Refiliação foi aprovada pelo diretório nacional petista com 60 votos a favor, 15 contrários
Com 60 votos a favor e 15 contrários, o diretório nacional do PT aprovou a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares ao partido, quase seis anos após a sua expulsão por gestão temerária. Delúbio foi o pivô do escândalo do mensalão, que resultou na maior crise enfrentada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Embora o resultado tenha sido amplamente favorável a Delúbio, não houve o consenso esperado. Em 2009, quando foi adiado o plano para tentar voltar aos quadros petistas, a intenção era que o diretório fosse unânime em favor do ex-tesoureiro.
Os votos contrários à refiliação, dados pelos membros da Articulação de Esquerda e a Mensagem ao Partido, demonstram que Delúbio terá resistências dentro do partido a partir de agora. A votação teve ainda duas abstenções. Delúbio protocolou na última quinta-feira o pedido de refiliação ao partido.
A ficha de refiliação será encaminhada ao diretório de Goiânia, base política do ex-tesoureiro, que não compareceu à reunião que selou sua volta à legenda. Sua defesa foi feita pelo deputado Ricardo Berzoini, o ex-deputado Virgílio Guimarães e o radical Bruno Maranhão, líder do MTST, grupo sem-terra que em junho de 2006 invadiu e depredou a Câmara dos deputados.
Berzoini era o presidente do PT na época da expulsão de Delúbio. Naquela ocasião, ele foi um dos responsáveis por defender a exclusão do tesoureiro. Em 2009 ele foi um dos que votou contra a inclusão do pleito de Delúbio na pauta do diretório.
"Naquele momento fiz a defesa da expulsão, mas julgo que o Delúbio já pagou com o isolamento", disse Berzoini.
Carlos Árabe, da Mensagem, Walter Pomar, Articulação de Esquerda e Renato Simões, também da esquerda petista, se manifestaram diante do diretório contra a volta de Delúbio. Segundo relatos, Árabe argumentou que o ex-tesoureiro não fez uma autocrítica e que sua volta poderia prejudicar o partido.
Já Simões, da Militância Socialista - corrente pequena do PT criada pelos militantes ligados à Igreja Católica - citou Santo Agostinho para fazer sua argumentação. Lembrando Agostinho, ele lembrou que os três critérios para o perdão são o arrependimento sincero, o reconhecimento público do erro, e a disposição de nunca mais pecar. "Mas com aquele bando de marxistas não consegui convencer ninguém", disse Simões, após a decisão.
Aval de Lula
Delúbio, que desde quinta-feira está hospedado em um hotel em Brasília, foi comunicado do resultado pela sua mulher, Monica Valente. O resultado da votação foi comemorado com aplausos, principalmente pelos integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil, o antigo Campo Majoritário, da qual Delúbio fazia parte.
Delúbio volta ao partido após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar carta branca para que o diretório nacional votasse o retorno do ex-tesoureiro. O iG apurou que Lula comunicou sua posição à direção petista na manhã da última segunda-feira, ao ser consultado sobre este e outros pontos que seriam levados à reunião do diretório.
O PT aguardava apenas o aval do ex-presidente para dar caráter formal à discussão sobre a volta de Delúbio. O ex-tesoureiro vinha tentando retornar aos quadros partidários desde 2009. Na época, acabou atendendo a um pedido da direção da sigla e retirou seu pedido, para evitar que o caso do mensalão voltasse ao noticiário em meio à campanha para eleger a presidenta Dilma Rousseff.
Nos últimos dias, alguns petistas ainda se empenhavam em esvaziar as discussões sobre o assunto. Dirigentes chegaram a jogar para o ex-tesoureiro a tarefa de apresentar um pedido formal, que então seria apreciado pelo diretório. Foi o que aconteceu na última quinta-feira.
O ex-tesoureiro retorna agora à legenda graças ao apoio obtido dentro da corrente Construindo um Novo Brasil, a mais forte do diretório nacional. O grupo, antes conhecido como Campo Majoritário, dava as cartas no PT até a crise do mensalão. Nela, estão inseridos nomes como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o próprio Lula.
Delúbio passou parte dos últimos meses empenhado em angariar votos de outros grupos. Logo no início, encontrou resistência de setores da corrente Mensagem ao Partido, criada pelo atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, em cima da tese de que a crise de 2005 abria a necessidade de uma "refundação" do PT.
De volta à legenda, Delúbio já contra, inclusive, com apoio caso queira disputar as eleições municipais do ano que vem.
Prisão perpétua
Após a decisão, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirmou que a refiliação de Delúbio não representa uma anistia, mas, sim, "um momento novo".
"Não há julgamento sobre o fato da expulsão. Nós consideramos que ele foi punido, pagou pela expulsão e no PT não defendemos pena perpétua para ninguém", justificou.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que não falou com Delúbio após a aprovação do pedido. "Não temos expulsão perpétua. Delúbio assume com os mesmos direitos de qualquer filiado", disse.
