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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Da tribuna, Álvaro Dias cobra demissão de Lupi

Política

Por Rosa Costa
Brasília - O líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR), voltou hoje a cobrar da tribuna a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, exibindo três termos de compromisso de doação que, segundo ele, comprovam as denúncias de corrupção existentes contra Lupi. Os documentos registrados em cartório, em agosto de 2007, mostram o acordo do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Bares e Restaurantes da Baixada Santista, Litoral Sul e Vale da Ribeira, João Carlos Cortez, para obter a certidão sindical expedida pelo Ministério do Trabalho.
Um dos termos especifica que o sindicato repassará "diretamente" à Força Sindical até o mês de agosto do mesmo ano, "a título de doação, para realização de atividades de formação sindical, 30% do imposto sindical referente ao exercício de 2008. O outro documento repete o compromisso e a promessa de repassar para a Força Sindical 20% do imposto sindical, referente ao exercício de 2009.
No terceiro termo de compromisso, o sindicato compromete-se a efetuar à entidade, também à título de doação, 10% do imposto sindical referente ao exercício deste ano, 2010. O acerto fixa ainda que o repasse do dinheiro ocorrerá logo que a certidão sindical for publicada no Diário Oficial da União (DOU).
É o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, quem encabeça o movimento de defesa e da permanência de Carlos Lupi no Ministério do Trabalho. No entender do líder tucano, "trata-se da prática ilícita documentada". "Isso é um acinte, é uma afronta, é a documentação da corrupção, o tráfico de influência, o benefício concedido em troca de determinado favor", atacou. "E o favor, nesse caso, é a certidão, é a carta sindical publicada no Diário Oficial da União", protestou o senador.
Ele acredita que o esquema, já denunciado pela imprensa, mostra por que o Ministério do Trabalho "se transformou numa fábrica de sindicatos". Dias disse que foram expedidas 1.457 cartas sindicais em três anos e que existem mais de 2 mil em curso, tramitando para obter o registro definitivo. "O que não se entende é como o ministro continua ministro", afirmou. "O que não se compreende é como a presidente Dilma não toma nenhuma providência".

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