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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Com Lupi em risco, PDT ataca Comissão de Ética Pública

Política

O deputado Paulinho da Força se referiu ao colegiado, que pediu à Dilma a demissão do ministro enrolado e mentiroso, com um 'bando de velhos gagás'

Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego, depõe na Comissão de Fiscalização e Controle Carlos Lupi, ministro do Trabalho e Emprego, depõe na Comissão de Fiscalização e Controle (Sérgio Dutti)
A decisão da Comissão de Ética Pública, nesta quarta-feira, de recomendar à presidente Dilma Rousseff a demissão do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, parecer ter pego o PDT de surpresa. Aliviados com a sobrevida dada ao ministro no mês passado pelo Planalto - Dilma havia optado por demití-lo somente em janeiro, durante a reforma ministerial -, os pedetistas não se conformaram com a opinião do Conselho, que pode apressar a saída de Lupi. Sem defesa para o enrolado ministro, a alternativa da sigla foi atacar os membros da  Comissão de Ética Pública da Presidência. O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou que o colegiado é integrado por "gagás e velhinhos" que perseguem o ministro.
Segundo Paulinho, como é conhecido o presidente da Força, o PDT vai aguardar a reação da presidente Dilma Rousseff para só então se pronunciar sobre a recomendação da Comissão de exonerar o ministro Lupi. "Esperamos que ela não ouça essa comissão de gagás. Essa é uma comissão de gagás, de velhinhos que ficam perseguindo o ministro Lupi. Vamos ver se a Dilma vai ouvir essa comissão de retardados", disse Paulinho. "Na verdade, essa comissão de ética sempre perseguiu o ministro Lupi", emendou. Para o presidente da Força, as denúncias não atingem diretamente o ministro.
No passado, Lupi já foi alvo de sanção da Comissão Ética, que o censurou por ocupar a presidência do PDT ao mesmo tempo em que assumiu o Ministério do Trabalho. O ministro acabou se licenciando da presidência do partido.
À exceção de Paulinho, os pedetistas evitaram na noite de quarta dar declarações sobre a situação do ministro Lupi. A cúpula do PDT estava disposta a aguardar a reação da presidente. "Precisamos ver se a presidente Dilma vai capitular e atender à recomendação da comissão", observou um pedetista histórico. A avaliação do partido era que a Comissão de Ética fez um ato de "insubordinação" ao Planalto ao propor a demissão de Lupi. Afinal, alegam os pedetistas, a presidente da República e integrantes da base aliada, incluindo parlamentares do PT, já se declararam considerar as denúncias contra o ministro inconsistentes.
Oposição - Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a recomendação da Comissão torna "absolutamente insustentável sua permanência na pasta". "O ministro não tinha qualquer condição de permanecer no cargo já há algum tempo. O que mais, além desse posicionamento da Comissão de Ética, a presidente Dilma está esperando? Isso só comprova que a faxina não existe. A presidente apenas reage e, nesse caso, perdeu o 'timing'", afirmou o tucano.
No Senado, o líder tucano, Álvaro Dias (PR), deixou de se surpreender com a notícia, lembrando que a comissão vinha sendo "generosa" com os ministros envolvidos em denúncias. "A manutenção do ministro representaria uma prevaricação, um ato de cumplicidade da presidente", criticou.
Entenda o caso - Reportagem de VEJA revelou que caciques do PDT comandados por Lupi transformaram os órgãos de controle da pasta em instrumento de extorsão. A situação do ministro piorou depois que ele mentiu em depoimento no Congresso Nacional sobre viagem ao Maranhão em 2009. O ministro negou que tenha viajado no King-Air providenciado por Adair Meira, presidente de organizações não-governamentais (ONGs) que tem contratos milionários com a pasta. Fotos e um vídeo desmentiram o ministro.
Na edição desta semana, VEJA mostrou que assessores do ministro cobravam propina em troca de liberação de registro sindical.
(com Agência Estado)

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