sobre o caso de uma advogada presa no Irã há onze meses, que foi sentenciada a onze anos de prisão. Nasrin Sotudeh ganhou vários prêmios internacionais e trabalhava para o governo quando foi condenada por defender pessoas que falavam mal do presidente Mahmoud Ahmadinejad . “Quando em um país até bons advogados são presos, isso demonstra a limitação sob a qual vivem todos cidadãos”, disse.
A iraniana pede que o Brasil se junte a ela na luta não só pela libertação dessa advogada, mas de inúmeros outros presos políticos com casos semelhantes. “Eu não pertenço a nenhum partido político, apenas quero discutir os direitos humanos", pontua. O assessor de Shirin no Brasil, Flávio Rassekh, afirmou que a opositora ainda vai insistir em um encontro com Dilma em Brasília nesta quinta-feira, dia 9. "Se ela não me receber, de qualquer jeito vou mandar uma carta de agradecimento pelo seu posicionamento em relação a Sakineh”, afirmou Shirin.
Crise no Irã - Segundo a ativista, o governo iraniano passa no momento por três crises. Uma delas é antiga, do povo contra o governo - o que explica o número de estudantes, jornalistas, advogados e outras classes que estão presos no país. A segunda é uma divergência entre a esquerda e a direita dentro do governo. E a terceira é uma briga da direita entre si.
Desde o mês passado, Ahmadinejad e o líder supremo Ali Khamenei estão em conflito devido à demissão do ministro da Inteligência do país, Heidar Moslehi. “Há dois anos, era o povo que criticava Ahmadinejad por conta das fraudes nas eleições e de sua atitude como presidente. Atualmente, o próprio líder supremo está contra ele, o que torna ainda mais injusto que tantas pessoas, que disseram exatamente o que Khamenei diz hoje, estejam presas”, reclama Shirin.
Mesmo que no país estatísticas do tipo não sejam publicadas, a advogada tem certeza: “O governo está mais fraco do que nunca, porque é mais brutal do que nunca. Um regime que tem uma base de apoio entre a população não comete tais brutalidades, nem tem medo do povo".
Violações - Em sua fala à imprensa, Shirin ainda lembrou uma série de atrocidades cometidas pelo governo iraniano, desde a implementação da lei islâmica no Irã, após a Revolução de 1979. Depois da China, o país é o que tem o maior número de execuções no mundo. É também a nação que possui o maior número de pessoas executadas abaixo dos 18 anos e que permite castigos como amputação e apedrejamento.
No Irã, a idade de responsabilidade criminal é reduzida em relação a outros países: para meninas é de 9 anos e para meninos, de 15. “Isso significa que uma menina de 10 anos ou um menino de 16 tem um tratamento igual ao de um adulto que comete o mesmo crime, sendo que a pena para criminosos abaixo de 18 anos é a execução”, lamenta Shirin. Há 40 dias, três jovens menores de 18 anos foram executados.
Mulheres - A condição das mulheres no Irã também é um grande problema. Segundo Shirin, mais de 65% dos estudantes universitários são mulheres, e grande parte dos professores também. Num tribunal, o testemunho de duas mulheres equivale ao de um homem. Além disso, um homem pode ter até quatro esposas e se divorciar sem justificativa e a qualquer momento.
Qualquer mulher na República Islâmica, seja ela estrangeira ou não, é obrigada a usar véu, vestido comprido e calças. Se essa exigência não for obedecida, ela é condenada a 80 chibatadas. O homossexualismo também é considerado um crime, cuja pena é a execução. "É sobre isso que o povo iraniano protesta e é sobre isso que vim falar no Brasil", apontou Shirin.
Trajetória - Shirin Ebadi decidiu deixar o Irã na véspera das eleições de 12 de junho de 2009, que, sob suspeita de fraude, deram um segundo mandato a Ahmadinejad e detonaram uma onda de protestos diários nas ruas de Teerã, duramente reprimidos. Hoje, a advogada vive em Londres e passa grande parte de seu tempo em viagem pelo mundo - fazendo denúncias, ajudando a fundar organizações humanitárias e representando as vítimas da repressão no país dos aiatolás.
Veja

TRE-SP aplica 1ª multa de propaganda antecipada

Política

Por Equipe AE
São Paulo - Na sessão plenária de ontem, o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) julgou o primeiro caso de propaganda antecipada para as eleições 2012 e manteve a multa de R$ 5 mil ao pré-candidato a prefeito Carlos Zacardi, no município de Barueri. O grupo New Star Comunicações Ltda também foi multado no mesmo valor.
O provimento ao recurso de Zacardi foi negado por votação unânime e o julgamento manteve a decisão do juiz de primeiro grau. A propaganda irregular foi feita por meio de entrevista veiculada na revista A Cidade, edição de fevereiro de 2011, com foto do pré-candidato na capa e alusões a sua experiência como administrador da cidade.
Para o juiz relator, Flávio Yarshell, "a matéria ficou fora de padrões estritamente jornalísticos...tem contornos de clara propaganda antecipada, conclama potenciais eleitores à adesão pelo voto e, nessa medida, é fator de desequilíbrio, a prejudicar a legitimidade do futuro pleito".
Em seu voto, o magistrado lembrou que o tema foi debatido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na eleição municipal de 2008, culminando na edição de resolução sobre o tema pelo TSE, permitindo a realização de entrevistas com divulgação de plataformas e projetos políticos. Porém, no caso em análise, a veiculação teria ido "muito além do simples exercício da liberdade de expressão ou do papel a ser desempenhado pela imprensa em período pré-eleitoral", ressaltou Yarshell. Cabe recurso ao TSE.
Agência Estado

Comer peixe toda semana ajuda a evitar o Alzheimer

Neurologia

Consumo regular da carne está associado à proteção da saúde da massa cinzenta do cérebro, responsável pela cognição

Doenças degenerativas: com a morte dos neurônios, o cérebro entra em um processo que dá origem a doenças como o Alzheimer Doenças degenerativas: com a morte dos neurônios, o cérebro entra em um processo que dá origem a doenças como o Alzheimer (Creatas Images/Thinkstock)
Pessoas que comem peixe cozido ou grelhado semanalmente apresentam redução nos riscos de desenvolvimento do transtorno cognitivo leve (TCL) ou mesmo o Alzheimer. As conclusões são de um estudo apresentado nesta quarta-feira durante o encontro anual da Sociedade Americana de Radiologia.

