Minhas desculpas a Ronaldinho
A atuação contra o Santos me fez rever alguns conceitos sobre o craque que mais critiquei na minha vida
Arnaldo Ribeiro
Uma das grande batalhas teóricas da minha vida de jornalista esportivo foi travada quando começaram a comparar Ronaldinho com os imortais do futebol, como Maradona. Heresia! Ronaldinho não fica entre os cinco maiores do futebol brasileiro em todos os tempos. Não fica mesmo...
Ronaldinho sempre se divertiu jogando. Habilidade imensa. Mas entre o malabarismo e o protagonismo, sempre optou pela primeira opção.
A partir de 2006, então, parece ter se desinteressado pelo futebol, pela 'profissão'. Nem se divertir, se divertia mais.
Foi muito mal na Copa da Alemanha. Encontrou guarida no Milan, onde teve alguns bons momentos, sempre acima do peso, sem mobilidade, sem grandes sorrisos.
Ronaldinho só tinha uma saída: voltar ao futebol brasileiro. O caminho mais óbvio. Voltar ao Grêmio. Resgatar uma história inacabada.
Optou pelo Flamengo, numa negociação que desgastou ainda mais sua imagem. Ronaldinho optou pelo Rio, pela Cidade Maravilhosa, de tantos atrativos. O Flamengo parece ter se esforçado pela contratação, mais pela questão do marketing do que pela questão do campo. Tudo para dar errado, certo?
Errado. Ronaldinho, evidentemente, curtiu e tem curtido a noite carioca - que jogador de futebgol não vai para a noite; a não ser os Atletas de Cristo?
O fato é que, baladeiro sim, Ronaldinho voltou a ser um jogador de futebol profissional, comandado pelo contestado Vanderlei Luxemburgo.
Não rendeu grandes patrocínios. Sua resposta é no campo. Entrou no peso, está em forma invejável. Jamais vestiu o chinelinho. Está disponível em todas as partidas. E voltou a ser decisivo.
Ronaldinho é o artilheiro do equilibradíssimo Brasileirão, minha gente. E isso não é pouco! Contra o Santos, no aguardado duelo contra Neymar, foi espetacular, decisivo, objetivo, competitivo. Ronaldinho não jogava assim há muuuuuuuito tempo.
Não é veterano. Nunca teve lesão séria na vida. Tem muita lenha para queimar. Basta querer. Neste vazio de ideias que é a seleção brasileira, pode até voltar, para reescrever uma história de final triste. Basta querer...
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