A autorização para o início das obras trouxe preocupação para movimentos indígenas, Ministério Público e procuradoria da República.
O Ibama autorizou nesta quarta-feira (1º) o início das obras de construção da usina de Belo Monte, no Rio Xingu. A autorização para o início das obras trouxe preocupação para movimentos indígenas.“Os povos indígenas, pescadores, ribeirinhos e trabalhadores que vão ser afetados não vão aceitar assim, simplesmente por aceitar, querem de fato pressionar o governo para haver esse diálogo e, se for o caso, de fazer essa moratória ou de parar mesmo Belo Monte", afirma Claudomir Monteiro, do Conselho Indigenista Missionário.
O Ministério Público Federal também reagiu. A Procuradoria da República no Pará criticou a decisão do Ibama. Segundo o MP, pelo menos três condicionantes para a liberação de Belo Monte não foram cumpridas. Os procuradores estudam entrar com a décima primeira ação judicial contra a instalação da usina.
"Em cada fase do processo de licenciamento de Belo Monte foram violados os direitos ambientais, de comunidades indígenas e ribeirinhas na região. E nessa fase do procedimento se constata que, mais uma vez, direitos ambientais foram violados”, argumenta o procurador da República Felício Pontes.
Segundo o Ibama, as 40 condicionantes da fase de construção da usina estão sendo cumpridas pelo consórcio responsável pela obra. Serão investidos R$ 3,2 bilhões para compensar o impacto ambiental e social.
“As medidas mitificatórias e compensatórias fazem com que esse impacto deixe de ser um prejuízo e se torne um custo ambiental”, diz o presidente do Ibama Curt Trennepohl.
A usina será instalada no rio Xingu e tem custo previsto pelo governo de R$ 19 bilhões. A obra vai alagar uma área de 516 quilômetros quadrados. Um trecho do Xingu terá a vazão reduzida pelas barragens.
“Estamos preocupados com questões sociais e de qualidade de vida urbana, mas também preocupados de que se garanta a construção de negócios locais que sejam capazes de levar aquela população a um desenvolvimento melhor do que hoje”, aponta a ministra do Planejamento Miriam Belchior.
Bom dia Brasil
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