EM 05/01/2012
às 15:00 Ainda está em fase de pesquisas
A iniciativa, que ainda está em fase experimental, tem como objetivo a utilização da informação genética de cada paciente para identificar aqueles que irão beneficiar-se com o uso de determinadas drogas ou que poderão responder melhor a outras alternativas. O uso de testes genéticos para avaliar a resposta a drogas específicas já está sendo implementado para algumas medicações, mas em geral eles são usados quando o paciente não responde a remédios convencionais ou apresenta reações adversas. O que se pretende com essa coleta de dados é ter um perfil genético do paciente antes de prescrever qualquer tratamento.
Genes associados ao metabolismo de drogas
Já foram identificados perto de 100 genes que governam como o nosso corpo metaboliza as drogas conhecidas. Entretanto, com o avanço das pesquisas genéticas e a descoberta de novos medicamentos, a tendência é identificar novos genes associados à resposta a remédios. Uma informação fundamental é a velocidade com que cada indivíduo metaboliza uma determinada medicação. Se for um metabolizador rápido, terá que tomar doses maiores porque a droga é rapidamente eliminada do organismo. Se, ao contrário, for um metabolizador lento, a droga poderá acumular-se no corpo e provocar reações adversas. Os metabolizadores lentos precisam de doses menores ou talvez nem possam tomar aquele remédio. Espera-se que o avanço da farmacogenômica elimine aqueles temidos efeitos colaterais escritos em letras minúsculas nas bulas dos medicamentos.
O genoma todo ou genes que metabolizam drogas?
O projeto da clínica Mayo ajudará também a decidir se é necessário armazenar todos os dados do genoma ou somente os genes associados à resposta a drogas de cada paciente. Para tirar isso a limpo, um grupo de voluntários terá seu genoma todo seqüenciado, isto é, os cerca de 23.000 genes que determinam nossas características hereditárias enquanto um segundo grupo terá identificados somente os genes associados a respostas a drogas. Os dados dos dois grupos ficarão nas fichas médicas dos pacientes e serão utilizados quando houver necessidade. Os dois grupos serão então comparados em relação à eficiência do tratamento em relação ao custo do procedimento. Os pacientes que terão seu genoma todo sequenciado também discutirão com os geneticistas que informações eles querem ter. Por exemplo, vale a pena saber se há um risco aumentado para doenças ainda sem tratamento como a doença de Alzheimer? Já discuti isso em colunas anteriores. Eu não quero saber, mas talvez outras pessoas queiram.
A genética revolucionando a medicina
Não é preciso dizer que será um projeto a longo prazo, e cuja resposta dependerá de milhares de pacientes. Mas certamente a farmacogenômica irá revolucionar a medicina atual. Para os pessimistas que afirmaram que o seqüenciamento do genoma humano não trouxe nenhuma aplicação médica, é importante saber que a genética do futuro está começando.
http://veja.abril.com.br/blog/genetica/pesquisas/remedios-personalisados-o-futuro-ja-comecou/#more-185271
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