Saiba mais

Massa cinzenta
Região do cérebro que possui o corpo das células nervosas. Inclui regiões do cérebro envolvidas no controle muscular, memória, emoções, fala e percepção sensorial, tais como ver e ouvir.
“Esse é o primeiro estudo a estabelecer uma relação direta entre o consumo de peixe, a estrutura cerebral e os riscos de Alzheimer”, diz Cyrus Raji, da Universidade de Pittsburgh. “Os resultados mostraram que pessoas que consomem peixe cozido ou grelhado ao menos uma vez na semana tinham uma melhor preservação da matéria cinzenta do cérebro. Isso foi visto em exames de ressonância magnética em áreas consideradas de risco para o Alzheimer.”
O Alzheimer é uma doença cerebral incurável e progressiva, que lentamente destrói a memória e as habilidades cognitivas. Em pessoas com transtorno cognitivo leve, a perda de memória também está presente, mas em uma menor extensão. Pacientes com a doença, frequentemente desenvolvem Alzheimer, sendo o TCL considerado um estágio intermediário entre o envelhecimento normal e a demência.
Dados – Para o estudo, foram selecionados 260 indivíduos cognitivamente normais. Informações sobre o consumo de peixe foram coletadas usando o Questionário Sobre Frequência Alimentar, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos. Do total, 163 pacientes consumiam peixe semanalmente, a maioria apenas uma ou duas vezes por semana. Todos fizeram ressonância magnética no cérebro para que os pesquisadores pudessem avaliar o volume da massa cinzenta com o consumo de peixe semanal em 10 anos.
Os resultados foram então analisados para determinar se a preservação da massa cinzenta associada com o consumo de peixe reduzia os riscos para o Alzheimer. Foram controlados idade, gênero, escolaridade, raça, obesidade, atividade física e a presença ou não de apolipoproteína E4 (ApoE4) – gene que aumenta os riscos de desenvolvimento da doença.
O volume da massa cinzenta é crucial para a saúde do cérebro. Quando seu nível permanece elevado é um sinal de que a saúde do órgão está sendo mantida. Mas a redução de volume indica que as células cerebrais estão se encolhendo.
Os resultados mostraram que o consumo de peixe cozido ou grelhado toda semana estava positivamente associado com os maiores volumes de massa cinzenta em diversas áreas do cérebro. Os riscos para o desenvolvimento de TCL e Alzheimer em cinco anos foram reduzidos em quase cinco vezes. “O peixe cozido ou grelhado faz os neurônios mais fortes, tornando-os maiores e mais saudáveis”, diz Raji.
Veja

Diretório do PT pede criação de CPI contra Kassab

Política

Por Daiene Cardoso
São Paulo - Em nota divulgada hoje, a executiva municipal do PT anunciou o apoio à bancada do partido na Câmara dos Vereadores de São Paulo para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar as irregularidades entre a prefeitura e a empresa Controlar apontadas pelo Ministério Público. "Considerando da mais alta gravidade a situação apresentada, a executiva decidiu apoiar a iniciativa da Bancada do PT na Câmara Municipal de pedir uma CPI para apurar os fatos", diz a nota.
O partido, que faz oposição ao prefeito Gilberto Kassab, acusa a administração do PSD de desrespeitar os motoristas paulistanos que fazem a inspeção veicular. Os petistas criticam o "abuso de preço" cobrado dos motoristas, os quais se submetem à vistoria sem garantias "de um controle efetivo sobre a emissão de poluentes, finalidade única da inspeção veicular".
O diretório do PT defende também a revogação do contrato com a Controlar e a abertura de nova licitação para o serviço. Enquanto a situação não é definida, o partido propõe que as vistorias sejam suspensas.
Ontem, a base aliada do prefeito conseguiu barrar o pedido de instalação de uma CPI na Câmara. A oposição, capitaneada pelo PT, não conseguiu sequer convocar o secretário municipal do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, para dar explicações aos vereadores. Eduardo Jorge foi um dos fundadores do PT e deixou o partido em 2003 para integrar o PV. O secretário e o prefeito tiveram os bens bloqueados pela Justiça.
Essa é a primeira mobilização do diretório municipal contra o prefeito desde que o PT anunciou a pré-candidatura do ministro da Educação, Fernando Haddad, à sucessão municipal. No anúncio da escolha de seu nome, Haddad deu indícios de que não pretende poupar a administração de Kassab na campanha de 2012. "O sentimento da militância do PT é de mudança e não de continuidade. O que caracteriza o partido quando ele se apresenta à cidade como de oposição ou de situação é isso: o sentimento de continuidade ou de mudança. As coisas precisam mudar em São Paulo", disse o petista.
Agência Estado

Usuários do SUS têm 3,8 vezes menos médicos do que o setor privado

Saúde pública

Estudo feito em conjunto pelo Conselho Federal de Medicina e pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo mostra quem, além da concentração no setor privado, os médicos estão, na grande maioria, localizados nas regiões Sul e Sudeste

