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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Morte: A Coisa Mais Natural e Mais Rara Que Existe


Esta é a única coisa sobre a qual temos certeza absoluta, uma vez que tenhamos nascido. Mesmo assim, é complicado ter que encarar esses eventos como naturais, porque são raros no nosso convívio. Todos temos o direito de partir uma única vez. Sabemos que partiremos, e se existe algo que diga que continuaremos a viver em outro lugar, esse algo é a nossa fé.

Existem pessoas que dizem a si mesmas que todo mundo, no fundo no fundo, tem medo da morte. Essa é uma distorção que imobiliza as pessoas. Só serve pra inutilizar seu auto-controle. A verdade é que nem todo mundo tem medo da morte. Uma outra verdade boa é saber que podemos tentar entender como essas pessoas encaram a morte, e como isto afeta os comportamentos potencializadores, para que tenhamos também a coragem de ir em direção a grandes sonhos e grandes projetos.

Suicidas, por exemplo, não têm medo da morte, ou pelo menos têm menos medo da morte do que da vida: antes, encaram-na como uma forma de alívio para tristezas e dor neste mundo. Também existem monges, padres, médiums, pastores… Um mundo de pessoas que encaram a morte como uma libertação.

Não estou dizendo que todo mundo que é espiritualizado tenha vencido o medo da morte. Digo apenas que existem pessoas que não têm esse medo, e isto inclui pessoas não religiosas (que na minha opinião, são também espiritualizadas). Todos eles podem nos dar um banho de lições a respeito da importância da vida.

O que quero ressaltar e demonstrar aqui é a contribuição que os suicidas me deram para que, inspirado neles, eu construísse uma vida mais feliz para mim mesmo e todas as pessoas à minha volta, sem exceção. Eu avisei que o tema era controverso e polêmico. Agora, aguenta, coração.


A Atitude Fundamental Que Desequilibra Nosso Comportamento


Existe uma ilusão típica que paira sobre os nossos pensamentos. É a ilusão da imortalidade. Mesmo que muitos afirmem com toda veemência que sabem que um dia partirão, e que é importante fazer todo o possível aqui, o quanto antes, é curioso como muitas vezes não estamos decididos a agir como se isso fosse verdade.

Esta mesma ilusão nos faz viver uma vida de apego à nossa zona de conforto. Muitos amam a idéia de querer romper barreiras, quebrar limites, alcançar novos patamares. Mas a decisão destes quanto a isto é: não preciso fazer isso agora, porque estou me preparando, e ainda tenho bastante tempo.

Se você se comporta como se a morte estivesse lá longe, sempre é pego de surpresa quando ela acontece. Pra mim, isto aconteceu de forma muito aguda quando perdi um grande amigo que tinha vinte e poucos anos. É comum a gente fazer reflexões a respeito das nossas atitudes quando estamos em contato com a morte. Difícil é realizar as resoluções que vêm destas reflexões.

É também esta mesma ilusão que contribui para as reações mais dramáticas quando perdemos alguém. Não é a única coisa que contribui, mas certamente contribui bastante. O que acontece com a estrutura da “sua realidade”? Partindo sempre do pressuposto de que as pessoas têm todo tempo do mundo, quando você perde alguém, o que acontece com o seu emocional?


Decidindo Comprometer-se Com a Vida


Precisamos abandonar esta ilusão de que não morreremos. Como fazer isso? Precisamos manter nas nossas mentes durante vinte e quatro horas por dia que a vida é o grande evento ao qual fomos lançados, e que precisamos fazer dele um grande espetáculo. Precisamos adotar pensamentos que gerem capacidade de ação e decisão. Padrões de pensamento encorajadores.

Uma boa verdade para se adotar vem da música que todo mundo lembra, do Renato Russo: é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade, não há.

Existem muitas “chaves” pra decisão de se criar uma vida maravilhosa, em compreensão, amor e carinho. Eu também procuro as minhas, não consigo viver uma vida grandiosa o tempo todo. Como todos, tenho meus momentos. O segredo é aumentá-los em quantidade e qualidade, um dia de cada vez.

Uma coisa que não faço é me fechar à observação de tudo em que minha mente se mete. Acho engraçado quando ouço alguém dizer: “morte? Não quero nem pensar nisso! Me recuso!” Isto impede muitas e muitas descobertas.

Um belo dia, uma pessoa se suicidou na janela em frente ao apartamento onde moro. Era um adolescente, completamente alucinado por drogas. Foi pensando nele que tive uma poderosa lição.

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