Segundo Falcão, Delúbio assume com todos os direitos de filiados, mas não pleiteou nenhum cargo nos quadros do partido.
Midia News
Embora o resultado tenha sido amplamente favorável a Delúbio, não houve o consenso esperado. Em 2009, quando foi adiado o plano para tentar voltar aos quadros petistas, a intenção era que o diretório fosse unânime em favor do ex-tesoureiro.
Os votos contrários à refiliação, dados pelos membros da Articulação de Esquerda e a Mensagem ao Partido, demonstram que Delúbio terá resistências dentro do partido a partir de agora. A votação teve ainda duas abstenções. Delúbio protocolou na última quinta-feira o pedido de refiliação ao partido.
A ficha de refiliação será encaminhada ao diretório de Goiânia, base política do ex-tesoureiro, que não compareceu à reunião que selou sua volta à legenda. Sua defesa foi feita pelo deputado Ricardo Berzoini, o ex-deputado Virgílio Guimarães e o radical Bruno Maranhão, líder do MTST, grupo sem-terra que em junho de 2006 invadiu e depredou a Câmara dos deputados.
Berzoini era o presidente do PT na época da expulsão de Delúbio. Naquela ocasião, ele foi um dos responsáveis por defender a exclusão do tesoureiro. Em 2009 ele foi um dos que votou contra a inclusão do pleito de Delúbio na pauta do diretório.
"Naquele momento fiz a defesa da expulsão, mas julgo que o Delúbio já pagou com o isolamento", disse Berzoini.
Carlos Árabe, da Mensagem, Walter Pomar, Articulação de Esquerda e Renato Simões, também da esquerda petista, se manifestaram diante do diretório contra a volta de Delúbio. Segundo relatos, Árabe argumentou que o ex-tesoureiro não fez uma autocrítica e que sua volta poderia prejudicar o partido.
Já Simões, da Militância Socialista - corrente pequena do PT criada pelos militantes ligados à Igreja Católica - citou Santo Agostinho para fazer sua argumentação. Lembrando Agostinho, ele lembrou que os três critérios para o perdão são o arrependimento sincero, o reconhecimento público do erro, e a disposição de nunca mais pecar. "Mas com aquele bando de marxistas não consegui convencer ninguém", disse Simões, após a decisão.
Aval de Lula
Delúbio, que desde quinta-feira está hospedado em um hotel em Brasília, foi comunicado do resultado pela sua mulher, Monica Valente. O resultado da votação foi comemorado com aplausos, principalmente pelos integrantes da corrente Construindo um Novo Brasil, o antigo Campo Majoritário, da qual Delúbio fazia parte.
Delúbio volta ao partido após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dar carta branca para que o diretório nacional votasse o retorno do ex-tesoureiro. O iG apurou que Lula comunicou sua posição à direção petista na manhã da última segunda-feira, ao ser consultado sobre este e outros pontos que seriam levados à reunião do diretório.
O PT aguardava apenas o aval do ex-presidente para dar caráter formal à discussão sobre a volta de Delúbio. O ex-tesoureiro vinha tentando retornar aos quadros partidários desde 2009. Na época, acabou atendendo a um pedido da direção da sigla e retirou seu pedido, para evitar que o caso do mensalão voltasse ao noticiário em meio à campanha para eleger a presidenta Dilma Rousseff.
Nos últimos dias, alguns petistas ainda se empenhavam em esvaziar as discussões sobre o assunto. Dirigentes chegaram a jogar para o ex-tesoureiro a tarefa de apresentar um pedido formal, que então seria apreciado pelo diretório. Foi o que aconteceu na última quinta-feira.
O ex-tesoureiro retorna agora à legenda graças ao apoio obtido dentro da corrente Construindo um Novo Brasil, a mais forte do diretório nacional. O grupo, antes conhecido como Campo Majoritário, dava as cartas no PT até a crise do mensalão. Nela, estão inseridos nomes como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o próprio Lula.
Delúbio passou parte dos últimos meses empenhado em angariar votos de outros grupos. Logo no início, encontrou resistência de setores da corrente Mensagem ao Partido, criada pelo atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, em cima da tese de que a crise de 2005 abria a necessidade de uma "refundação" do PT.
De volta à legenda, Delúbio já contra, inclusive, com apoio caso queira disputar as eleições municipais do ano que vem.
Prisão perpétua
Após a decisão, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, afirmou que a refiliação de Delúbio não representa uma anistia, mas, sim, "um momento novo".
"Não há julgamento sobre o fato da expulsão. Nós consideramos que ele foi punido, pagou pela expulsão e no PT não defendemos pena perpétua para ninguém", justificou.
O presidente do PT, Rui Falcão, disse que não falou com Delúbio após a aprovação do pedido. "Não temos expulsão perpétua. Delúbio assume com os mesmos direitos de qualquer filiado", disse.
Segundo Falcão, Delúbio assume com todos os direitos de filiados, mas não pleiteou nenhum cargo nos quadros do partido.
Midia News
Nenhum comentário:
Postar um comentário