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sábado, 17 de dezembro de 2011

Em mensagem, Papa pede atenção à 'frustração' dos jovens

Sociedade

Emmanuel Dunand
O papa Bento XVI pediu à comunidade internacional que dê atenção especial à "frustração" dos jovens devido à crise que angustia as sociedades modernas em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, celebrado em 1º de janeiro, divulgada esta sexta-feira.
"Prestar atenção ao mundo juvenil, saber ouvi-lo e valorizá-lo não é só uma oportunidade, mas um dever primário de toda a sociedade para a construção de um futuro de justiça e de paz", escreveu o Papa na mensagem tradicional.
Sob o título "Educar os jovens para a justiça e a paz", o pontífice reconheceu que os jovens representam "uma nova esperança" diante da crise, que para ele é antes de tudo de natureza "cultural e antropológica".
"Parece que um manto de escuridão tivesse descido sobre este tempo e não deixasse ver com clareza a luz do dia", destacou.
Ao ilustrar a mensagem do Papa, lida em todas as paróquias do mundo no começo do ano, o cardeal africano Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, falou do movimento dos indignados.
"Uma série de manifestações em Europa, América Latina e Estados Unidos revelam uma visão pessimista, desesperadora da crise", comentou em alusão também aos protestos da "Primavera Árabe" no começo do ano, protagonizados por milhares de jovens.
Para o Papa, os jovens com "seu entusiasmo e seu impulso por ideais podem dar ao mundo uma nova esperança", destacou.
"As preocupações manifestas nestes últimos tempos por muitos jovens em várias regiões do mundo expressam o desejo de olhar para o futuro com esperança", acrescentou o Papa.
Entre os aspectos que preocupam as novas gerações, segundo o líder católico, estão "o desejo de receber uma formação que os prepare com mais profundidade a enfrentar a realidade, a dificuldade de formar uma família e encontrar um posto estável de trabalho", destacou.
Na mensagem, o Papa pediu aos jovens para que "não se deixem vencer pelo desânimo diante das dificuldades", nem se entreguem "às falsas soluções, que com frequência se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas".
O pontífice também os convidou a "não ter medo", "enfrentar o esforço e o sacrifício" e "escolher os caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação".
Na mensagem, o pontífice pediu aos governantes para oferecer aos jovens "uma imagem limpa da política" e solicitou aos governos que "ajudem concretamente as famílias e instituições educativas a exercer seu direito e dever de educar".
Brilhante teólogo, Bento XVI analisa os limites do mundo moderno, "no qual a família e também a própria vida se veem constantemente ameaçadas e, às vezes, destroçadas".
O Papa condenou "condições de trabalho com frequência pouco conciliáveis com as responsabilidades familiares", bem como "os ritmos de vida frenéticos" que tornam "difícil a possibilidade de assegurar aos filhos" a presença "dos pais", um dos bens "mais preciosos" dos homens.
"É na família que se aprende a solidariedade entre as gerações, o respeito às regras, o perdão e a acolhida do outro", destacou.
Bento XVI também pediu que se favoreça "o reagrupamento das famílias divididas pela necessidade de encontrar meios de subsistência", em alusão aos milhões de imigrantes que deixaram seus países em todo o mundo.
O Papa rejeitou "a maciça presença do relativismo" na sociedade e na cultura que, "ao não reconhecer nada como definitivo, deixa como última medida apenas o próprio eu com seus caprichos".
A mensagem do Papa foi elogiada pelo secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, monsenhor Mario Toso, que pediu às instituições universitárias a não darem "uma educação medíocre" e combatam o "niilismo" que reina nas entidades acadêmicas.

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