Celso Junior/AE
"Casa de 1,3 mil metros quadrados fica em área nobre"
Barbosa era até a semana passada o chefe de gabinete do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. De acordo com reportagem da revista 'Veja' que motivou seu afastamento e de mais três integrantes da cúpula do ministério, ele seria 'o dono da chave do cofre'. Mauro Barbosa é sobrinho de José Francisco das Neves, o Juquinha, afastado da direção da Valec também por determinação da presidente Dilma.
A obra está em ritmo acelerado, a ponto de o engenheiro responsável, Rodrigo Gabriel da Silva, prever que estará pronta em seis meses. Menos otimista, Barbosa acredita que a previsão só se confirmará 'se tudo correr bem, conforme Deus queira'.
Certidão do cartório de imóveis mostra que ele e sua mulher, Gloraci Barbosa, compraram o terreno em novembro de 2009 por R$ 600 mil, quando a avaliação na época superava R$ 1 milhão. O mesmo documento mostra que o casal fez um empréstimo de R$ 400 mil na Caixa Econômica Federal (CEF).
Mauro Barbosa credita a esse financiamento, a outro empréstimo que diz ter feito no Banco do Brasil, sem revelar o valor, e à venda por R$ 1,5 milhão de um apartamento no ano passado, o dinheiro aplicado na construção da casa. Ele informa que tem outro apartamento no Plano Piloto, alugado para 'pagar a prestação' e que mora de graça na casa de uma amiga da família, depois de ter continuado residindo no apartamento que vendeu, graças à gentileza da compradora, 'uma servidora da Caixa'.
Servidor de carreira da Controladoria Geral da União (CGU), ele afirma que a sua obra, por ter ele próprio como encarregado, ficará em torno de R$ 2,1 milhões. 'É a gente mesmo que está fazendo, sou engenheiro civil, é uma obra sem muita coisa, não tem telhado, as aberturas são muito grandes, eu vou colocar vidro', justifica. Pelas suas contas, se estivesse nas mãos de uma empreiteira aí, sim, o valor dobraria 'porque tem o lucro, tem taxas, comissões'. 'Você mesmo fazendo é outra Coisa'.
Ligado ao deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), Mauro Barbosa não quis falar da proximidade com o parlamentar. Limita-se a dizer que só 'no inquérito' é que vai apresentar documentos de defesa. E em vez de responder sobre a possibilidade de ser vítima de injustiça, prefere afirmar que está diante 'de uma discussão técnica e política'. 'A gente tem de dar transparência, dar todas as explicações sobre atos e atitudes tomadas e eu estou pronto para colaborar'.
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