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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Uma boa notícia nesta semana foi o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad não ter dado o ar de sua graça em Brasília durante o seu giro pela América Latina.

Qual é a graça? Foto Juan Barreto/AFP
Uma boa notícia nesta semana foi o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad não ter dado o ar de sua graça em Brasília durante o seu giro pela América Latina. O Brasil não precisava de um Irã para se coçar. Para que uma sarna diplomática? O Irã é um país-pária e que apenas não está completamente isolado no mundo devido a regimes delinquentes como o da Venezuela e cumplicidade de países importantes como a China (sobre China, mais observações adiante).
A má notícia é justamente a solidez das podres relações iranianas com Caracas e seus satélites (Cuba, Nicarágua e Equador), escalas da viagem de Ahmadinejad. Estas ligações perigosas justamente prejudicam os esforços ocidentais para isolar Teerã. Tivemos a piada de Chavez: “Aquela colina vai se abrir e uma grande bomba atômica surgirá”. Quando o líder bolivariano apontou um gramado perto do Palácio Miraflores, o negador do Holocausto deu risadas. Sabemos que as ambições nucleares iranianas não são motivos para brincadeiras.
E a visita de Ahmadinejad foi séria não apenas pelo apoio moral (e humorístico) de Chavez ao regime iraniano. Além do uso da força para conter o programa nuclear (e sabotagem, como os assassinatos de cientistas nucleares – mais um na quarta feira), a única efetiva forma de pressão é um embargo de importações de petróleo iraniano. E esta visita de Ahmadinejad lembrou que seu regime tem aliados que podem ajudá-lo a suavizar o impacto das sanções, especialmente quando os europeus finalmente parecem determinados a adotar este embargo.
E agora voltamos para a China. Por anos, o regime comunista de Pequim tem dado uma mão para Teerã, minando os esforços para isolar o regime islâmico e castigá-lo por suas ambições nucleares. Mas há sinais de que os chineses estão reavaliando a parceria estratégica com os iranianos. Houve uma diminuição das importações de petróleo nas últimas semanas e indícios de que esta redução irá adiante. O Irã é o segundo fornecedor de petróleo para a China  e a Arábia Saudita é o primeiro. O primeiro-ministro Wen Jiabao está iniciando visita aos pequenos países produtores do golfo Pérsico e também a Riad para aprofundar ainda mais os laços energéticos. Teerã não é escala da viagem. Ainda bem.
Parte da recalibragem chinesa é que o Irã pode se tornar um ônus geopolítico. As bravatas iranianas de que podem fechar o estreito de Ormuz, por onde passa 1/5 do petróleo mundial, não têm graça em Pequim. O lance ocidental é realmente convencer os chineses que laços muito íntimos com os iranianos são essencialmente um mau negócio. Sem ilusões que Pequim irá se distanciar de forma significativa de Teerã.  Mas tudo que contribua para a implosão deste regime iraniano antes de uma explosão nuclear é lucro.
Como o Brasil, até a China calcula que muita proximidade com o Irã é encrenca da pesada. Más e algumas boas notícias na frente iraniana.
PS: Em um rápido comentário sobre o assassinato de cientistas nucleares iranianos, ora, sem comentários.
http://veja.abril.com.br/blog/nova-york/ira/curtas-finas-iravenezuela/
VEJA

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