Jones Rossi*
Uma pesquisa inédita, realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pelo Conselho Regional de Medicina do estado de São Paulo (Cremesp), mostra quem são, quantos são, e como estão distribuídos pelo país os médicos brasileiros. O estudo — Demografia Médica no Brasil — mostra dados negativos, como a concentração de médicos nas regiões Sul e Sudeste e nas capitais dos estados e o reduzido número de profissionais que trabalha no Sistema Único de Saúde (SUS), mas também traz  notícias como a crescente presença feminina e o aumento proporcional da quantidade de médicos no país. Outra informação do documento evidencia com números um aspecto ja conhecido do brasileiro: usuários do sistema Único de Saúde (SUS) têm 3,8 vezes menos médicos do que o setor privado.
Os dados do estudo serão enviados a parlamentares e entregues aos ministros da educação, Fernando Haddad, e da saúde, Alexandre Padilha. A intenção é que o documento sirva de subsídio para políticas públicas de saúde e de ensino. “A publicação coincide com o surgimento de propostas do governo federal e do poder legislativo para enfrentar a escassez de médicos em áreas desassistidas”, afirma Renato Azevedo Junior, presidente do Cremesp.
A desigualdade regional é um dos principais problemas mostrados pelo estudo. A rigor, não faltam médicos no Brasil. São 371.788 para uma população de 190 milhões de pessoas. O que resulta em um número de médicos para cada mil habitantes de 1,91. A Organização Mundial da Saúde (OMS) não adota um número específico de médicos por mil habitantes, mas, segundo o documento World Health Report 2006, países com menos de 2,28 profissionais de saúde por mil habitantes (e aí estão incluídos médicos, enfermeiras e parteiras) geralmente têm problemas em atingir a meta de 80% de cobertura especializada para vacinação e partos. Com 1,5 milhão de enfermeiros, certamente o Brasil está dentro do recomendado.
Além disso, o número de profissionais não para de crescer em números absolutos e em proporcionais. Entre 1970 e 2010 houve um salto de 530% no número de médicos, enquanto a população cresceu bem menos, 104,8%. O problema é que a maioria está concentrada nos estados da região Sul e Sudeste. Enquanto no Distrito Federal e no Rio de Janeiro essa razão seja de 4,02 e 3,57 médicos por mil habitantes, respectivamente, acima dos 3,4 da Alemanha, estados como o Maranhão, o Pará e o Amapá estão abaixo do preconizado pela OMS, com índices de 0,68; 0,83; e 0,96; próximos de países africanos. No total, a região Norte possui 0,96 médico por mil habitantes e o Nordeste 1,19. A situação é parecida no Centro-Oeste, com 1,99, e no Sul, 2,03. O Sudeste tem um índice de 2,61.
O interior dos estados também está em desvantagem em comparação com as capitais. Mesmo no Maranhão, onde o índice do estado é de 0,68 médico por mil habitantes, na capital a razão salta para 2,33. Segundo o estudo, isso acontece devido ao maior número de faculdades localizadas nas capitais e também ao maior número de postos de trabalho, já que essas cidades concentram hospitais, postos de saúde, clínicas e laboratórios. Essas facilidades fazem com que o índice de médicos por mil habitantes nas capitais brasileiras seja de 4,22, mais de uma vez superior à média nacional, de 1,95.
SUS versus setor privado — De acordo com a pesquisa, existem 354.536 postos de trabalho em estabelecimentos privados de saúde para atender 46,6 milhões de usuários de planos de saúde. Seguindo essa conta, que considera o fato de que, em teoria, esses postos médicos (um médico pode ter mais de um posto de trabalho, atendendo em um hospital público e em uma clínica privada, por exemplo) podem atender usuários de todos os planos de saúde, o estudo afirma que há 7,6 postos de trabalho para cada 1.000 usuários de planos de saúde. Em comparação, o Sistema Único de Saúde, com 281.481 postos de trabalho para 144 milhões de pessoas, tem um índice de 3,8 vezes menor que o setor privado.
Mudança de perfil — Em 1910, 22% dos médicos eram mulheres. Cem anos depois, as mulheres representam quase 40% do total. Mas a tendência é que, em breve, elas ultrapassem os colegas do sexo feminino. Desde 2009, as mulheres são a maioria dos novos médicos que entram no mercado de trabalho. Em 2010, representaram 52,46% desse total.
Entre os profissionais com menos de 29 anos, elas também são maioria: 53,31%. Nos acima dos 70 anos, apenas 18,08% são mulheres. Um sinal da profunda mudança que aconteceu nas últimas décadas e que deve se aprofundar nos próximos anos.
Veja

Comissionados: uma conta que não para de aumentar

Congresso

Ignorando o inchaço da máquina pública, Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou criação de 24 novos postos para o Ministério do Esporte

Gabriel Castro
Na edição da semana passada, VEJA mostrou o espantoso número de cargos comissionados no Executivo: 23.579. Em breve, essa conta deve ficar obsoleta. A Comissão de Constituição e Justiça aprovou nesta quarta-feira a criação de 24 postos de comissão no Ministério do Esporte.
A proposta foi encaminhada ainda em 2008, a pedido do então ministro Orlando Silva, mas os aliados não tiveram coragem de levá-la adiante. Com os salários da época, o impacto seria superior a 1,5 milhão de reais por ano. "O projeto em tela tem por objetivo a criação de novos cargos em comissão para compor uma estrutura específica para tratar de futebol e da defesa dos direitos do torcedor", justificou o ministro na época.
A oposição atacou a proposta: "Se houvesse um prêmio Nobel para a pessoa que tem a imaginação mais fértil para inventar sinecuras, o autor deste projeto deveria indubitavelmente levá-lo", ironizou o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Demóstenes Torres (DEM-GO) foi pelo mesmo caminho e recorreu a uma piada: "Se pegar essa turma e colocar num avião e o avião cair, quem se salva? O Brasil".
Constrangidos, senadores da base evitaram o debate. A senadora Marta Suplicy (PT-SP) ainda tentou se justificar: "Tenho confiança na capacidade do ministro Aldo Rebelo em utilizar essas pessoas". Alguns governistas votaram com a oposição. Ainda assim, a proposta foi aprovada por 12 votos a 8 e vai a plenário.
Veja

Brasil tem 38% dos adolescentes em situação de miséria

Desenvolvimento

Faixa etária dos 12 aos 17 anos é a mais prejudicada por problemas como pobreza, criminalidade e abuso sexual, aponta relatório da Unicef

