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sexta-feira, 4 de março de 2011

Forrest Gump é o maior herói não reconhecido do cinema americano - Continua...

O roteiro assinado por Eric Roth, adaptado do romance de Winston Groom, foi chamado na época do lançamento de colcha de retalhos, ou coisa parecida, por alguns poucos críticos idiotas. Pois é. O roteiro que apresenta a história do simpático idiota do Alabama foi, apesar das “ressalvas”, premiado com um Oscar, dos seis que o filme recebeu: incluindo melhor filme e melhor ator para Tom Hanks, no grande papel de sua vida. Não que eu ache que a Academia seja uma instituição impecável – muito pelo contrário. Mas não é admissível, à luz da razão, colocar defeito num roteiro que consegue cobrir mais de trinta anos da vida de um personagem, encadeando-a aos principais eventos da história contemporânea de seu país, em 146 minutos de filme, que passam num piscar de olhos – o filme é bem mais longo do que normalmente são convencionalmente as comédias. O Oscar acertou em cheio.

Na melhor tradição dos palhaços que fazem chorar, Tom Hanks arranca lágrimas o tempo todo. Talvez o próprio Chaplin, com o cômico e tocante Carlitos, não tenha conseguido produzir tanta lágrima num único filme. Hanks com seu Forrest poderia ter funcionado como um tipo qualquer de palhaço. De fato ele está muito, muito engraçado em quase todo o filme. Entre diversos momentos engraçados, vele citar as cenas em que Forrest aparece ao lado de celebridades, como os presidentes norte-americanos, ou numa entrevista de TV ao lado de John Lennon, numa bela – ainda que aparentemente simples – intervenção de efeitos especiais da Industrial Light & Magic. Tom Hanks impressiona com sua façanha de – com apoio no criativo roteiro e na excepcional direção – fazer com que o riso e o choro dos espectadores andem de mãos dadas durante praticamente todas as duas horas e meia da película. Tudo o que o comediante Hanks precisava, depois de boas atuações nos anos 80, era de um papel como este para obter sua, de certa forma precoce, consagração como ator, recebendo seu segundo Oscar, e de forma consecutiva – no ano anterior fora premiado por sua surpreendente atuação dramática em Filadelfia. Entretanto, com Gump o ator é reconhecido por aquilo que fez melhor em toda a fase inicial de sua carreira: platéias sorrirem. E desta vez, com o requinte da lágrima. Podemos dizer que Forrest Gump – O Contador de Histórias, é, assim, uma comédia pra gente chorar. Se o diretor Zemeckis buscou o “choro fácil” ele conseguiu. E duvido que isso seja algo tão fácil como dizem alguns. Seria também uma enorme injustiça reduzir ao adjetivo “sentimental” um filme tão rico e belo.
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SOBRE O AUTOR: *LUCIANO FORTUNATO é músico e web-escritor.
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