"Eu sabia todas essas coisas sobre ela, mas nunca havia conversado com ela", disse Balcomb, aluno de curso pré-médico do Oregon que tinha amigos da vida real em comum com a mulher. "Naquela hora eu achei que aquilo não era muito saudável."
Contudo, a empresa está correndo rumo a um obstáculo nos EUA. Algumas pessoas, mesmo das faixas etárias mais jovens, simplesmente se recusam a participar, incluindo pessoas que não querem nem experimentar.
"Eu não estava mais ligando para os meus amigos", disse Ashleigh Elser, 24 anos, universitária de Charlottesville, Virgínia. "Eu só via suas fotos e atualizações, e sentia que estava me ligando de verdade com eles."
Temos que admitir que a vida sem Facebook tem suas desvantagens numa era em que as pessoas anunciam todos os tipos de momentos importantes na internet. Elser perdeu noivados e fotos de bebês recém-nascidos. Contudo, nada disso doeu mais do que a distância que sua conta no Facebook teria criado entre ela e os amigos mais próximos. Assim, ela se desligou.
Lenhart observou que quase 16 por cento dos americanos não têm celulares. "Sempre haverá quem se recuse."
Executivos do Facebook dizem não esperar que todos do país se registrem. Na verdade, eles estão trabalhando em formas de manter os usuários atuais mais tempo no site, o que lhes propiciaria a chance de exibir mais anúncios. E o maior crescimento da empresa agora se dá em lugares como Ásia e América Latina, onde podem existir pessoas que nunca ouviram falar do Facebook.
Porém, as cifras do crescimento neste país são desoladoras. O número de americanos que visitaram o Facebook cresceu dez por cento no ano que terminou em outubro - contra um crescimento de 56 por cento sobre o ano anterior, segundo a comScore, que rastreia o tráfego da internet.
"Eles devem estar mais preocupados com o fim do fator novidade. Esse é um problema contínuo que estão resolvendo, e não existem soluções permanentes."
"Se eu quiser ver o segundo filho da minha prima em quinto grau, eu ligo para eles", ela disse, aos risos.
Gable não é avessa à tecnologia. Ela tem iPhone e às vezes usa o Twitter. Só que na hora de criar um perfil na maior rede social do mundo, sua tolerância chega ao limite.
Will Brennan, nova-iorquino de 26 anos, afirmou ter "ouvido histórias de terror em demasia" sobre as arapucas envolvendo a privacidade no Facebook. Porém, contou que os amigos nem sempre curtem sua postura contra a mídia social.
E havendo chateações ou não, os rebeldes dizem que a posição contrária ao Facebook costuma ser um ponto alto da conversa - como a decisão de não ter uma televisão deve ter sido no começo da era da mídia.
"As pessoas sempre fazem cara de assombro", disse Chris Munns, 29 anos, administrador de sistemas de Nova York. "Mas minha vida continuou bem sem ele. Não sou um bicho do mato. Tenho amigos e uma vida muito divertida em Manhattan, assim não posso dizer que não tenho vida."
"Se você não estiver num canal social, as pessoas podem querer saber por quê. Você está escondendo alguma coisa? As normas estão mudando."
Esse tipo de pensamento é uma faca de dois gumes para quem não entra no Facebook. Munns disse que os namoros melhoraram com a falta de um dossiê online. "Elas não tiveram chance de investigar minha vida inteira no Facebook antes de nos conhecermos."
Já Gable contou que verificar o passado era a única serventia que via no Facebook.
"Se estiver a fim de um cara, peço para minhas amigas darem uma olhada nele por mim, mas não passa disso."
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