Luciana Marques
Adolescente dorme na Rua Vitória, na região da Cracolândia, em São Paulo Adolescente dorme na Rua Vitória, na região da Cracolândia, em São Paulo  (Fernando Moraes)
Os adolescentes brasileiros na faixa dos 12 a 17 anos sofrem mais com problemas como pobreza, assassinatos e abuso sexual do que a população em geral. É o que avalia o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)  em seu relatório Situação da Adolescência Brasileira 2011, divulgado nesta quarta-feira. De acordo com o documento, a pobreza atinge 29% da população no Brasil, enquanto o porcentual de  adolescentes em situação de miséria chega a 38%. “Em uma população na qual as famílias têm mais crianças, ao se dividir a renda da família, os adolescentes aparecem sem renda”, disse a representante da Unicef no país, Marie-Pierre Poirier.
Em contrapartida, o relatório mostra que o porcentual de adolescentes que não estudam ou não trabalham caiu de 6,6% em 2004 para 5,4% em 2009. No entanto, os valores mudam para a faixa etária entre 15 e 17 anos, em que 20% estão fora da escola. No grupo de meninas que são mães a porcentagem é bem maior: 75,7%. Por outro lado, houve redução no número de adolescentes que só trabalham e não estudam.
Segundo a pesquisa, menos jovens abandonaram os estudos no Ensino Médio e houve aumento do número dos que concluíram o Ensino Fundamental. Outro fator positivo foi a redução no número de analfabetos, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Os meninos representam 68,4% do total de 500.000 adolescentes que não sabem ler, o que demonstra uma desigualdade de gênero na educação.
Cor - A pesquisa também mostrou desigualdades raciais. O adolescente negro tem quatro vezes mais riscos de ser assassinado do que o branco. E o indígena tem três vezes mais chances de ser analfabeto do que os demais brasileiros de sua faixa etária. O Unicef afirma que é preciso atenção especial principalmente aos adolescentes que vivem nas ruas, vítimas de exploração sexual, mães, chefes de família. O órgão propõe que o governo invista, não só na primeira infância, mas também na faixa etária que se segue para que o impacto das medidas iniciais não se perca na etapa seguinte.
"O Brasil não será um país de oportunidade se um adolescente negro continuar a conviver com a desigualdade que faz com que ele tenha quatro vezes mais possibilidades de ser assassinado do que um adolescente branco", defende o trabalho.
“O Brasil precisa reverter a situação atual em que os direitos dos adolescentes são mais violados do os que outros grupos”, afirmou Marie-Pierre Poirier. O número de homicídios, por exemplo, é o dobro entre os adolescentes em relação aos brasileiros em geral: são 43 mortes a cada 100.000 jovens entre 15 e 19 anos. Outro exemplo é que 80% dos casos denunciados de abuso sexual foi relatado por meninas. Hoje há 21 milhões de pessoas entre 12 e 18 anos no Brasil, ou seja, 11% da população. O país não deve voltar a ter um número tão significativo de adolescentes proporcionalmente à população total, de acordo com projeções demográficas.
Veja

Brasil ganha 19 ricaços por dia


Folha.com
Com a economia em forte expansão, o Brasil tem ganhado, em média, 19 milionários por dia desde 2007, segundo reportagem da revista "Forbes".
De acordo com a revista, esse cenário deverá continuar se repetindo pelos próximos três anos.
Os principais responsáveis por esse resultado, segundo a "Forbes", são o crescimento do consumo e a alta do PIB (Produto Interno Bruto).
Outro fator apontado são os altos salários pagos a executivos e bancários, que muitas vezes ultrapassam aqueles pagos nos Estados Unidos.
A reportagem cita uma conferência de bancos privados da América Latina que ocorreu na semana passada.
Para o levantamento, foi considerada a riqueza individual dos brasileiros, que inclui valores depositados em conta corrente, investimentos, propriedades, poupança e outros ativos.
A pesquisa levou em conta que cada R$ 1 milhão equivale a US$ 540 mil.
O Brasil tem atualmente 137 mil milionários e 30 bilionários --70% da riqueza do país concentrada nos Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Veja

Planalto confirma que Maia assume Presidência amanhã

Política

Por Denise Madueño
Brasília - O presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), assumirá amanhã, pela primeira vez, a presidência da República, cumprindo a hierarquia constitucional. Marco Maia foi informado oficialmente hoje dessa decisão pela assessoria do Palácio do Planalto.
A presidente Dilma Rousseff transmitirá o cargo na Base Aérea de Brasília, amanhã, por volta do meio-dia, quando viajará para a Venezuela. Dilma só retornará ao Brasil na madrugada de domingo. O vice-presidente, Michel Temer, por sua vez, também estará ausente do País nesse período, em viagem aos Estados Unidos, retornando no sábado pela manhã. Até o retorno de Temer, portanto, Maia ocupará o cargo de presidente da República.
Agência Estado

Embarcação colide com 900 passageiros a bordo no Rio. Bombeiros resgatam 55 feridos

Rio de Janeiro

Em 28/11/2011 - 14:04

Passageiros ficaram em pânico com dois choques da 'Gávea I' contra atracadouro desativado. Vítimas foram levadas para UPA e três hospitais públicos

Cecília Ritto
A embarcação acidentada, com barcos que deram apoio ao resgate: 55 feridos entre os passageiros A embarcação acidentada, com barcos que deram apoio ao resgate: 55 feridos entre os passageiros (Uanderson Fernandes/Agência O Dia)
Um catamarã com 900 pessoas a bordo colidiu na chegada à estação da Praça 15, no Rio de Janeiro. De acordo com comandante do Grupamento de Socorro e Emergência dos Bombeiros, Gabriel Obeid, 55 pessoas ficaram feridas, a maioria com escoriações se ferimentos leves. O atendimento de emergência foi encerrado às 16h. “Nenhum passageiro teve ferimentos graves. A maioria teve entorces e contusões”, explicou o oficial. A barca se chocou contra um atracadouro desativado.
Reprodução
Passageiros aguardam atendimento no interior da embarcação 'Gávea I', da Barcas S.A.
Passageiros aguardam atendimento no interior da embarcação 'Gávea I', da Barcas S.A.
A embarcação Gávea I – um catamarã social, como são chamadas as novas embarcações da Barcas S.A. – deixou Niterói às 12h10. Pouco antes das 12h30, quando se aproximava do terminal da Praça 15, no Rio, os passageiros ouviram a voz de uma mulher desesperada no sistema de som. Alguns chegaram a pensar que era uma falha do sistema e riram. “Solte os ferros”, dizia a mulher. Muitos passageiros já estavam próximos da proa, em pé, esperando o momento da saída. Houve então, o primeiro impacto, com muitas pessoas se machucando. No intervalo de menos de um minuto, mais uma a barca colidiu, e mais pessoas foram jogadas ao chão. Alguns assentos chegaram a sair do lugar.

