14/01/2011
às 9:08 \ EM DIA O que dizia a reportagem de VEJA:

Um levantamento feito pelo sindicato, com base nos dados do Ministério da Aeronáutica, constatou que, dos 137 aeroportos operados pela aviação comercial brasileira, 35 não possuem sequer pistas pavimentadas e apenas cinco contavam com equipamentos eletrônicos razoavelmente modernos. Os aeroportos do país parecem ser deficientes, seja quanto à segurança, seja quanto ao conforto. Criada por um decreto no ano passado, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeronáutica (Infraero) tem a missão de administrar, num futuro próximo, os aeroportos brasileiros. Uma tarefa de um gigantismo bíblico, diga-se. Pela primeira vez desde 1906, ouvem-se falar nos aeroportos brasileiros palavras como superávit, autofinanciável, indústria, empresa, administração direta, etc… São tão revolucionárias e implicam transformações tão grandes que o próprio pessoal da Infraero parece meio receoso de pronunciá-las num tom mais alto.
Como está a situação dos aeroportos atualmente:
Trinta e sete anos se passaram desde a reportagem de VEJA e a situação de quem precisa voar no país segue complicada. A principal causa de problemas no setor é a falta de investimentos, que resulta na infraestrutura precária dos aeroportos. Basta um simples feriado prolongado para que os atrasos e cancelamentos se multipliquem. Some-se a isso o fato de que a estabilização econômica resultou no acesso de um número maior de brasileiros às viagens aéreas – a quantidade de pessoas que viajam de avião dobrou nos últimos cinco anos – e o resultado são aeroportos barulhentos, lotados e desconfortáveis como as velhas estações rodoviárias.
Em 2006, o choque entre um jato Legacy americano e um Boeing da Gol – causando a morte de 154 pessoas – foi o episódio que chamou definitivamente a atenção da população brasileira para a precariedade do setor de transporte aéreo do país. O acidente foi o estopim de um apagão aéreo que paralisou os aeroportos na véspera do fim do ano. Voos cancelados e atrasos de até trinta horas transformaram os aeroportos numa sucursal do inferno. Uma CPI foi aberta para investigar o caos, mas todos os problemas identificados por ela permanecem à espera de solução.
O gargalo dos aeroportos é um dos maiores desafios ao país para receber a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016. Segundo estimativas, o Mundial deve aumentar em 49% o tráfego aéreo no país, tornando caótica uma situação que já é ruim. Uma pesquisa recente do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas mostrou que dez dos quinze aeroportos que receberão voos para a Copa já enfrentam dificuldades para estacionar aeronaves. A Infraero não tem recursos nem condições técnicas para dar conta da atual demanda – quanto mais dos imensos desafios que se avizinham.
Veja
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