O PT vai entrar com um pedido de cassação do mandato de Jair Bolsonaro (PP-RJ) na próxima terça-feira na Câmara
Foto: Agência Brasil
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O polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pode ter seu mandato cassado após uma série de declarações contra os homossexuais. A mais recente, contendo insinuações sobre a sexualidade da presidente Dilma Rousseff (PT), causou indignação no Partido dos Trabalhadores, que resolveu que vai pedir a cassação por quebra de decoro na próxima terça-feira. Na tribuna da Câmara, Bolsonaro disse, na última quinta-feira, que "se (Dilma) gosta de homossexual, assume. Se o teu negócio é amor com homossexual, assuma". Ao Terra, o deputado afirmou que não quis ofender a presidente e que não se interessa pela sua orientação sexual.
"Eu fiquei estarrecido ao saber que a inclusão de materiais sobre homossexuais nos livros didáticos ainda é discutida no governo. Pensei que a questão havia sido enterrada pela presidente, pois em maio ela garantiu que o kit-gay foi recolhido. Só que, para minha surpresa, ele não foi. Uma pessoa do Ministério da Educação disse que, entre as diretrizes para os livros didáticos para 2012, está a inclusão de capítulos sobre a homoafetividade. Fiquei revoltado e fui na tribuna no dia seguinte", explicou Bolsonaro.
Na Câmara, ele fez duras críticas a Dilma Rousseff, interpretadas pelo PT como ofensas pessoais e discriminatórias. "Eu levantei qual é a ligação de Dilma com os movimentos homossexuais, qual é a causa dela com eles, mas nada a ver com ofensas pessoais. O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da presidente", argumentou o deputado. O PT, porém, não aceitou.
"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
"Não vou parar de falar"
Bolsonaro admite que o seu discurso sobre Dilma "leva a uma dupla interpretação". Porém, ele não cogita pedir desculpas para a presidente. "Não foi a minha intenção ofender. Tudo que eu falo é motivo de processo, eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processar, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar, não fico mais em Brasília".
O deputado ainda criticou a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que pediu para que Marco Maia tome "providências enérgicas" contra ele, que está "sem freio de arrumação". "O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da Dilma, que não me interessa. Mas o PT levou para o lado da ofensa sexual, inclusive a senadora Marta Suplicy. Quem é ela para dizer isso, se ela duvidou publicamente da opção sexual do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD)?"
"Pois que me cassem, mas tenham vergonha na cara de enterrar esse projeto do kit-gay, já que Dilma não teve coragem de enterrar", concluiu Bolsonaro.
Terra
"Eu fiquei estarrecido ao saber que a inclusão de materiais sobre homossexuais nos livros didáticos ainda é discutida no governo. Pensei que a questão havia sido enterrada pela presidente, pois em maio ela garantiu que o kit-gay foi recolhido. Só que, para minha surpresa, ele não foi. Uma pessoa do Ministério da Educação disse que, entre as diretrizes para os livros didáticos para 2012, está a inclusão de capítulos sobre a homoafetividade. Fiquei revoltado e fui na tribuna no dia seguinte", explicou Bolsonaro.
Na Câmara, ele fez duras críticas a Dilma Rousseff, interpretadas pelo PT como ofensas pessoais e discriminatórias. "Eu levantei qual é a ligação de Dilma com os movimentos homossexuais, qual é a causa dela com eles, mas nada a ver com ofensas pessoais. O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da presidente", argumentou o deputado. O PT, porém, não aceitou.
"Eu acho que ele feriu o decoro parlamentar. Ele incita ódio aos homossexuais e não segue os ritos do Parlamento. Portanto, nós vamos representá-lo no Conselho de Ética e vamos pedir a cassação dele na próxima terça-feira", informou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), líder do PT na Câmara. Domingos Dutra (PT-MA), que ocupava a presidência da sessão polêmica, determinou a retirada das declarações das notas taquigráficas atendendo a pedido do deputado Marcon (PT-RS). Caberá agora ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), decidir se o discurso ficará registrado nos documentos da Casa ou será retirado da história oficial da Câmara.
"Não vou parar de falar"
Bolsonaro admite que o seu discurso sobre Dilma "leva a uma dupla interpretação". Porém, ele não cogita pedir desculpas para a presidente. "Não foi a minha intenção ofender. Tudo que eu falo é motivo de processo, eu acho que tenho que ficar quieto em Brasília. Qualquer escorregada minha é motivo para processar, mas eu não vou parar de falar. O dia que eu parar, não fico mais em Brasília".
O deputado ainda criticou a vice-presidente do Senado, Marta Suplicy (PT-SP), que pediu para que Marco Maia tome "providências enérgicas" contra ele, que está "sem freio de arrumação". "O mérito da questão é o kit-gay, não a sexualidade da Dilma, que não me interessa. Mas o PT levou para o lado da ofensa sexual, inclusive a senadora Marta Suplicy. Quem é ela para dizer isso, se ela duvidou publicamente da opção sexual do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD)?"
"Pois que me cassem, mas tenham vergonha na cara de enterrar esse projeto do kit-gay, já que Dilma não teve coragem de enterrar", concluiu Bolsonaro.
Terra
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