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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

‘Réveillon’: como não errar essa palavra?

“Prezado Sérgio, sempre que chega esta época do ano, fico cheia de dúvidas. Nunca acerto o jeito de escrever a palavra ‘reveilon’. Você pode me ensinar um jeito de não esquecer como se escreve, e também de onde vem essa palavra? Obrigada e um feliz ano novo para você e seus leitores.” (Francesca S. Marques)
Cara Francesca: a grafia correta é réveillon, mas infelizmente, além da velha memorização ou da consulta ao dicionário, não conheço outro modo de evitar o erro. A maior dificuldade é que, como se trata de uma palavra francesa, a posição do acento não é intuitiva para um falante de português. Caso isso sirva de consolo, saiba que sua dúvida é a mesma de muita gente, como ilustra aquela velha canção do Kid Abelha regravada por Adriana Partimpim: “Por que é que o tempo passa? (…) Como é que se escreve réveillon?”
Além do acento na primeira sílaba, também não deveríamos, a rigor, abrir mão do itálico que acompanha palavras estrangeiras, embora a ampla circulação de réveillon leve esta última regra a ser frequentemente ignorada. Estamos falando de um daqueles termos estrangeiros que, embora incorporados com firmeza ao nosso vocabulário, são resistentes ao aportuguesamento. Quem ousaria transformar réveillon em “reveiom”?
Sobre a origem desta palavra, vale reproduzir o que escrevi aqui mesmo na coluna, na seção Curiosidades Etimológicas, há um ano: “Réveillon, o substantivo francês que o Brasil adotou como favorito para designar as festas que marcam a virada do ano, nasceu prosaicamente em sua língua natal, em algum momento do século 16, do verbo réveiller, isto é, ‘acordar (alguém), arrancar do sono, reanimar’. Seu sentido original era apenas o de ceia tardia, pequena refeição destinada a manter os convivas acordados. Por séculos, réveillon não teve ligação com nenhuma data específica: era algo que podia ocorrer a qualquer momento do ano, bastando para isso que houvesse disposição para ver a noite envelhecer. Em seu sentido mais estrito, a palavra se grudou primeiro à ceia da véspera de Natal, e só a partir do fim do século 19 passou a ser usada para designar os festejos de Ano Novo.”
No mais, cara Francesca, agradeço, retribuo e estendo a todos os leitores seus votos de um feliz 2012.
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