Fabio Motta/AE - 08.01.2008
"Wadson, assim como Orlando, foi presidente da UNE é homem de confiança do ministro"
Além dos R$ 33,5 mil extras, ele ainda levou R$ 6,1 mil como 'colaborador eventual' do ministério entre fevereiro e março deste ano, quando estava desempregado após a derrota nas urnas.
Ex-presidente da UNE e homem de confiança do ministro Orlando Silva, Wadson era secretário executivo na gestão passada, o segundo cargo mais importante. Chegou ao governo em 2007 e foi exonerado no dia 30 de março de 2010 para ser candidato. Ao voltar em março de 2011, assumiu a Secretaria de Esporte Educacional, responsável pelo programa Segundo Tempo, foco de irregularidades.
O nome do secretário aparece na assinatura de convênios sob suspeita, tendo autorizado até a liberação de recursos para uma entidade de Juiz de Fora, seu reduto eleitoral, onde é pré-candidato a prefeito para a disputa de 2012. Em abril, ele foi à cidade distribuir kits do Segundo Tempo.
Wadson nunca concluiu um curso superior. Largou a faculdade de medicina para se dedicar à militância no PC do B.
Procurado pelo Estado, o Ministério do Esporte disse que se amparou na legislação do servidor público para justificar o repasse dos R$ 33,5 mil para uma pessoa que apenas deixou o cargo de olho na disputa eleitoral e retornou após perder nas urnas.
'O valor referido foi pago como ajuda de custo referente a deslocamento e mudança, recebida no momento da nomeação para o cargo de secretário nacional de Esporte Educacional do Ministério do Esporte, conforme prevê a legislação', disse o ministério. Em relação aos R$ 6,1 mil pagos antes da nova nomeação, a pasta informou: 'O valor refere-se a diárias decorrentes de vindas ao ministério, a convite deste, como colaborador eventual, para tratar de temas do interesse desta pasta'.
Questionada pelo Estado, a Controladoria-Geral da União deu a seguinte resposta: 'A legislação não impede a questão colocada, pois fala apenas no período mínimo de três meses. Apenas se ficar caracterizado que o órgão adota a prática de forma sistemática com a mesma pessoa, fica passível de responsabilização'.
O Estado mostrou na semana passada que Wadson assinou e renovou um convênio de R$ 911 mil do Segundo Tempo que nunca saiu do papel com uma ONG de fachada. Após o Estado revelar a prorrogação do contrato, o Ministério do Esporte anunciou sua rescisão.
Estadão
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