Os feridos foram levados para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Botafogo, e para os hospitais Souza Aguiar, Miguel Couto e Salgado Filho. A Barcas S.A. não informa detalhes sobre o que causou o acidente.
Paulo Araújo/AG. O Dia
Uma passageira ferida no acidente com a embarcação 'Gávea I', da empresa Barcas S.A, é restagata por bombeiros
Uma passageira ferida no acidente com a embarcação 'Gávea I', da empresa Barcas S.A, é restagata por bombeiros
A professora Graciana Fischer, 35 anos, estava lendo no momento da colisão, em um dos assentos. “Tinha muita gente em pé, perto da saída. Teve a primeira batida, as pessoas caiam sobre as outras, algum tentavam sentar. E então ela bateu novamente”, contou. “Parecia que ia entrar um navio na barca, não sabíamos o que estava acontecendo. No segundo impacto, eu também caí”, disse.

Uma das reclamações dos passageiros foi a demora para a tripulação emitir um aviso. Segundo os passageiros, passaram-se cerca de 30 minutos até que viesse o primeiro aviso.

A última passageira a abandonar a barca acidentada foi a dentista Daniele Lima, 38 anos. Daniele tentou ajudar nos primeiros socorros aos feridos. “Quando ouvimos a voz da mulher no sistema de som, dizendo para soltar o ferro, achamos que era uma brincadeira que, sem querer, foi parar nos alto-falantes”, disse.

A primeira embarcação a se posicionar junto ao Gávea I foi uma lancha da Capitania dos Portos, com bombeiros a bordo. Eles fizeram a primeira triagem dos passageiros feridos. Inicialmente, organizou-se uma remoção dos feridos com maior gravidade. No entanto, a dificuldade e a pressa entre os passageiros obrigou o grupo a mudar de estratégia. Os feridos foram levados para o fundo da embarcação e, depois de retirados todos os demais passageiros, os machucados saíram em macas.
Veja

Falha em painel de controle teria causado acidente com catamarã no Rio

Rio de Janeiro

Sindicato de Condutores redebeu denúncia sobre porblema que levou embarcação 'Gávea I' a acelerar, quando deveria reduzir velocidade para atracar

O caso do catamarã acidentado: pânico entre passageiros O caso do catamarã acidentado: pânico entre passageiros (Reprodução/TVGlobo)
Uma falha técnica, que fez o motor acelerar, quando devia ter a rotação reduzida, é a causa mais provável do acidente que deixou 55 feridos na segunda-feira, com um catamarã da Barcas S.A., na Baía de Guanabara. De acordo com uma denúncia recebida pelo Sindicado Nacional dos Condutores da Marinha Mercante e Afins, publicada nesta quarta-feira pelo jornal carioca O Dia, uma pane no sistema de controle da embarcação Gávea I provocou o choque contra um atracadouro desativado.

Problemas técnicos acontecem. Mas, segundo o sindicato, houve outra falha grave, de decisão, que propiciou o acidente e expôs os passageiros a riscos bem maiores: a tripulação do Gávea I teria pedido a manutenção do painel de controle quando ainda estava em Niterói, mas a direção da empresa decidiu fazer isso só depois da viagem até a Praça 15, no Rio, onde seria feito o serviço. A travessia poderia ter sido feita sem os 907 passageiros a bordo, mas, para não gerar atrasos, a empresa optou por transportar quase mil pessoas em um catamarã com problemas.

Segundo o sindicato, o problema – que já se conhecia – começou a comprometer a viagem na altura do Aeroporto Santos Dumont, quando o catamarã deve ter a velocidade reduzida. Sem conseguir desacelerar, a condutora do Gávea I, comandante Núbia Gomes Batalha, tentou usar o motor da outra proa – a embarcação tem dupla proa, ou seja, atraca dos dois lados da baía sem fazer manobras. A operação não surtiu resultado e a saída foi lançar a âncora. As informações foram passadas ao sindicato por um tripulante da embarcação.

Horas depois do acidente, passageiros que estavam no Gávea I contaram ter ouvido a voz de uma mulher – provavelmente a comandante – ordenando o lançamento da âncora.

Aumento de tarifa – Em meio à investigação sobre as causas do acidente, a Barcas S.A., a Agência Reguladora de Transportes do Rio (Agetransp) estuda aumento na tarifa da travessia Rio-Niterói. O reajuste será salgado: de 2,80 reais para 4,70 – mais de 65%.
Veja

Kassab pagou R$ 1,5 milhão para Controlar acessar dados

Léo Arcoverde e Folha de S.Paulo
do Agora
A gestão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) pagouR$ 1.527.361,77 por um convênio que permitiu à Controlar o acesso ilegal a dados sigilosos de milhões de motoristas da capital.
A acusação é do MPE (Ministério Público do Estado).
Os pagamentos, bancados pela Secretaria do Verde e do Meio entre dezembro de 2009 e outubro de 2010 em três parcelas, foram feitos à Prodam (Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de SP), empresa ligada à prefeitura, de acordo com a Promotoria.
A prefeitura mantém desde 2003 um convênio com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) para ter acesso ao banco de dados do órgão, e, assim, multar os motoristas que cometem infrações na cidade.
A Prodam é a responsável pelo sistema de consulta desses dados.
Resposta
O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse ontem que o convênio entre a prefeitura e o Detran que permitiu à Controlar acessar dados dos motoristas "é legal e está sendo renovado".
"Esse convênio norteia as relações da concessionária com os dados do Detran. Por parte da prefeitura não há nenhuma irregularidade", afirmou.
Segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, um termo de confidencialidade foi assinado entre a Prefeitura, o Estado e a Controlar em 2008, ano do início de implantação da inspeção.
A secretaria não se manifestou sobre o repasse feito à Prodam. Sobre o assunto, a Controlar afirmou que cabe à prefeitura se manifestar.
O Detran, por sua vez, afirma que a prefeitura transferiu os dados irregularmente à Controlar. Siz ainda afirma que o termo de confidencialidade está sob investigação, já que não há oficialmente nenhum convênio ou parceria de troca de informações entre o Estado e a Controlar.
Folha

Lei da Ficha Limpa entra na pauta desta quarta do Supremo

Julgamento da ficha limpa tinha sido suspenso por pedido de vista.
Ministro Joaquim Barbosa concluiu voto e permitiu volta do tema à pauta.

