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domingo, 31 de julho de 2011

Afinal, PF vai investigar Transportes? Não, sim, talvez


  Folha
Nenhum sonífero é mais eficaz do que a certeza. A dúvida, inversamente, produz insônias cruéis.
Veja-se o caso do ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Perde-se em hesitações diante da da endemia de corrupcão dos Transportes.
Acionar ou não acionar a Polícia Federal?, eis a questão. Há dez dias, Cardozo disse que não acionaria: "Não posso abrir in abstrato um inquérito."
“A CGU está atuando para auditar contratos e, se disser que surgiram fatos novos, aí se abre o inquérito."
O trabalho da CGU ainda não terminou. Está prometido para agosto. A despeito disso, Cardozo passou a dizer que a PF “pode” entrar em campo.
O ministro agora diz ter encomenddado à PF uma análise "dos fatos noticiados, para verificar se em relação a alguns deles não havia ainda inquérito aberto”.
Sim, muito bem, e daí? “Naqueles [casos] que, eventualmente, não tenham implicado ainda na abertura de inquérito, serão abertos novos inquéritos."
Aliás, disse Cardozo, "a Polícia Federal já faz apurações há muito tempo de situações de obras, inclusive do Ministério dos Transportes.” Hummm!
“Não há porque ter qualquer mudança nessa ótica, porque já temos muitos inquéritos abertos […] em relação a […] obras do Ministério dos Transportes." Ah, bom!
O ministro ainda não se deu conta. Mas há ocasiões na vida em que é melhor entrar logo no tiroteio do que morrer como um “inocente” transeunte que ia passando.

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