Operação não pode passar de quatro horas; orientação deve inibir prática de procedimentos "combinados", segundo entidade
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica divulga hoje uma cartilha com normas de segurança que devem ser seguidas nas operações.
Entre as recomendações está o limite de tempo para uma cirurgia: quatro horas.
Segundo Ewaldo Bolivar de Souza Pinto, presidente da comissão de ciência e segurança da entidade, essa é uma tentativa de limitar o número de procedimentos feitos na mesma operação.
"Em quatro horas, não dá para fazer mais que duas intervenções."
O documento tem três páginas e cinco regras principais, com foco no pré-operatório e na anestesia.
"Todo mundo pensa que anestesia local não é perigosa, mas se você usa uma quantidade de anestésico maior que 35 mg/kg, a pessoa pode ter convulsão."
Para reduzir os riscos, um exame de anestesia deve fazer parte do pré-operatório, e o anestesista precisa acompanhar toda a cirurgia. Ele também deve ser responsável por encaminhar o paciente a uma sala de recuperação.
Antes da operação, o paciente deverá fazer mais de dez exames, como hemograma e raio-X de tórax.
O local da cirurgia deve ser próximo a um banco de sangue e a uma UTI, para o caso de complicações.
De acordo com Bolivar, ainda não havia uma orientação formal da entidade sobre os procedimentos cirúrgicos.
"Estamos iniciando um novo capítulo. Muitos especialistas se esquecem de procedimentos de segurança."
As atuais recomendações sobre os equipamentos dos hospitais ou centros cirúrgicos seguem as regras do Conselho Federal de Medicina.
Fonte: Folha
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