Férias chegam ao fim, e volta às aulas mobiliza estudantes e famílias

O Brasil acelera neste 1º de agosto. O segundo semestre está começando. É hora de deixar a preguiça de lado e acelerar nos estudos.

 É hora de dizer que acabou. Fim de férias. Tempo de voltar à rotina e tempo de voltar para a escola e enfrentar o trânsito e a correria. Pela manhã, a luta promete fortes emoções. O caçula se esconde embaixo do edredom, a mais velha agarra o travesseiro. Todos pedem só mais cinco minutinhos. Como faz para tirar a criançada da cama?

Uma tarefa quase tão difícil quanto enfrentar o trânsito da volta às aulas. Na manhã desta segunda-feira (1º), pela última medição da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), são 43 quilômetros de congestionamento, quatro vezes mais do que na segunda-feira da semana passada (24). São milhares de carros a mais nas ruas da cidade. Mais de 2,2 milhões de alunos voltam às aulas a rede pública de São Paulo.
É hora de deixar as mochilas em ordem. “Se suja o uniforme na escola, tem uma mudinha de roupa”, comenta uma mãe. Foi um mês inteirinho de lazer. “Eu dormia, ia na casa dos amigos e ia viajar na minha casa de praia”, disse Thiago Venelli Rozenblit, de 7 anos.
Agora é preciso dar adeus à preguiça e parar de sair da cama às 12h – ou, pelo menos, tentar. “É duro”, conta uma menina.
Quem acha bom mesmo o fim das férias é a mãe. “As férias são ótimas para eles, mas para a gente eu estou entrando de férias agora, na realidade”, comenta a arquiteta Ana Venelli Rozenblit.
Em São Paulo, mais de cinco mil escolas públicas, além das particulares, retomam o ano letivo. Acabou a moleza. Mas teve gente que não ficou tanto assim de papo para o ar. Um pessoal passou boa parte das férias dentro da escola. Eles estão cursando o 3º ano do Ensino Médio e vieram ter aulas de reforço para o Enem e para os vestibulares. É um ritmo puxado e que deve acelerar ainda mais agora, com a volta às aulas.
“Você tem a pressão de ir bem nas provas para você conseguir passar de ano e você tem que estudar para o vestibular. Então, tem que reservar um tempinho para cada coisa”, acredita a estudante Luiza Queiroz.
Os alunos vão voltar a acordar cedinho, chegar à escola às 7h e passar o dia dedicados aos livros. “Já começou o segundo semestre do ano de vestibular. Vai ser uma ligeira pressão a mais, mas vou continuar estudando. Vou aumentar bastante o ritmo e torcer um pouco”, promete o estudante Mário Escobar.
Difícil vai ser aguentar o tranco. “Agora todo mundo vai estar na pressa, porque vai ter vestibular daqui a pouco. Todo mundo vai está desesperado, porque tem que passar e quer passar. Tem que estudar bastante”, afirma o estudante Heitor Mattar.
Quem não parou também foi a turma do cursinho. “Vai ter simulado mais frequente no sábado, uma loucura. Preciso de muito mais que 24 horas no dia”, diz uma estudante.
“Não dá tempo de fazer nada. Até os amigos reclamam, falam para sair e tudo, mas eu falo que não, tenho que estudar”, conta o estudante Rafael Ulian.
O estudante William Pimentel, coitado, a partir desta segunda-feira (1º) volta a correr contra o relógio. “Já sei que vai estar mais puxado, porque vai estar perto da Fuvest, que é meu foco. Vou tentar estudar o dobro do que eu estudo, porque eu quero fazer só um ano de cursinho. Mas é o preço de um sonho”, afirma.
O exame da primeira fase da Fuvest, que é o vestibular que seleciona os alunos da Universidade de São Paulo (USP), é em novembro. Já as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) serão nos dias 22 e 23 de outubro. Mais do que nunca, é hora de dedicação total aos livros.
 G1