Nesta terça-feira, o Facebook sofreu o mais duro golpe desde sua criação, em fevereiro de 2004. A rede social selou um acordo com a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (Federal Trade Commission, em inglês) pelo qual fica obrigada a pedir anuência do usuário antes de promover mudanças nas normas de compartilhamento de informações pessoais. O pacto não acarretará nenhuma mudança na atual página do serviço, mas dará ao usuário (ao menos o americano) a chance de escolher como utilizar a ferramenta.
De acordo com investigações da comissão, o problema é antigo – data de dezembro de 2009. Na época, a rede falhou ao não alertar os usuários sobre uma mudança: informações antes consideradas privadas passaram a ser públicas. Além disso, o Facebook repassou dados pessoais dos cadastrados aos anunciantes, a fim de gerar publicidade customizada.
Agora, além de precisar de autorização do usuário para promover mudanças, a rede terá de se submeter a auditorias externas pelos próximos 20 anos: as investigações atestarão se o site voltou ou não a adotar más práticas. As medidas valem apenas para futuras alterações. Portanto, permanece viva a discussão em torno do direito à privacidade na rede.
Para minimizar a derrota, Mark Zuckerberg, criador e CEO do Facebook, recorreu a seu palanque virtual, o blog oficial da rede. Do púlpito eletrônico, pediu desculpas aos usuários – foi o 10º pedido público, por sinal. “Eu sou o primeiro a admitir que cometemos erros”, afirmou.
Daqui para frente, ele terá, é claro, de refletir muito antes de apresentar mudanças em seu produto. Será interessante também observar os próximos passos do usuário. Graças à decisão da comissão federal dos Estados Unidos, ele (o usuário americano) ganha certa força na hora de decidir os rumos do serviço. Resta saber como ele usará esse poder.
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