Mulheres
Bertha von Suttner Durante os mais de 100 anos de Nobel da Paz, apenas 12 mulheres haviam recebido a honraria - número que sobe para 15 com a premiação deste ano. A pioneira foi Bertha von Suttner, em 1905, ex-secretária do fundador do prêmio, Alfred Nobel. Escritora de diversos romances, ela também ajudou a organizar o 1º Congresso Internacional de Paz, fundou a Sociedade Austríaca dos Amigos da Paz e foi eleita presidente honorária do Escritório Internacional da Paz. Confira as demais premiadas:1931 - Jane Addams
1946 - Emily Greene Balch
1976 - Betty Williams
1976 - Mairead Corrigan
1979 - Madre Teresa de Calcutá
1982 - Alva Myrdal
1991 - Aung San Suu Kyi
1992 - Rigoberta Menchú Tum
1997 - Jody Williams
2003 - Shirin Ebadi
2004 - Wangari Maathai
Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin recebem o Nobel da Paz
Desde seu início, em 1901,o prêmio já foi entregue 91 vezes. Em 19 ocasiões, a comissão decidiu que não havia ninguém digno de receber a honra - entre elas, todos os anos entre as duas guerras mundiais. De todas as condecorações, 62 foram concedidas a uma única pessoa, 28 foram compartilhados por dois e apenas um por três - Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin, em 1994, por seus esforços pela paz no Oriente Médio. Segundo o estatuto da Fundação Nobel, é proibido conceder um prêmio a quatro pessoas ou mais. Se descontarmos aqueles que foram escolhidos mais de uma vez e somarmos os que ganharam prêmios compartilhados, o Nobel da Paz já premiou 98 indivíduos e 20 organizações.
A mais jovem
Mairead Corrigan A pessoa mais jovem a receber um Nobel da Paz foi a britânica Mairead Corrigan, em 1977, quando tinha 32 anos. Foi uma tragédia que impulsionou Maired a trabalhar pela paz. Em agosto de 1976, ela perdeu três sobrinhos, atropelados por um carro em fuga na Irlanda do Norte. O motorista era membro do grupo terrorista IRA. Mairead encabeçou, então, um movimento para dar fim ao conflito no país, que já havia feito milhares de vítimas - em uma disputa violenta, protestantes pregavam que a Irlanda do Norte devia continuar parte da Grã-Bretanha enquanto os católicos defendiam que deveria ser incorporada à Irlanda. Apesar de unir 10.000 pessoas em torno da causa, Mairead não conseguiu a paz e, até hoje, luta por ela na ONG Community of Peace People (Comunidade das Pessoas da Paz). Este ano, a ativista iemenita Tawakkul Karman, também de 32 anos, empata com Corrigan no recorde.O mais velho
Joseph Rotblat Aos 87 anos, o polonês Joseph Rotblat se tornou o homem mais velho a receber um Nobel da Paz, em 1995. Foi homenageado por “seus esforços em diminuir o papel desempenhado pelas armas nucleares na política internacional e, no longo prazo, em eliminar esse tipo de armamento”. Cientista nuclear de formação, Rotblat chegou a trabalhar no Projeto Manhattan, primeiro programa a criar armas nucleares no mundo, durante a II Guerra Mundial. Contudo, assim que a ameaça nazista foi extinta, ele se retirou do grupo. Logo após a explosão da bomba atômica em 1945, Rotblat voltou sua dedicação ao combate daqueles armamentos que havia ajudado a desenvolver. Foi um dos responsáveis pelo manifesto Einstein-Russell, assinado por cientistas renomados, entre eles Albert Einstein, que rubricou o documento dois dias antes de morrer. Mas foi com a Conferência Pugwash que ele fez seu mais importante trabalho, reunindo, todos os anos desde 1957, os cientistas mais respeitados. Os estudos ali produzidos ajudaram a desarmar o mundo durante e após a Guerra Fria. Rotblat morreu em 31 de agosto de 2005, aos 96 anos.A recusa
Le Duc Tho Em 23 de janeiro de 1973, o mundo assistiu ao cessar-fogo de uma das guerras mais sangrentas, a do Vietnã. Naquele ano, a comissão do Nobel da Paz decidiu premiar os dois negociadores-chefes do acordo entre Estados Unidos e Vietnã, Henry Kissinger e Le Duc Tho. Este último, contudo, não se sentiu digno de receber a condecoração. O vietnamita alegou que a situação de seu país mostrava que ninguém havia conquistado a paz - de fato, a guerra só acabaria de vez quase dois anos depois. Em seu discurso na cerimônia de entrega do prêmio, o presidente do comitê declarou: “Esperamos que as condições no Vietnã melhorem de acordo com o que foi estabelecido no cessar-fogo de 23 de janeiro, e que isso faça com que Le Duc Tho considere possível aceitar o prêmio”.Polêmicas
Adolf Hitler e Joseph Stalin Nomes bastante controversos já foram indicados ao Nobel da Paz sem chegar, no entanto, a receber a honraria. O mais impressionante deles, com certeza, é Adolf Hitler, recomendado pelo parlamentar sueco E.G.C. Brandt, em 1939 - que acabou retirando a indicação pouco tempo depois. Outra nomeação estapafúrdia: Joseph Stalin, indicado em 1945 por “seus esforços para encerrar a II Guerra Mundial”. Enquanto isso, o indiano Mahatma Gandhi teve o nome sugerido cinco vezes, sem nunca ser escolhido.Premiados presos
Aung San Suu Kyi, Carl Von Ossietzky e Liu Xiaobo Em 2010, o ativista chinês Liu Xiaobo foi representado por uma cadeira vazia na cerimônia de entrega do Nobel da Paz. Ele estava preso na época e sua escolha pelo comitê alimentou uma grande polêmica entre os governos sueco e chinês. O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Ma Zhaoxu, chegou a dizer que sua eleição havia sido "uma obscenidade". Liu, no entanto, não foi o único a receber a honraria detido. O pacifista alemão Carl von Ossietzky enfrentou problema semelhante em 1935, assim como a política birmanesa Aung San Suu Kyi, em 1991.Indicações
Jane Addams Todos os anos, o comitê recebe centenas de indicações (muitas de pessoas repetidas), mas em 2011 bateu um recorde: 237 nomes - muitos dos quais já sugeridos inúmeras vezes. Um exemplo é a ativista americana Jane Addams que, entre 1916 e 1931, recebeu 91 recomendações diferentes. No último ano, ela finalmente recebeu o prêmio. Já outros laureados, como a socióloga americana Emily Green Balch, o ativista norueguês Fridtjof Nansen e o ex-presidente americano Theodore Roosevelt não tiveram de esperar tanto e ganharam a medalha no primeiro ano em que foram indicados.Homenagem póstuma
Dag Hammarskjöld Desde 1974, o estatuto da Fundação Nobel proíbe que pessoas mortas sejam premiadas, a não ser que elas tenham falecido após o anúncio. Essa é a razão pela qual Mahatma Gandhi, por exemplo, não recebeu o prêmio no ano de seu assassinato, em 1948. Contudo, antes da regra ser alterada, uma única pessoa recebeu a homenagem póstuma: o sueco Dag Hammarskjöld, que foi premiado por seus trabalhos pela paz mundial como secretário-geral da ONU no mesmo 1974.Surpresa
Winston Churchill Em 1953, o Prêmio Nobel apresentou uma grande surpresa. O então premiê britânico, Winston Churchill, era o favorito a receber o Nobel da Paz por seus relevantes escritos em prol dos direitos humanos. De fato, Churchill recebeu a medalha naquele ano, porém, na categoria Literatura.Veja
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