Forrest Gump é, provavelmente, um dos mais injustiçados personagens do cinema. Acho que ele deveria gozar de um prestigio muito maior. Para mim ele é um verdadeiro herói do cinema americano. Não menos que o Batman, um cara sádico e vingativo que não vale nada. E o que dizer de Forrest Gump – O Contador de Histórias, o filme de 1994, dirigido pelo revolucionário Robert Zemeckis? É um filme pouco lembrado, se levarmos em conta sua grandiosidade. Há muito cult fraquinho com mais status. Sentimental e apelativo? Bobagem. Forrest Gump – O Contador de Histórias é arrebatador. Grande música. Excepcional roteiro. Histórica atuação do ator principal. Irrepreensível direção. Um filme pra se ver muitas vezes.
Pra quem acusa o filme de sentimentalismo barato, a música composta por Alan Silvestri é um prato cheio. Ela é uma das mais usadas para fazer pessoas chorarem, e, não raro, é usada como fundo em programas de televisão que mostrem alguma história triste ou de superação. A Forrest Gump Suite – composição a que me refiro – é, contudo, uma obra-prima da música erudita contemporânea e integra, como uma cereja em cima de um bolo, a riquíssima trilha sonora do filme, que faz na verdade uma cuidadosa compilação da história da música pop dos Estados Unidos nas três décadas que sucederiam a aparição de Elvis Presley. A trilha tem de tudo: Joan Baez, Creedence Clearwater Revival, Aretha Franklin, The Beach Boys, Bob Dylan, Buffalo Springfield, The mamas & The Papas, Simon & Garfunkel, The Doors, The Byrds, Jefferson Airplane, Jimi Hendrix (este, infelizmente, ausente no CD, por prováveis questões de direito autoral – o que foi uma pena), The Supremes, Scott McKenzie, B. J. Thomas, Bob Seger, The Doobie Brothers, Willie Nelson, além do próprio Elvis, entre outros. Não seria de todo absurdo pensar Forrest Gump como um musical. Boa parte do espólio dos pioneiros da pop music está ali no filme a emocionar qualquer pessoa que ame música.
Por:Luciano Silveira
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