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terça-feira, 26 de abril de 2011

Requião toma gravador das mãos de jornalista no Senado

Ex-governador não gostou de ser questionado sobre aposentadoria.
G1 procurou senador, mas assessoria disse que ele não estava no gabinete.

 O senador Roberto Requião (PMDB-PR) arrancou o gravador das mãos de um repórter da rádio Bandeirantes na tarde desta segunda (25), depois de demonstrar contrariedade com uma pergunta sobre a aposentadoria que recebe como ex-governador do Paraná.

O G1 procurou o senador em seu gabinete no Senado, mas foi informado pela assessoria de que Requião não estava no local. No microblog Twitter, o senador postou a seguinte mensagem por volta das 15h40: "Acabo de ficar com o gravador de um provocador engraçadinho. Numa boa , vou deleta-lo". Numa mensagem posterior, Requião afirmou: "Sou dono da minha entrevista e da minha opinião". O senador disse ainda pelo microblog ter sido alvo de "agressão e provocação" e de "tentativa de linchamento". "Minha história e meu currículo suportam com facilidade.Boa discussão", afirmou.
O presidente do Comitê de Imprensa do Senado, Fábio Marçal, acompanhou o jornalista até a Polícia Legislativa da Casa para registrar o episódio. A polícia informou, no entanto, que só a Corregedoria da Casa poderia agir em casos envolvendo parlamentares. Como o corregedor do Senado ainda não foi escolhido, o jornalista não conseguiu registrar a ocorrência para tentar reaver o gravador.
Depois, o repórter foi ao gabinete de Requião e recebeu o aparelho de volta, entregue pela secretária, mas sem o cartão de memória.
O episódio foi testemunhado por um grupo de repórteres que entrevistava o senador paranaense sobre o estado das contas públicas e a necessidade de se conter despesas na administração federal.
Requião defendia a economia nos gastos públicos, mais especificamente em casos como o da Previdência Social, quando foi questionado pelo jornalista se, em nome dessa mesma economia,. estaria disposto a abrir mão da aposentadoria como ex-governador.
Depois de tomar o gravador, segundo relato do repórter, o senador do PMDB tentou apagar a gravação registrada no aparelho e, de acordo com o jornalista, teria ameaçado agredi-lo.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Lincoln Macario, criticou a conduta do senador. “A arbitrariedade não é prerrogativa de nenhuma autoridade. Que a censura volte ao tempo sombrio que ela pertence.”
Sarney
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), classificou o episódio como um “mal-entendido”.
“Não conheço esse fato. Acho que o senador Requião é um cavalheiro. Deve ter ocorrido um mal-entendido porque ele não deve ter feito isso”, afirmou Sarney.
O presidente do Senado foi questionado sobre a ausência de um corregedor na Casa, que impediu que o fato fosse registrado, mas não respondeu.

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