Débora Santos Do G1, em Brasília
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, incluiu na pauta de julgamento desta quarta-feira (30) três ações que tratam da aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições de 2012. A lei impede a candidatura de políticos condenados pela Justiça em decisões colegiadas ou que renunciaram a cargo eletivo para evitar processo de cassação.
Apesar de o tema ter oficialmente voltado à pauta, a decisão de voltar a julgar o caso deve ser tomada pelo presidente pouco antes do início da sessão.

A suspensão do julgamento ocorreu em sessão no início deste mês, quando o ministro Joaquim Barbosa pediu vista das três ações, que buscam esclarecer os efeitos da lei na eleição do ano que vem.
Conforme o G1 adiantou nesta segunda-feira (27) o voto de Barbosa ficou pronto na última sexta-feira, o que permite que o tema volte à pauta de julgamentos.  Antes da suspensão do julgamento, no último dia 9 de novembro, somente o relator do caso, ministro Luiz Fux, havia votado – a favor dos pontos da lei que garantem sua aplicação em 2012.
O Supremo vai analisar ponto a ponto a lei e definir se as regras são constitucionais e podem ser aplicadas às eleições municipais de 2012.
As ações que buscam definir os efeitos da norma para 2012, foram apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo PPS e pela Confederação Nacional das Profissões Liberais (CNPL).
O primeiro impasse sobre a Lei da Ficha Limpa surgiu com a dúvida sobre sua aplicação nas eleições de 2010. De acordo com a Constituição, a lei que altera o processo eleitoral não pode ser aplicada no mesmo ano que entrou em vigor. Com base nesse argumento, em março deste ano, a maioria dos ministros do STF derrubou a validade da norma para o pleito do ano passado.
Diante das divergências em torno da aplicação da Ficha Limpa, passados 13 meses do fim das eleições, há políticos que, mesmo tendo conseguido votos suficientes para se eleger, ainda tentam na Justiça assumir os mandatos.
No julgamento, o Supremo vai analisar se a lei tem pontos que contrariam a Constituição. Para alguns ministros do STF, o fato de a lei atingir condenações anteriores à sua vigência seria contrário ao princípio da segurança jurídica.
O artigo 5º da Constituição afirma que "não há crime sem lei anterior que o defina". Dessa forma, os condenados por órgãos colegiados antes da lei não poderiam ser punidos agora. Se prevalecer essa tese, a Lei da Ficha Limpa valerá apenas para condenações ocorridas depois da edição da norma.
A Lei da Ficha Limpa é questionada ainda por declarar inelegíveis políticos que ainda poderiam recorrer das condenações que sofreram.
Segundo os críticos da lei, a ficha limpa contraria o chamado "princípio da presunção de inocência", pelo qual uma pessoa só pode ser considerada culpada depois de esgotadas todas as possibilidades de recurso.
O Globo

As (poucas) revelações do Campeonato Brasileiro de 2011

Dedé, do Vasco

Revelação do Volta Redonda, Dedé chegou ao Vasco em 2009. Não teve muitas chances no clube na temporada seguinte, mas vem fazendo um excelente 2011. O zagueiro de 23 anos está sempre nas convocações para a seleção brasileira e renovou seu contrato com o Vasco até 2014.


Bruno Côrtes, do Botafogo

Depois de chamar atenção com boas partidas pelo Nova Iguaçu no Campeonato Carioca deste ano, Bruno Cortês foi emprestado ao Botafogo. O lateral esquerdo de 24 anos conseguiu se encaixar no time que era treinado por Caio Júnior e foi titular na seleção brasileira na partida contra a Argentina, no Superclássico das Américas. O Botafogo já acertou sua compra em definitivo.


Welington Nem, do Figueirense

Welington Nem começou a carreia no América-MG e ainda nas categorias de base acertou com o Fluminense. O jogador de 19 anos foi emprestado ao Figueirense no começo da temporada e vem se destacando no time treinado por Jorginho.

Leandro Damião, do Internacional

Leandro Damião chegou ao Internacional em 2010, mas se firmou entre os titulares apenas em 2011. Com boas atuações na Copa Libertadores da América e no Campeonato Brasileiro, o atacante de 22 anos foi convocado para seleção brasileira. Os boatos de propostas do exterior existem, mas o Internacional diz que fará o possível para manter o jogador.

Osvaldo, do Ceará

Osvaldo começou a jogar na categoria de base do maior rival do Ceará, o Fortaleza. O jogador de 24 anos passou pelo Braga, de Portugal, e fez uma boa temporada em 2011. Alguns jornais já noticiaram que clubes como Corinthians, São Paulo e Cruzeiro estão na briga para contratá-lo.

Campeonato Brasileiro



P J V E D
Corinthians 70 37 21 7 9
Vasco 68 37 19 11 7
Fluminense 62 37 20 2 15
Flamengo 60 37 15 15 7
Coritiba 57 37 16 9 12
Internacional 57 37 15 12 10
Figueirense 57 37 15 12 10
São Paulo 56 37 15 11 11
Veja

