Distrito Federal
Reportagem em VEJA desta semana revela que amigos e assessores do governador do DF fizeram investimentos suspeitos no futebol candango
Gabriel Castro
Novos negócios: Sob suspeita de corrupção, o grupo político do governador Agnelo tem comprado times como o Brasília Futebol Clube: petista até na cor da camisa
Há quem defenda que ele entrou no ramo para lavar, digamos, sua biografia. Outros acreditam que foi por amor ao futebol. Seja qual for a razão, Luiz Estevão fez escola. Uma década após a aposta pioneira do ex-senador, agora é a turma ligada ao governador Agnelo Queiroz, do PT, que se lança injetando dinheiro no combalido futebol candango.
Parceiro dileto e companheiro inseparável de Agnelo até nas denúncias de corrupção que levaram o governador a ser investigado pelo Superior Tribunal de Justiça, o advogado Luis Carlos Alcoforado acaba de comprar para si o Brasília Futebol Clube, recém-rebaixado para a segunda divisão do Distrito Federal. Ele não revela o valor, mas um levantamento preliminar do Ministério Público estima que o negócio tenha girado em torno de 3 milhões de reais. "Comprei para incentivar futuros talentos", diz.
Propina - Nas investigações que envolvem Agnelo, Alcoforado é apontado como arrecadador do petista. Ele nega. O advogado teria intermediado, por exemplo, supostos pagamentos de propina de um laboratório farmacêutico a Agnelo, na época em que o governador dirigia a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Curiosamente, o laboratório é o mesmo que, no ano passado, patrocinou outro time de futebol controlado pela turma do PT: o Ceilândia, da periferia de Brasília.
Coincidência? Promotores que acompanham o caso acham que não. E já puseram sob a lupa um terceiro clube, o Sobradinho, comprado recentemente pelo irmão do secretário mais influente de Agnelo, o também petista Paulo Tadeu. Além da suspeita óbvia de lavagem de dinheiro, os promotores já mapearam outro interesse da turma: assumir, com os clubes, a gestão do megaestádio que Agnelo está construindo para a Copa de 2014. Visão de futuro é o que não falta.
VEJA
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