As circunstâncias da morte de Cobain até hoje são nebulosas. Embora a versão oficial tenha sido o suicídio, muitos fãs da banda acreditam que o músico tenha sido assassinado.
A principal suspeita de mandar matar o líder do Nirvana é sua esposa, a roqueira Courtney Love. A ex-vocalista do Hole nega qualquer inteção de matar Kurt e afirma que ele já havia tentado cometer suicídio antes.
Alguns fatos ajudam a reforçar a teoria de Kurt Cobain teria sido assassinado. A espingarda que causou a morte de Cobain foi encontrada sobre o peito do vocalista. Na época, a polícia não encontrou impressões digitais legíveis para ajuda no caso. Mas o que mais gera especulação são o posicionamento da arma depois do disparo e o local onde foi encontrada a cápsula. Segundo a teoria, tudo indica que a cena do crime teria sido alterada.
Na época, o investigador do caso defendeu que com a quantidade de heroína que havia em seu sangue, Kurt Cobain não poderia ter puxado o gatilho.
Antes de se matar, o líder do Nirvana teria deixado uma carta de despedida, outro fato que gera mais especulação sobre um possível assassinato. Alguns especialistas sugerem que a caligrafia que aparece no final da carta se despendido é diferente da apresentada no restante do bilhete.
O Nirvana
Apesar da morte prematura, Kurt Cobain e o Nirvana ainda são grandes influências para o rock mundial. A banda tornou o grunge um estilo conhecido e o álbum “Nevermind” foi uma verdadeira revolução musical na década de 90.
Hoje, os outros integrantes do Nirvana, Krist Novoselic e Dave Grohl, seguiram caminhos diferentes. Novoselic, ex-baixista da banda, tem uma coluna de política no site do jornal Seattle Weekly’s. Já Dave Grohl, ex-baterista, é vocalista e guitarrista da banda Foo Fighters
Confira a discografia do Nirvana:
“Bleach” (1989) – Primeiro e único álbum independente do Nirvana (o seguinte já seria dividido com a major DGC), “Bleach” deve ter sido um dos discos com a melhor razão entre custo/ benefício para um selo na história: as gravações, comandadas por Jack Endino, custaram US$ 606 no total para a Sub Pop. Já em seu debut, a banda mostrava seu potencial em faixas como “Blew” e na violenta “Negative creep”. Por outro lado, “Love buzz”, cover semi-obscura do Three Dog Night e primeiro single do grupo, é prova da predileção de Cobain por boas melodias pop. A sensível “About a girl” iria ser redescoberta em “Unplugged” em versão delicada.
“Nevermind” (1991) – Ao mesmo tempo em que marca o estouro mundial do Nirvana, o seu segundo álbum também é, de certa forma, o começo do fim de Kurt Cobain, que não aguentaria as “pressões da fama” e se suicidaria em 1994. Impulsionado pelo sucesso do videoclipe de “Smells like Teen Spirit”, o disco ajudaria a mudar a cara do pop mundial na década de 1990. A produção “soft” de Butch Vig não alterou a força das canções, e entre porradas (“Territorial pissings”, “Stay away”) e baladas (“Come as you are”, “Something in the way”) estavam algumas das melhores músicas do Nirvana, como “On a plain” e “Lithium”. A dolorida “Polly”, contando a história de um sequestro seguido de estupro do ponto de vista da vítima, rendeu até elogios de Bob Dylan: “O garoto tem coração”, teria dito o bardo em um show da banda.
“Incesticide” (1992) – Coletânea de lados B, demos e sobras de estúdio, traz altos e baixos do Nirvana. Segundo o biógrafo Charles Cross, Cobain concordou com a compilação apenas por ter controle completo sobre a arte do disco. Entre as músicas, duas covers do obscuro grupo escocês Vaselines (“Son of a gun” e “Molly’s lips”) e uma do Devo (“Turnaround”). Lançado como single um ano antes de “Smells like…”, “Sliver” tem a mesma fórmula de estrofe calma e refrão barulhento que faria a fama da banda. Entre outras, a escatológica “Mexican seafood” havia sido gravada para a primeira demo da banda, enquanto “Polly” ganha uma versão acelerada, apelidada de “New wave”.
“In utero” (1993) – O melhor (e último) álbum de estúdio do Nirvana iria se chamar inicialmente “I hate myself and I want to die” (“Eu me odeio e quero morrer”) – o que dá uma boa ideia o estado de espírito de Kurt Cobain à época. Gravado com produção do papa do underground norte-americano Steve Albini, o disco é bem menos polido que seu predecessor, mesmo após ter passado por uma remixagem. Abrindo com a abrasiva “Serve the servants”, “In utero” não dava espaço para nenhum tipo de gentileza – mesmo faixas mais tranquilas como “Dumb” e “All apologies” pareciam encharcadas com o pessimismo e paranóia de Cobain. E as letras agressivas de “Rape me” e “Pennyroyal tea”, entre outras, faziam jus à fama de poeta torturado do cantor.
“MTV unplugged in New York” (1994) – Lançado postumamente, o disco com a apresentação do Nirvana no programa de versões acústicas da rede de TV norte-americana é a prova de que a música deles estava muito além do simples ruído. Além de recriar músicas próprias (“On a plain”, “About a girl”, “Pennyroyal tea”), também homenagearam alguns ídolos – quando Cobain avisou que o show teria músicos convidados, os executivos da emissora se animaram, esperando Eddie Vedder (Pearl Jam), mas tomaram um susto ao saber que a participação especial seria dos irmãos Kirkwood, do desconhecido Meat Puppets para tocar três músicas. O grande momento fica para o final, quando Cobain se entrega totalmente ao cantar a tradicional “In the pines” (chamada de “Where did you sleep last night”), inspirada nas versões gravadas pelo bluesman Lead Belly nos anos 1940.
“From the muddy banks of the Wishkah” (1996) – A compilação de músicas ao vivo de diversas apresentações diferentes entre 1989 e 94, foi lançada pouco mais de dois anos após o suicídio de Cobain. Mesmo escolhendo apenas momentos menos caóticos da banda no palco, o disco representa com fidelidade a explosão dos shows do Nirvana, que por vezes terminavam com o cantor se jogando sobre a bateria de Dave Grohl. Recheado de feedbacks, distorção e gritos primais de Cobain, “From the muddy” traz versões cruas de músicas como “Scentles apprentice” e “Breed”. “Drain you”, gravada em um show 1991 na Califórnia, é superior à versão em estúdio, enquanto “Polly” está acelerada até virar um punk, e “Smells like teen spirit” nunca soou tão selvagem e perigosa.
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