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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Quais são os novos desafios para o desenvolvimento humano?


Esperança de vida ao nascer alcança os 69 anos de idade // Efe(Efe)
Esperança de vida ao nascer alcança os 69 anos de idade
Por Diana Bernaola
Da Efe

Um mito popular assegura que se todos os chineses saltassem ao mesmo tempo aconteceria no mundo um terremoto de grau oito. E embora ninguém tenha podido comprovar esta teoria, o certo é que a população mundial cresce a um ritmo de 158 pessoas por minuto. A acelerada escalada nos levou a alcançar os 6,892 bilhões de pessoas em meados de 2010, dos quais quase uma sexta parte são chineses.
As últimas estatísticas do Population Reference Bureau demonstram que a cada minuto nascem aproximadamente no mundo 267 pessoas e morrem 108. O que significa um crescimento de 158 pessoas por minuto. Destas, quatro pertencem a países desenvolvidos e 154 a países em vias de desenvolvimento.
E no futuro continuaremos sendo mais: as projeções para meados de 2050 estimam a população mundial em quase dez bilhões de pessoas. Uma situação que nos leva a repensar os planos e programas de desenvolvimento humanos para enfrentar os desafios que o futuro nos depara.
O Dia Mundial da População, que se comemora no dia 11 de julho, põe estas e outras muitas coisas em evidência.
Um dia para pensar em nós
Este acelerado crescimento da população alcançou seu maior nível no século XX. No início dele, a população mundial contava com 1,6 bilhão de pessoas, um número que passado o século simplesmente se transformou em 6,1 bilhões.
De acordo com o antropólogo e demógrafo peruano Carlos Eduardo Aramburú, um dos períodos de maior crescimento demográfico foi "o do pós-guerra (Segunda Guerra Mundial)", sobretudo nos Estados Unidos, chamado de "baby boom", do final dos anos 40 e começo dos 50.
Segundo com Stiglitz, isto não só se deveu ao otimismo do vencedor, mas ao crescimento da afluência da classe média e da melhora na distribuição de renda.
Enquanto isso, para a maior parte dos países latino-americanos, "o boom demográfico se deu na segunda metade do século XX, pelas melhoras na saúde pública e o saneamento".

Desafios serão adultos, cargas provisórias e de saúde maiores // Efe(Efe)
Desafios serão adultos, cargas provisórias e de saúde maiores
Por causa desta situação, em 1989, o Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) decidiu celebrar o dia 11 de julho o Dia Mundial da População com o objetivo de centrar a atenção em encontrar soluções para os desafios que o crescimento populacional representa, mediante programas e planos gerais de desenvolvimento sob o marco dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
A partir de então, a cada ano, o evento centra sua atenção em temas de relevância mundial. Assim desde 2003 até o momento, os temas de interesse variaram desde priorizar a execução de planos de desenvolvimento orientados aos jovens, desenvolver programas de planejamento familiar, combater a pobreza através da educação das meninas e fomentar a igualdade entre as pessoas para que todos tenham as mesmas possibilidades para alcançar melhores níveis de vida.
A cada minuto somos mais
No entanto, existem grandes diferenças entre países sobre a carga populacional que cada um suporta e as características que apresentam. A Base de Dados da População Mundial de 2010 do Population Reference Bureau assinala que os países com maior carga populacional em 2010 foram liderados, sem dúvida, pela China (com 1,338 bilhão) e Índia (com 1,189 bilhão).
A estes países, que abrigam quase 37% da população mundial, seguem de longe Estados Unidos, com 310 milhões; Indonésia, com 235 milhões; e Brasil, com 193 milhões de pessoas. Cinco países que abrigam quase a metade da população mundial.
As projeções mundiais para o futuro ajudam a refletir sobre os planos e programas de desenvolvimento que cada país deve levar em consideração. Segundo Carlos Eduardo Aramburú "as regiões com maiores taxas de crescimento serão a África Sub-Saariana, o Norte da África e o Oriente Médio".
Assim confirma também as estatísticas do Population Reference Bureau, ao assinalar uma taxa de fertilidade de 4,7 filhos por mulher em idade fértil no continente africano e de 2,6 nos países asiáticos excluindo a China.
Desafios que o futuro nos apresenta
Estes dados geram sérios desafios já que em 40 anos a população africana crescerá em mais de 100% e a asiática em 30%, o que apesar de apresentar um crescimento inferior a outros continentes se transforma em um inconveniente para o futuro ao considerar a carga populacional que já apresenta.
Por sua vez, a América do Norte terá um crescimento em 2050 de 36% e a América Latina e o Caribe 25%. A Europa é o único continente que apresentará um decréscimo populacional.

 
População mundial cresce a 158 pessoas por minuto // Efe(Efe)
População mundial cresce a 158 pessoas por minuto
Neste sentido, é vital idealizar planos e programas de desenvolvimento prevenindo os desafios que o futuro nos traz. De acordo com Carlos Eduardo, um dos desafios "em países com adiantada transição demográfica é o envelhecimento das pessoas e as cargas provisórias e de saúde dos adultos que isto representa".
Enquanto isso, "em países com rápido crescimento se deve investir na saúde materno-infantil e no emprego para os jovens, assim como em educação laboral e básica".
As estatísticas do Population Reference Bureau assinalam que se em 1950 por cada pessoa da terceira idade (mais de 65 anos) havia 12 adultos em idade de trabalho (de 15 a 64 anos) disponíveis para mantê-los em nível mundial, para 2010 este número caiu para nove.
Certamente, estes números variam entre países. Em 24 países, localizados basicamente na Europa, há apenas cinco adultos em idade de trabalhar por cada adulto. As taxas mais baixas são observadas em Japão, Itália e Alemanha que chegam a três. Este número cairá ainda mais por volta de 2050, onde o Japão só contará com um adulto em idade de trabalhar por idoso.
Em contrapartida, os países da África Sub-Saariana apresentam uma taxa de 25 adultos em idade laboral por idoso.
Atualmente os cinco países que possuem maior percentagem de população menor de 15 anos estão localizados na África, enquanto os que apresentam maior população idosa se encontram na Europa e no Japão.

No entanto, as taxas mais altas de mortalidade infantil são encontradas na África, que apresenta 76 mortes por cada mil nascidos vivos. Quase 10%. Seguem-lhe nos números, Ásia com uma taxa de 41 e América Latina e o Caribe com 22.
Apesar disso, de acordo com as estatísticas do Pnud terem acontecido avanços consideráveis neste aspecto, é necessário ainda reforçar a luta contra as doenças comuns e alcançar uma nutrição adequada.
Temos em frente nosso não muito distante panorama mundial. É hora de olhar os possíveis desafios do futuro e repensarmos as vias de desenvolvimento humano pelas quais devemos transitar.
MSN

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