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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Como agradar as mulheres

Tá bom! Eu confesso! Fomos ontem a uma festa, eu e Dona Reinalda, e chegamos agora há pouco. Ela me fez jurar: “Você não vai escrever nada, né?” Ah, essas mulheres… Sempre preocupadas com o nosso gesto heróico e irresponsável, especialmente depois de 120 anos numa noite… Cento e vinte anos querem dizer 12 anos vezes 10, hehe…
Conheço isso. Lá nos tempos ancestrais, namorava essa moça não fazia tanto tempo. Depois de um fechamento de jornal daqueles horripilantes, num sábado, saímos pra jantar. Como sempre, as mulheres percebem tudo muito antes. Olhei pra Dona Reinalda, e ela estava lívida. “Vamos ser assaltados”. Sim, o restaurante estava sendo invadido por um bando disposto a, digamos, fazer a redistribuição de renda na base da luta armada. Era aquela gente bruta, que ainda não fazia isso por meio de eleições e mensalões, como viria a se tornar corriqueiro mais tarde.
Os bandidos, como os petralhas (vejam como sou generoso ao recorrer a uma mera comparação), também acharam que eu tinha cara de rico. Vieram pro meu lado, arma na cabeça, essas coisas… Dona Reinalda, pouco antes de eles chegarem com o seu instrumento frio (acabei de me sentir um Gabriel Chalita narrando um assalto numa carta para aquele padre fortão), me implorou: “Não reaja!” E eu disse, vazando testosterona pelos olhos: “Fique tranqüila; não vou reagir!”, dando a entender, evidentemente, que, se quisesse, poderia, como naquela música do Chico Jabuti, dar pernada a três por quatro sem nem me despentear. Ficou evidente que a minha passividade era, para mim, um custo! Atendia a um pedido amoroso…
Os bandidos me ensinaram a compreender um pouco mais a alma feminina, acho eu… Não trema nunca, rapaz! Dê a entender que você tem a arma secreta e pode usá-la quando quiser. Moças não gostam de choramingas. Quem curte homem sensível é… outro homem.
Cumpro, com este texto, a promessa solene à minha parceira de 25 anos (”Não vá escrever nada”), mas também aos leitores: “Nulla dies sine línea”, como recomendava Plínio, o Velho. Esse negócio de “Plínio, o Moço” é para gente progressista, né? E Tio Rei é mais conservador do que “Emoções” num show do Roberto Carlos. Menos quando se trata de agradar as mulheres.
Por Reinaldo Azevedo
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