Taxa de divórcio sobe a 1,8 para cada mil brasileiros

Geral

Por Clarissa Thomé
Rio de Janeiro - Nunca o brasileiro se divorciou tanto. Em 2010, foram registrados nos cartórios 243.224 divórcios, entre processos judiciais e escrituras públicas. Isso significa que 1,8 em cada mil brasileiros com 20 anos ou mais se divorciou legalmente no ano passado. O aumento se deve principalmente à mudança na legislação, que acabou com o instituto da separação e os consequentes prazos legais. Desde julho de 2010, é possível divorciar-se a qualquer tempo, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa. Em contrapartida, o número de separações é o mais baixo - 0,5 por mil habitantes. Os dados fazem parte das Estatísticas do Registro Civil 2010, divulgadas hoje pelo IBGE.
A série histórica demonstra que mudanças na legislação impulsionam o divórcio. Em 1989, a taxa dobrou para 0,8 por mil em relação ao ano anterior, quando prazos mínimos para iniciar os processos foram reduzidos. A partir de 2007, separações e divórcios puderam ser requeridos administrativamente. As taxas em 2007 e 2008 ficaram em 1,4 por mil e 1,5 por mil respectivamente.
Rondônia e o Distrito Federal registraram as maiores taxas de divórcio no ano passado - 3,5 por mil e 33,3 por mil, respectivamente. Em todo o país, 71% das separações foram consensuais. Entre as não consensuais, a iniciativa foi da mulher em 70,5%. Já entre os divórcios, 75,2% das dissoluções foram resolvidas sem recursos. Entre os não consensuais, há maior equilíbrio - em 52,2% dos casos a mulher pediu o divórcio. Entre aqueles que se divorciaram no ano passado, em 22% dos casos o casamento havia durado no máximo 5 anos. Em 40,3% os casais não tinham filhos. A idade média ao divorciar foi de 43 anos. Em 2000, essa idade era de 41 anos.
Guarda compartilhada - As Estatísticas do Registro Civil 2010 mostram o aumento do compartilhamento da guarda dos filhos. A proporção de divórcios em que a guarda foi dividida entre os dois passou de 2,7% em 2000 para 5,5% em 2010 (8.702 filhos menores). Em Salvador, 46,54% dos filhos menores de casais que se divorciaram em 2010 (1.196 pessoas) ficaram sob responsabilidade de ambos os cônjuges, a maior proporção entre as capitais. Apesar de ter o maior número absoluto (434 pessoas), São Paulo ficou em 16º lugar no ranking das capitais (6,06%).
As mulheres ainda são as principais responsáveis pelos filhos - em 87,3% dos divórcios a guarda coube às mães. Apenas em 5,6% dos casos a guarda ficou com o pai.
Agência Estado

Excesso de compartilhamento irrita usuários do Facebook

facebook

Na semana passada, o Facebook apresentou mais uma alteração em seu site. São modificações no feed de notícias e no modo de compartilhamento de informações. Mas a proposta, que integra o pacote de reformulações que será finalizado no lançamento mundial da Timeline – prevista para as próximas semanas –, não foi bem aceita: parte dos mais dos 800 milhões de cadastrados vem usando o próprio Facebook para criticar as novidades.
Na prática, o site de Mark Zuckerberg reorganizou a mais importante seção da página do usuário, conhecida como newsfeed ou feed de notícias. Agora, cabe ao usuário escolher a forma pela qual receberá conteúdos dos amigos – por “histórias em destaque” (mais compartilhadas ou comentadas) ou “histórias recentes primeiro” (em ordem cronológica).
Outra modificação – sutil e perigosa – afeta o compartilhamento. Todos os rastros deixados por amigos na rede são registrados no feed de notícias. Isso inclui interações com terceiros com quem o usuário não tem qualquer relação. Até então, esses conteúdos eram destinados apenas ao espaço Ticker (novidades, em português), presente seção lateral direita da tela principal (imagem abaixo).

A alteração determina um acréscimo considerável de compartilhamento de informações e, consequentemente, da exposição dos usuários – com o consentimento dos próprios, diga-se. A função é considerada pública, aberta, portanto, aos olhos de todos os usuários da rede social. É o “compartilhamento sem fricção” tão ressaltado por Zuckerberg durante o F8, conferência anual da empresa realizada em setembro. Fica a critério do cadastrado procurar a área de configurações do site para escolher o grupo de pessoas que pode receber os conteúdos publicados. Mesmo assim, as alterações irritam parte dos usuários (arte abaixo).
Para a rede, é claro, as modificações têm papel fundamental: expor mais e mais informações de usuários. Isso ajuda empresas a calibrar ações de publicidade de acordo com o perfil dos cadastrados.
Veja

'Nada foi feito pela nossa segurança', afirma juiz federal

Entrevista: Gabriel Wedi

Juízes federais fazem paralisação nesta quarta para pedir garantias contra a violência. Categoria também quer reajuste e critica teto para aposentadorias

