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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dizer não ao Facebook e viver para contar a história


The New York TimesMicrosoft Office 365

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Por Jenna Wortham, The New York Times News Service/Syndicate
NYTimes
Tyson Balcomb abandonou o Facebook depois de um encontro casual num elevador. Ele se viu ao lado de uma mulher que nunca havia encontrado, porém, pelo Facebook, ele conhecia seu irmão mais velho, sabia que ela era de uma ilha minúscula na costa de Washington e que, recentemente, havia visitado a torre Space Needle em Seattle.
"Eu sabia todas essas coisas sobre ela, mas nunca havia conversado com ela", disse Balcomb, aluno de curso pré-médico do Oregon que tinha amigos da vida real em comum com a mulher. "Naquela hora eu achei que aquilo não era muito saudável."


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À medida que o Facebook se prepara para uma muito aguardada oferta pública de ações, a empresa está ávida para exibir sua dinâmica ampliando seu grande número de afiliados: mais de 800 milhões de usuários ativos do mundo todo, segundo números da empresa, e quase 200 milhões nos Estados Unidos, ou dois terços da população.
Contudo, a empresa está correndo rumo a um obstáculo nos EUA. Algumas pessoas, mesmo das faixas etárias mais jovens, simplesmente se recusam a participar, incluindo pessoas que não querem nem experimentar.


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Um dos principais argumentos de venda do Facebook é criar laços mais fortes entre amigos e colegas. No entanto, algumas pessoas que se afastam do site dizem que ele pode produzir o efeito oposto, deixando-os mais afastados.
"Eu não estava mais ligando para os meus amigos", disse Ashleigh Elser, 24 anos, universitária de Charlottesville, Virgínia. "Eu só via suas fotos e atualizações, e sentia que estava me ligando de verdade com eles."
Temos que admitir que a vida sem Facebook tem suas desvantagens numa era em que as pessoas anunciam todos os tipos de momentos importantes na internet. Elser perdeu noivados e fotos de bebês recém-nascidos. Contudo, nada disso doeu mais do que a distância que sua conta no Facebook teria criado entre ela e os amigos mais próximos. Assim, ela se desligou.


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Muitos dos que se recusam a aderir mencionam preocupações com a privacidade. Quem estuda as redes sociais afirma que essa questão se resume à confiança. Amanda Lenhart, que dirige pesquisas sobre adolescentes, crianças e famílias no Pew Internet and American Life Project, disse que as pessoas que usam o Facebook costumam ter "um senso geral de confiança nos outros e em instituições". Ela acrescentou: "Algumas pessoas tomam a decisão de não usá-lo porque temem o que pode acontecer."
Lenhart observou que quase 16 por cento dos americanos não têm celulares. "Sempre haverá quem se recuse."
Executivos do Facebook dizem não esperar que todos do país se registrem. Na verdade, eles estão trabalhando em formas de manter os usuários atuais mais tempo no site, o que lhes propiciaria a chance de exibir mais anúncios. E o maior crescimento da empresa agora se dá em lugares como Ásia e América Latina, onde podem existir pessoas que nunca ouviram falar do Facebook.


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"Nosso objetivo é oferecer às pessoas uma forma significativa, divertida e livre de se conectar com os amigos, e esperamos que isso seja interessante para um público amplo", afirmou Jonathan Thaw, porta-voz do Facebook.
Porém, as cifras do crescimento neste país são desoladoras. O número de americanos que visitaram o Facebook cresceu dez por cento no ano que terminou em outubro - contra um crescimento de 56 por cento sobre o ano anterior, segundo a comScore, que rastreia o tráfego da internet.

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Por Jenna Wortham, The New York Times News Service/Syndicate
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Ray Valdes, analista da Gartner, disse que o desaquecimento não era uma questão crucial diante do lançamento de ações da empresa, que poderia acontecer na próxima primavera do Hemisfério Norte. Para ele, o importante é a capacidade do Facebook de manter os milhões de usuários atuais entretidos e voltando.
"Eles devem estar mais preocupados com o fim do fator novidade. Esse é um problema contínuo que estão resolvendo, e não existem soluções permanentes."


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Erika Gable, 29 anos, que mora em Nova York e trabalha como relações públicas de restaurantes, nunca entendeu o fascínio do Facebook. Ela disse que o bate-papo diário que rola no site - atualizações sobre dias descabelados e fotos do jantar - é uma barafunda virtual que não faz falta em sua vida.
"Se eu quiser ver o segundo filho da minha prima em quinto grau, eu ligo para eles", ela disse, aos risos.
Gable não é avessa à tecnologia. Ela tem iPhone e às vezes usa o Twitter. Só que na hora de criar um perfil na maior rede social do mundo, sua tolerância chega ao limite.

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"Eu me lembro de participar do MySpace por uns tempos e sempre achar estranho ver coisas de outras pessoas o tempo todo. Não curto isso."
Will Brennan, nova-iorquino de 26 anos, afirmou ter "ouvido histórias de terror em demasia" sobre as arapucas envolvendo a privacidade no Facebook. Porém, contou que os amigos nem sempre curtem sua postura contra a mídia social.


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"Sou convidado a me registrar pelo menos uma vez por mês. Escuto todo um blá-blá-blá por estragar seus planos ao não entrar no Facebook."
E havendo chateações ou não, os rebeldes dizem que a posição contrária ao Facebook costuma ser um ponto alto da conversa - como a decisão de não ter uma televisão deve ter sido no começo da era da mídia.
"As pessoas sempre fazem cara de assombro", disse Chris Munns, 29 anos, administrador de sistemas de Nova York. "Mas minha vida continuou bem sem ele. Não sou um bicho do mato. Tenho amigos e uma vida muito divertida em Manhattan, assim não posso dizer que não tenho vida."


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Todavia, a pressão dos amigos só deve crescer. Susan Etlinger, analista do Altimeter Group, disse que a sociedade estava adotando novos comportamentos e expectativas em relação à quase onipresença do Facebook e outras redes sociais.
"Se você não estiver num canal social, as pessoas podem querer saber por quê. Você está escondendo alguma coisa? As normas estão mudando."
Esse tipo de pensamento é uma faca de dois gumes para quem não entra no Facebook. Munns disse que os namoros melhoraram com a falta de um dossiê online. "Elas não tiveram chance de investigar minha vida inteira no Facebook antes de nos conhecermos."
Já Gable contou que verificar o passado era a única serventia que via no Facebook.
"Se estiver a fim de um cara, peço para minhas amigas darem uma olhada nele por mim, mas não passa disso."
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