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sábado, 23 de julho de 2011

Morte de Kurt Cobain, do Nirvana, completa 17 anos.


kurtPUBLICIDADE Há 17 anos, no dia 5 de abril de 1994, morria Kurt Donald Cobain. Vocalista e guitarrista de uma das bandas mais influentes do movimento grunge, o Nirvana, Kurt Cobain tinha apenas 27 anos. O corpo do líder do Nirvana só foi encontrado pela polícia no dia 8 de abril, em sua casa na cidade de Seattle, nos Estados Unidos, com um tiro na cabeça.
As circunstâncias da morte de Cobain até hoje são nebulosas. Embora a versão oficial tenha sido o suicídio, muitos fãs da banda acreditam que o músico tenha sido assassinado.
A principal suspeita de mandar matar o líder do Nirvana é sua esposa, a roqueira Courtney Love. A ex-vocalista do Hole nega qualquer inteção de matar Kurt e afirma que ele já havia tentado cometer suicídio antes.
Alguns fatos ajudam a reforçar a teoria de Kurt Cobain teria sido assassinado. A espingarda que causou a morte de Cobain foi encontrada sobre o peito do vocalista. Na época, a polícia não encontrou impressões digitais legíveis para ajuda no caso. Mas o que mais gera especulação são o posicionamento da arma depois do disparo e o local onde foi encontrada a cápsula. Segundo a teoria, tudo indica que a cena do crime teria sido alterada.
Na época, o investigador do caso defendeu que com a quantidade de heroína que havia em seu sangue, Kurt Cobain não poderia ter puxado o gatilho.
Antes de se matar, o líder do Nirvana teria deixado uma carta de despedida, outro fato que gera mais especulação sobre um possível assassinato. Alguns especialistas sugerem que a caligrafia que aparece no final da carta se despendido é diferente da apresentada no restante do bilhete.
O Nirvana
Apesar da morte prematura, Kurt Cobain e o Nirvana ainda são grandes influências para o rock mundial. A banda tornou o grunge um estilo conhecido e o álbum “Nevermind” foi uma verdadeira revolução musical na década de 90.
Hoje, os outros integrantes do Nirvana, Krist Novoselic e Dave Grohl, seguiram caminhos diferentes. Novoselic, ex-baixista da banda, tem uma coluna de política no site do jornal Seattle Weekly’s. Já Dave Grohl, ex-baterista, é vocalista e guitarrista da banda Foo Fighters
Confira a discografia do Nirvana:
bleach-1989“Bleach” (1989) – Primeiro e único álbum independente do Nirvana (o seguinte já seria dividido com a major DGC), “Bleach” deve ter sido um dos discos com a melhor razão entre custo/ benefício para um selo na história: as gravações, comandadas por Jack Endino, custaram US$ 606 no total para a Sub Pop. Já em seu debut, a banda mostrava seu potencial em faixas como “Blew” e na violenta “Negative creep”. Por outro lado, “Love buzz”, cover semi-obscura do Three Dog Night e primeiro single do grupo, é prova da predileção de Cobain por boas melodias pop. A sensível “About a girl” iria ser redescoberta em “Unplugged” em versão delicada.
nevermind-1991 “Nevermind” (1991) – Ao mesmo tempo em que marca o estouro mundial do Nirvana, o seu segundo álbum também é, de certa forma, o começo do fim de Kurt Cobain, que não aguentaria as “pressões da fama” e se suicidaria em 1994. Impulsionado pelo sucesso do videoclipe de “Smells like Teen Spirit”, o disco ajudaria a mudar a cara do pop mundial na década de 1990. A produção “soft” de Butch Vig não alterou a força das canções, e entre porradas (“Territorial pissings”, “Stay away”) e baladas (“Come as you are”, “Something in the way”) estavam algumas das melhores músicas do Nirvana, como “On a plain” e “Lithium”. A dolorida “Polly”, contando a história de um sequestro seguido de estupro do ponto de vista da vítima, rendeu até elogios de Bob Dylan: “O garoto tem coração”, teria dito o bardo em um show da banda.
incesticide-1992“Incesticide” (1992) – Coletânea de lados B, demos e sobras de estúdio, traz altos e baixos do Nirvana. Segundo o biógrafo Charles Cross, Cobain concordou com a compilação apenas por ter controle completo sobre a arte do disco. Entre as músicas, duas covers do obscuro grupo escocês Vaselines (“Son of a gun” e “Molly’s lips”) e uma do Devo (“Turnaround”). Lançado como single um ano antes de “Smells like…”, “Sliver” tem a mesma fórmula de estrofe calma e refrão barulhento que faria a fama da banda. Entre outras, a escatológica “Mexican seafood” havia sido gravada para a primeira demo da banda, enquanto “Polly” ganha uma versão acelerada, apelidada de “New wave”.
inutero-1993“In utero” (1993) – O melhor (e último) álbum de estúdio do Nirvana iria se chamar inicialmente “I hate myself and I want to die” (“Eu me odeio e quero morrer”) – o que dá uma boa ideia o estado de espírito de Kurt Cobain à época. Gravado com produção do papa do underground norte-americano Steve Albini, o disco é bem menos polido que seu predecessor, mesmo após ter passado por uma remixagem. Abrindo com a abrasiva “Serve the servants”, “In utero” não dava espaço para nenhum tipo de gentileza – mesmo faixas mais tranquilas como “Dumb” e “All apologies” pareciam encharcadas com o pessimismo e paranóia de Cobain. E as letras agressivas de “Rape me” e “Pennyroyal tea”, entre outras, faziam jus à fama de poeta torturado do cantor.
unplugged-1994“MTV unplugged in New York” (1994) – Lançado postumamente, o disco com a apresentação do Nirvana no programa de versões acústicas da rede de TV norte-americana é a prova de que a música deles estava muito além do simples ruído. Além de recriar músicas próprias (“On a plain”, “About a girl”, “Pennyroyal tea”), também homenagearam alguns ídolos – quando Cobain avisou que o show teria músicos convidados, os executivos da emissora se animaram, esperando Eddie Vedder (Pearl Jam), mas tomaram um susto ao saber que a participação especial seria dos irmãos Kirkwood, do desconhecido Meat Puppets para tocar três músicas. O grande momento fica para o final, quando Cobain se entrega totalmente ao cantar a tradicional “In the pines” (chamada de “Where did you sleep last night”), inspirada nas versões gravadas pelo bluesman Lead Belly nos anos 1940.
from-the-muddy-of-the-wishkah-1996“From the muddy banks of the Wishkah” (1996) – A compilação de músicas ao vivo de diversas apresentações diferentes entre 1989 e 94, foi lançada pouco mais de dois anos após o suicídio de Cobain. Mesmo escolhendo apenas momentos menos caóticos da banda no palco, o disco representa com fidelidade a explosão dos shows do Nirvana, que por vezes terminavam com o cantor se jogando sobre a bateria de Dave Grohl. Recheado de feedbacks, distorção e gritos primais de Cobain, “From the muddy” traz versões cruas de músicas como “Scentles apprentice” e “Breed”. “Drain you”, gravada em um show 1991 na Califórnia, é superior à versão em estúdio, enquanto “Polly” está acelerada até virar um punk, e “Smells like teen spirit” nunca soou tão selvagem e perigosa.

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