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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Policiais militares recusam proposta de pôr fim a greve na Bahi


Depois de sete horas de reunião, dos três principais pontos discutidos, houve avanço em dois. Na Assembleia Legislativa do estado, dia foi tranquilo. 

 

A greve de policiais militares da Bahia chegou ao oitavo dia. Mas em um clima bem menos tenso do que o de segunda-feira (6).
O dia foi sem confrontos na assembleia e o fornecimento de luz e água voltou ao prédio. No entanto, por volta das 18h, a segurança foi reforçada com um grande cordão de isolamento. Foi logo depois que foi anunciado que não houve acordo em mais uma rodada de negociações.
Os grevistas saíram das salas da assembleia, os manifestantes se aproximaram da barreira dos militares do Exército e todos começaram a gritar muito. Mas não houve confronto.
Nesta terça-feira, mais um policial grevista foi preso pela Polícia Federal. São 12 mandados de prisão. E até agora foram cumpridos 2. Também nesta terça, a Justiça negou o pedido de habeas corpus para Marco Prisco, um dos líderes do movimento que está no prédio da assembleia.
O impasse para o fim da greve é o pagamento de gratificações. Veja na reportagem de Mauro Anchieta.
No Subúrbio Ferroviário, uma das regiões mais populosas de Salvador, parte do comércio não abriu nesta terça-feira (7). Os comerciantes receberam panfletos avisando que as lojas não deveriam funcionar. Muitos ficaram revoltados.
“Trabalhamos para pagar nossas dívidas, filho no colégio e somos responsáveis. Vem um bocado de baderneiro querer frustrar o nosso trabalho”, reclama o relojoeiro Irvesson de Jesus.
O Exército foi chamado para ajudar a patrulhar o bairro. Em Vitória da Conquista, no interior do estado, o comércio também funcionou parcialmente.
A greve continua a prejudicar as atividades escolares. Foi mais um dia sem aula na maioria dos colégios da rede estadual. O ano letivo das escolas municipais de Salvador, que deveria começar nesta terça, foi adiado por tempo indeterminado.
Enquanto isso, governo e grevistas tentam um entendimento. Os representantes do governo e das associações de PMs que não entraram em greve negociavam em um lugar neutro, longe do clima tenso da Assembleia Legislativa. Por sugestão do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, as reuniões têm sido realizadas na Casa Episcopal, a residência dele, e o próprio Dom Murilo participa das negociações.
Depois de sete horas de reunião, dos três principais pontos discutidos, houve avanço em dois: ficou acordado que os 12 grevistas que tiveram a prisão decretada não serão levados para presídios de outro estado; e que apenas os policiais envolvidos em atos de violência e vandalismo vão responder a processos administrativos e criminais. Mas não houve acordo sobre as gratificações. O governo quer pagar a partir de novembro e os grevistas querem para agora.
Mais cedo, no estúdio da TV Bahia, afiliada da Rede Globo no estado, o governador Jaques Wagner, do PT, disse que só poderia conceder reajustes graduais. “Nós estamos falando de um reajuste de 32% em quatro anos de exercício. Porque, eu insisto, e essa compreensão os policiais também precisam ter, o orçamento do estado tem limite, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece limites para gastos com pessoal. Então, esse é o nosso esforço”.
Na Assembleia Legislativa do estado, o dia foi tranquilo. Os militares do Exército permitiram a entrada de água e alimentos para os amotinados que ocupam o prédio há uma semana.
O general Gonçalves Dias, que comanda a tropa que cerca o local, conversou com os grevistas. “Peço aos senhores que se as pautas que estão sendo discutidas pelos políticos e não forem atendidas, vamos voltar a uma negociação e não poderá haver confronto entre os militares. Eu estarei aqui bem no meio dos senhores sem colete. Não vou colocar porque não vai haver combate, não vai haver invasão, não vai ter nada”, anunciou.

Ao fim da conversa, o general, que faz aniversário nesta terça, foi surpreendido pelos manifestantes. Ganhou um bolo e se emocionou com a confraternização.
Em relação às negociações, o governador Jaques Wagner deu uma nova entrevista e disse que ficou surpreso com o impasse porque tudo se encaminhava para uma solução com acordo para o fim da greve. Disse também que acredita que a maioria dos grevistas vai voltar ao trabalho e vai aceitar a proposta do governo.
A equipe de reportagem conversou, por telefone, com um dos líderes do movimento, Marco Prisco, e ele disse que acha um erro a população pagar o preço de o governo não pedir a revogação das 12 prisões. Disse também que não concorda com a proposta do governo de pagar duas gratificações até 2015.
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/02/policiais-militares-recusam-proposta-de-por-fim-greve-na-bahia.html

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