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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Lavou, tá nova...




Quando a limpeza não cheira bem

A Itália, depois de promover uma perseguição política através da chamada operação “Mãos Limpas”, elegeu Silvio Berlusconi. Já uma lei do tipo na África do Sul não teria permitido a eleição de Nelson Mandela, cuja “ficha suja” envolvia condenação por “terrorismo”.

Ana Helena Tavares

Como se sabe, a esquerda, embora progressista, não é toda democrática. Exultado pelos dois pólos da política, stalinista e fascista são alguns dos nomes que se aproximam perigosamente do chamado “Ficha Limpa”. O que é essa nova lei? Uma limpeza moral à força? Você? Se fosse um político arrependido de seus crimes não gostaria do direito à segunda chance?

De onde vem a idéia

Peço a quem puder que me cite uma ditadura que não tenha sido instaurada em nome do “combate à corrupção”. Um dos vídeos, criados ainda ano passado em defesa do projeto, é um primor de moralismo hipócrita. Apresenta a proposta de uma varredura que “faria com que os que os eleitores pudessem confiar (?) em quem votar e mudaria o país”. Em política, cruzadas desse tipo invariavelmente acabam em vitória da direita - e mais corrupção. A última que vingou por aqui (travestida de “Marcha pela família com Deus pela Liberdade”) eu ainda nem era nascida, mas sei bem que resultou em 20 anos de ditadura. O jornalista e ex-deputado federal Marcos Rolim lembra: “Foi a ditadura militar que, com a Emenda Constitucional nº 1 e a Lei Complementar nº 5, estabeleceu a cassação dos direitos políticos e a inegibilidade por 'vida pregressa' ”, disse Rolim em seu artigo “Boa intenção, má solução”, em que acusa ainda o projeto de legalizar a “presunção de culpa”.

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