RIO - O deputado federal Eduardo Cunha, o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Cedae Lutero de Castro Cardoso negaram nesta quinta-feira, em cartas ao jornal, o envolvimento na compra e venda de ações da empresa Serra do Facão Participações S.A . O negócio teria representado um prejuízo de R$ 73 milhões a Furnas Centrais Elétricas. A exemplo de Cunha, Funaro ameaçou processar os autores da reportagem, publicada nesta quinta-feira.
Lutero Cardoso, cujo nome aparecia na composição societária do Grupo Gallway em 2008 como membro do Conselho de Administração, disse que, após deixar a presidência da Cedae, no ano anterior, se dedicou à prestação de consultorias nas áreas técnicas e comerciais nos seguimentos de telecomunicações, energia e saneamento.
Embora negue conhecer "os detalhes do procedimento do Serra do Facão", Lutero disse que prestou consultoria à Gallway, "sem jamais ter sido diretor" da empresa. Ele alega que foi contratado exclusivamente para prospectar novos negócios em pequenas centrais hidrelétricas, a convite do proprietário e presidente da empresa, João Nogueira, a quem conhecia desde a época em que Lutero foi diretor de Operações da Telesp (São Paulo), entre 1993 e 1995.
O ex-presidente da Cedae, que ocupou o cargo de 2005 a 2007, por indicação de Eduardo Cunha, disse que, meses após ter sido contratado pela Gallway, ocorreu o rompimento da barragem da hidrelétrica de Apertadinho, em Rondônia: "Infelizmente fui testemunha das consequências do desabamento desta barragem, assunto que é objeto de demanda judicial entre as partes".
Um dos fundos de pensão prejudicados com rompimento foi a Prece, caixa de previdência dos funcionários da Cedae, que entrou no negócio justamente quando Lutero dirigia a companhia.
Já em nota assinada pelos advogados, Funaro elogia a própria carreira profissional, "pautada na mais absoluta legalidade, trabalhando no mercado financeiro, junto à Bolsa de Valores de São Paulo, bem como sendo empresário muito bem sucedido e reconhecido". Em seguida, afirma não ter nenhuma relação profissional ou comercial com o deputado Eduardo Cunha.
Funaro, que era da Gallway, nega ser da Serra da Carioca
Funaro também negou "qualquer tipo de relacionamento comercial com o setor público, seja no que tange à sua pessoa física, seja no que diz respeito a suas empresas". Porém, em mais de uma ocasião, se apresentou como representante do grupo Gallway (holding da Serra da Carioca) em negócios mantidos com o setor público.
Embora admita que foi investigado pela Comissão de Valores Mobiliários(CVM), sustenta que, passados cinco anos, "não houve qualquer irregularidade ou ilícito apontado pelos órgãos competentes em relação a operações praticadas no mercado de capitais pelo mesmo". Porém, o que ocorre é que as investigações sobre os seus negócios ainda estão em andamento.
Funaro negou ainda ter sido o sigilo quebrado pela CPMI dos Correios e garantiu não ter vinculação com a empresa Serra da Carioca II, além de não ter participado de qualquer negócio com Furnas.
A reportagem, contudo, não disse que ele pertencera aos quadros da Serra da Carioca, mas à holding da empresa, o grupo Gallway, pelo qual participou de reuniões e deu declarações públicas como representante.
Já o deputado Eduardo Cunha admitiu conhecer Lutero de Castro "de longa data". Sobre o ex-presidente da Cedae, que responde a inquéritos por irregularidades administrativas na companhia, classificou de "profissional eficiente, que foi efetivamente por mim indicado à época do governo de Rosinha Garotinho para ocupar cargo na administração estadual e foi por ela aceito e cooperou com o seu governo de forma a que ela mesmo possa testemunhar".
"Quanto à sua vinculação com a empresa mencionada pela reportagem, desconheço e se Lutero a tem, não foi por meu intermédio", disse.
Cunha também atacou a gestão anterior à do PMDB, acusando o então presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, e o então diretor de Operações, Fabio Resende, de "deixar uma herança de prejuízos e problemas em Furnas, já detalhados pela empresa em notas públicas e de conhecimento do governo".
Embora reconheça que morou durante um período em apartamento pago pelo doleiro, disse que desconhecia qualquer participação - "até porque não conheço os seus assuntos" - de Funaro na Gallway. A reportagem publicada nesta quinta-feira mostrou que, em 2008, já na gestão indicada pelo PMDB fluminense, Furnas fez negócios com a Serra da Carioca, da Gallway.