Gabriel Castro
"Em junho, eu disse que se nada fosse feito, um juiz seria assassinado em pouco tempo, porque a situação estava insustentável. Um mês e meio depois, a juíza Patrícia Acioli foi assassinada em via pública com 25 tiros de calibre 45"
Gabriel Wedi, presidente da Ajufe
Cerca de 2.000 juízes federais de todo o país vão cruzar os braços nesta quarta-feira. A paralisação, que ocorre em conjunto com outros 3.600 magistrados do Trabalho, tem como intuito cobrar melhorias nas condições de exercício da profissão e também reajuste salarial. Os juízes pedem, ainda, a aprovação pelo Congresso do Projeto de Lei 3, de 2010, que cria um órgão colegiado de magistrados para julgar casos de narcotráfico. O texto também prevê a criação de uma polícia judiciária composta basicamente pelos agentes de segurança presentes em todas as varas federais. Eles suprem a falta de policiais federais nas escoltas de magistrados ameaçados. Ao site de VEJA, o presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Gabriel Wedi, afirma que o movimento vai cobrar do governo federal e do Legislativo uma postura mais enfática em relação aos temas - e lembra que nada foi feito em prol da segurança dos magistrados desde a morte da juíza Patrícia Acioli, em agosto.
A segurança oferecida aos magistrados hoje é insuficiente? Não há segurança. O próprio ministro da Justiça e a Polícia Federal já admitiram isso. Hoje, nossos agentes de segurança trabalham desarmados, enquanto os criminosos portam armamentos iguais ou mais pesados que os do Exército. Além disso, muitas vezes os seguranças são desviados de suas funções para trabalhar de motoristas nos fóruns, nos cartórios os varas federais. O Projeto de Lei 3 autorizaria, também, nossos agentes a portarem armas.
O que foi feito para aumentar a segurança dos magistrados desde a morte da juíza Patrícia Acioli? Antes mesmo da tragédia, em 27 de abril, já havíamos feito uma paralisação. Mas nenhuma reivindicação foi atendida. Nada foi feito pelo governo para nos dar segurança até agora. Uma juíza foi assassinada e nenhuma atitude foi tomada. Ainda querem que se aprove um Projeto de Lei que prevê um agente de segurança desarmado para fazer a seguraça dos juizes federais. A Ajufe sugere a criação de um colegiado de juízes para julgar o narcotráfico e o crime organizado internacional, nos mesmos moldes do que foi criado na operação Mãos Limpas na Justiça da Itália, quando se levou quase 1.000 mafiosos à cadeia. O que desencadeou esse processo foi o assassinato de dois juízes. E, no Brasil, já são seis juízes e promotores assassinados nos últimos oito anos. A situação é alarmante. Em junho, eu disse que se nada fosse feito, um juiz seria assassinado em pouco tempo, porque a situação estava insustentável. Um mês e meio depois, a juíza Patrícia Acioli foi assassinada em via pública com 25 tiros de calibre 45.
Quais outras reivindicações estão em pauta? Estamos defendendo a Previdência Pública integral. O magistrado repassa quase 3.000 reais por mês para Previdência e nós estamos lutando para que não ocorra o absurdo que aconteceu com a onda de corrupção nas privatizações que quebraram a Previdência Pública no Chile e na Argentina. Temos que nos precaver dos interesses econômicos dos grandes fundos de pensão e até mesmo de grupos internacionais. Um projeto que tramina hoje no Congresso acaba criando juízes que contribuem com recolhimento integral e recebem parcialmente. O cálculo atuarial não fecha. Você recolhe para uma aposentadoria integral e recebe pelo teto do INSS. Você paga quase 3.000 reais por mês de aposentadoria e se aposenta com 2.000.
E os salários? Eu tenho muita facilidade de falar sobre isso porque a Ajufe defendeu, em  2005, o teto remuneratório do funcionalismo para acabar com os penduricalhos. Ou seja: que os juízes recebessem apenas o subsídio. Isso foi aprovado. Na época, havia funcionarios públicos que ganhavam 80.000, 100.000 reais. Nós abrimos mão de adicionais e gratificações. Foi dada a garantia de que o teto seria atualizado pelo índice oficial de inflação do governo todos os anos. Desde 2005 esse teto só foi atualizado uma vez, em 8%, em 2009. O IPCA e o INPC são de 35% no período. O nosso pedido de reposição inflacionária é de 22%.
Qual é o salário médio de um juiz federal? O juiz recolhe para a União um valor elevado: 11% do salário bruto para a Previdência mais 27,5% do imposto de renda, mais contribuições associativas e o plano de saúde. O juiz recolhe cerca de 45% do seu salário bruto. Um juiz substituto ganha cerca de 12.000 reais por mês, líquido. E o federal ganha cerca de 13.000 reais por mês, líquido.
Faltam juízes o Brasil? Falta estrutura de trabalho para levar uma Justiça mais rápida à população. Nos Tribunais Regionais Federais, que são cinco no Brasil, a estrutura do 2º grau é igual à de 20 anos atrás, quando nós tinhamos 130 milhões de brasileiros. Os juízes chegam a receber mais de 1.000 processos por mês para apreciar. Nós estamos lutando apra aprovar a PEC 544, que cria quatro novos Tribunais Regionais Federais: na Bahia, no Amazonas, no Paraná e em Minas Gerais. E também estamos lutando para criar o cargo de juiz das turmas recursais, que julgam os recursos dos Juizados Especiais Federais. São aqueles que atendem à população de baixa renda que fica na fila do SUS, do INSS, não é atendida e recorre à Justiça para ganhar um medicação, uma cirurgia, o direito à aposentadoria, ao auxílio-invalidez. Esses juízes que acumulam a função com a sua vara de origem. Isso acaba acumulando processos que deveriam demorar quatro meses e demoram dois anos.
Ainda há uma queixa muito grande da população sobre a lentidão do Judiciário. Manifestações como a de quarta-feira não aumentam a desconfiança sobre os magistrados? Nós estamos trabalhando de forma acelerada. O que existe é uma sobrecarga de trabalho nos tribunais. O objetivo final desse movimento todo é lutar por uma Justiça mais rápida, barata, acessível e que no aspecto criminal não admita a impunidade e a corrupção no nosso país. Nós temos feito voltar para os cofres públicos milhões de reais em ações de improbidade. Temos combatido de frente a corrupção no nosso país. Entendo que nós devemos fortalecer o Judicário Federal, porque nós temos feito um grande trabalho no nosso país.
A paralisação não criará transtornos a quem depende do Judiciário? Vamos atender as demandas urgentes, para não prejudicar a população. É muito mais um ato de sensibilização do poder Executivo. O presidente do Supremo precisa sentar para conversar com a presidente da República, o presidente da Câmara e o do Senado. Os quatro precisam sentar e resolver essa crise institucional que assola o Judiciario.
Existem "bandidos de toga", como disse a corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon? Nós entendemos que todos os casos de corrupção devem ser apurados. Na Justiça Federal, nós observamos rarissimos casos. Somos 30.000 juízes no país. Recentemente, havia 52 sob investigação no CNJ. E nenhum juiz federal entre esses eles. A corrupção deve ser combatida em todos os poderes da República, mas nós temos que ter essa clareza. Tem que se fazer o combate com moderação e sem sensacionalismo. Eu discordo profundamente desse termo "bandidos de toga". É um termo irresponsável, uma generalização que não se aplica. São casos isoladíssimos, de juízes que foram punidos pelo CNJ. A Ajufe defendeu o CNJ desde a sua criação e entende que ele faz um bom trabalho para o país. Mas discordamos profundamente desse termo.
As punições aplicadas aos juízes, como a aposentadoria compulsória, não são brandas demais? Se é demonstrada a culpa do magistrado no processo criminal, ele vai preso, como já aconteceu. Nós temos exemplos. A questão da aposentadoria é diferente, porque é uma relação administrativa que existe com base no recolhimento que o juiz faz. É uma relação atuarial. Essa não é uma boa comparação. Nos casos em que o juiz cometer crime, ele tem que ser preso como um cidadão comum.  O juiz tem que ser um exemplo para a sociedade.
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