Lei de Acesso a Informação foi assinada por Dilma em 18 de novembro.
Texto diz que dados devem estar disponíveis a partir de 16 de maio de 2012.
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O ministro da CGU, Jorge Hage, após reunião
sobre governo aberto no Palácio do Planalto
(Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)
O ministro da Controladoria Geral da União, Jorge Hage, afirmou nesta terça-feira (20) que o prazo de seis meses estipulado pelo governo federal para a divulgação de documentos públicos é “exíguo”.sobre governo aberto no Palácio do Planalto
(Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)
A Lei de Acesso a Informação, sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 18 de novembro após ter sido aprovada pelo Congresso, entra em vigor no dia 16 de maio de 2012.
A legislação acaba com o sigilo eterno de documentos públicos e estabelece prazo máximo de 50 anos para que as informações classificadas pelo governo como ultrassecretas sejam mantidas em segredo.
O prazo de 16 de maio de 2012, na avaliação do ministro Hage, é "insuficiente". “Dificilmente nós podemos fazer uma firmação de que todos vão estar com tudo pronto porque o prazo de seis meses, na minha opinião, é extremamente exíguo."
O ministro disse que o Reino Unido, quando aprovou lei semelhante, estabeleceu prazo de cinco anos para entrar em vigor e que a média dos países é de dois anos. “O Brasil foi o mais ousado, colocou seis meses para a lei entrar em vigor. É muito pouco tempo para tudo o que precisa ser feito na administração federal. Mas a essa altura, está na lei, vamos fazer tudo para poder cumprir”.
Jorge Hage explicou que, para os cidadãos passarem efetivamente a ter acesso a documentos públicos, mais de 140 ouvidorias do governo federal estão sendo treinadas, o que envolve trabalho de 1.200 servidores em todo país.
Alguns dos compromissos assumidos pelo Brasil no acordo Parceria para Governo Aberto |
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Elaboração e oferta de cursos de capacitação de servidores públicos em temas referentes à gestão da informação |
Criação da estrutura e definição do processo para armazenagem de dados em banco de dados único que integrará os dados do Portal da Transparência. |
Reestruturação do Portal da Transparência orientada pelos princípios de dados abertos. |
Adaptar o Portal da Transparência para uso em dispositivos móveis, como smartphones e tablets. |
Desenvolvimento de ambiente virtual acessado pelo endereço www.dados.gov.br, de maneira a simplificar a pesquisa e o acesso a dados públicos. |
Disponibilização de dados do sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasses (Siconv) em formato de dados abertos. |
Criação de plataforma em dados abertos e uso de tecnologias de informação e comunicação, com o objetivo de modernizar e dinamizar a gestão estratégica do Ministério de Ciência e Tecnologia. |
Realização de seminários e conferências sobre transparência, controle social e participação social. |
Disponibilização de consultas específicas sobre informações relativas a beneficiários do Seguro Defeso, beneficiários do Seguro Desemprego e a dados dos Cartões de Pagamento da Defesa Civil. |
Disponibilização de dados do Cadastro Unificado de Fornecedores. |
Adoção de medidas necessárias à completa implementação do Cadastro Nacional de Empresas Comprometidas com a Ética e a Integridade. |
Integração sistêmica de ouvidorias. |
Fonte: Controladoria Geral da União |
Jorge Hage participou nesta terça-feira de uma reunião no gabinete da chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ocasião em que foi instalado o Comitê Interministerial de Governo Aberto.
A criação do grupo faz parte do conjunto de compromissos assumidos pelo Brasil perante 50 países que aderiram à Parceria para Governo Aberto, acordo internacional criado para difundir práticas que estimulem a transparência governamental.
A presidente Dilma já havia criado o grupo por meio de decreto em 15 de setembro, após ter assumido juntamente com os Estados Unidos a liderança dos países comprometidos com o acordo. A iniciativa é da Open Government Partership (OGP).
Participaram da reunião na Casa Civil os ministros José Eduardo Cardozo (Justicça), Garibaldi Alves (Previdência Social), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Maria do Rosário (Direitos Humanos) e Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência).
Segundo o ministro da CGU, a “primeira e mais importante” ação do grupo interministerial será implementar a Lei de Acesso à Informação.
“A lei de acesso nos exige um conjunto de iniciativas que vão desde capacitação de pessoal, até montagem de um novo sistema eletrônico para tramitar os pedidos dos cidadãos, até a montagem do Serviço de Informação ao Cidadão, que cada ministério deve ter”.
O Comitê Interministerial de Governo Aberto é composto por representantes de 18 pastas e comandado pela Casa Civil. O decreto que cria o grupo determina que o Plano de Ação Nacional sobre Governo Aberto deve ter como diretrizes aumentar a transparência, aprimorar a governança pública, prevenir e combater a corrupção e melhorar a prestação de serviços públicos.
Conforme Jorge Hage, o grupo terá uma nova reunião no início do próximo mês para detalhar o cronograma de trabalho. No final de janeiro, o comitê vai apresentar à Open Government Partership um plano concreto de novos compromissos que o Brasil assumirá em 2012.
G1
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