Na carta enviada à redação, Cunha se deteve mais naquilo que não era o enfoque principal da reportagem: o aluguel de um apartamento. Ele escreveu "provo jamais ter mantido qualquer relação com ele, que não seja a locação por um período, que se encerrou em 2005".
Lutero Cardoso, cujo nome aparecia na composição societária do Grupo Gallway em 2008 como membro do Conselho de Administração, disse que, após deixar a presidência da Cedae, no ano anterior, se dedicou à prestação de consultorias nas áreas técnicas e comerciais nos seguimentos de telecomunicações, energia e saneamento.
Embora negue conhecer "os detalhes do procedimento do Serra do Facão", Lutero disse que prestou consultoria à Gallway, "sem jamais ter sido diretor" da empresa. Ele alega que foi contratado exclusivamente para prospectar novos negócios em pequenas centrais hidrelétricas, a convite do proprietário e presidente da empresa, João Nogueira, a quem conhecia desde a época em que Lutero foi diretor de Operações da Telesp (São Paulo), entre 1993 e 1995.
O ex-presidente da Cedae, que ocupou o cargo de 2005 a 2007, por indicação de Eduardo Cunha, disse que, meses após ter sido contratado pela Gallway, ocorreu o rompimento da barragem da hidrelétrica de Apertadinho, em Rondônia: "Infelizmente fui testemunha das consequências do desabamento desta barragem, assunto que é objeto de demanda judicial entre as partes".
Um dos fundos de pensão prejudicados com rompimento foi a Prece, caixa de previdência dos funcionários da Cedae, que entrou no negócio justamente quando Lutero dirigia a companhia.
Já em nota assinada pelos advogados, Funaro elogia a própria carreira profissional, "pautada na mais absoluta legalidade, trabalhando no mercado financeiro, junto à Bolsa de Valores de São Paulo, bem como sendo empresário muito bem sucedido e reconhecido". Em seguida, afirma não ter nenhuma relação profissional ou comercial com o deputado Eduardo Cunha.
Funaro, que era da Gallway, nega ser da Serra da Carioca
Funaro também negou "qualquer tipo de relacionamento comercial com o setor público, seja no que tange à sua pessoa física, seja no que diz respeito a suas empresas". Porém, em mais de uma ocasião, se apresentou como representante do grupo Gallway (holding da Serra da Carioca) em negócios mantidos com o setor público.
Embora admita que foi investigado pela Comissão de Valores Mobiliários(CVM), sustenta que, passados cinco anos, "não houve qualquer irregularidade ou ilícito apontado pelos órgãos competentes em relação a operações praticadas no mercado de capitais pelo mesmo". Porém, o que ocorre é que as investigações sobre os seus negócios ainda estão em andamento.
Funaro negou ainda ter sido o sigilo quebrado pela CPMI dos Correios e garantiu não ter vinculação com a empresa Serra da Carioca II, além de não ter participado de qualquer negócio com Furnas.
A reportagem, contudo, não disse que ele pertencera aos quadros da Serra da Carioca, mas à holding da empresa, o grupo Gallway, pelo qual participou de reuniões e deu declarações públicas como representante.
Já o deputado Eduardo Cunha admitiu conhecer Lutero de Castro "de longa data". Sobre o ex-presidente da Cedae, que responde a inquéritos por irregularidades administrativas na companhia, classificou de "profissional eficiente, que foi efetivamente por mim indicado à época do governo de Rosinha Garotinho para ocupar cargo na administração estadual e foi por ela aceito e cooperou com o seu governo de forma a que ela mesmo possa testemunhar".
"Quanto à sua vinculação com a empresa mencionada pela reportagem, desconheço e se Lutero a tem, não foi por meu intermédio", disse.
Cunha também atacou a gestão anterior à do PMDB, acusando o então presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, e o então diretor de Operações, Fabio Resende, de "deixar uma herança de prejuízos e problemas em Furnas, já detalhados pela empresa em notas públicas e de conhecimento do governo".
Embora reconheça que morou durante um período em apartamento pago pelo doleiro, disse que desconhecia qualquer participação - "até porque não conheço os seus assuntos" - de Funaro na Gallway. A reportagem publicada nesta quinta-feira mostrou que, em 2008, já na gestão indicada pelo PMDB fluminense, Furnas fez negócios com a Serra da Carioca, da Gallway.
Na carta enviada à redação, Cunha se deteve mais naquilo que não era o enfoque principal da reportagem: o aluguel de um apartamento. Ele escreveu "provo jamais ter mantido qualquer relação com ele, que não seja a locação por um período, que se encerrou em 2005".
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