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sábado, 8 de outubro de 2011

A herança de Steve Jobs: entenda como a Apple mudou o mundo


Steve Jobs deixou um legado muito maior do que se imagina. Poucas pessoas na história conseguiram, em tão pouco espaço de tempo (se levarmos em conta o lançamento do primeiro computador Apple, na década de 70), apresentar soluções tecnológicas que influenciaram de forma decisiva na vida das pessoas. Nesse post, vamos mostrar como as soluções apresentadas pela Apple e por Steve Jobs mudaram a nossa forma de ver o mundo, com produtos que definiram os rumos da tecnologia moderna.
Steve Jobs. (Foto: Divulgação)Steve Jobs. (Foto: Divulgação)
Você tem um computador na sua casa
Apple I (Foto: Divulgação)Apple I (Foto: Divulgação)
A ideia de “computador pessoal” nasceu com Jobs e Wozniack, no primeiro computador Apple a ser lançado. Antes disso, o conceito de uso de computador era pensado apenas para centros de pesquisa e grandes empresas. Com o Apple I, qualquer pessoa poderia ter em casa um dispositivo que oferecia produtividade e entretenimento. Bastava ter uma simples TV para começar a entrar em novo mundo de descobertas. Logo, se você tem um computador na sua casa, tudo começou ali, no Apple I.
Você usa o mouse para interagir com o computador
Macintosh (Foto: Divulgação)Macintosh (Foto: Divulgação)
Apesar de sua origem ser da década de 1970, e não ser de criação de Jobs, foi a Apple quem tornou esse periférico popular, quando começou a utilizá-lo em todos os seus computadores a partir de 1983. Como a Apple estava pensando em lançar o seu primeiro computador com sistema operacional com interface gráfica (falaremos disso daqui a pouco), o mouse foi a solução perfeita para oferecer uma interação simples e funcional entre o usuário e o sistema. E, quando o Macintosh foi lançado em 1984, parte desse sucesso foi pelo fato do mouse interagir de forma muito mais simples que os cursores do teclado.
A partir daí, todos os computadores pessoais e corporativos utilizaram os pequenos periféricos. A Microsoft desenvolveu o projeto do Windows pensando no uso com o mouse, e só agora, com os dispositivos de tela de toque e notebooks com touchpads, o mouse começa a ter esboços de declínio. Mas, se usamos o mouse até hoje, é porque a Apple viu antes de todos como utilizar esse periférico de forma eficiente.

Em 1984, com o lançamento do Macintosh, a Apple mudou os paradigmas da propaganda de produtos de tecnologia, quando apresentou o seu anúncio futurista no intervalo do Superbowl, a final do campeonato de futebol americano. Ali, a imagem valeu mais que mil palavras, pois mostrou para a maior audiência televisiva dos Estados Unidos o quão fantástica poderia ser suas vidas se os usuários pudessem contar com um Macintosh em casa. E esse comercial gerou um sucesso espantoso de vendas. Mais: o primeiro sistema operacional com interface gráfica era apresentado. O Mac OS mostrava o mundo da informática de forma amigável e simples para o usuário, tornando essa tecnologia acessível para um grupo maior de pessoas. Identificar os itens do seu computador por ícones é muito mais fácil do que em linhas de comando, além do fato da imagem ser uma linguagem universal. E esse foi um passo decisivo para a popularização da informática e do computador pessoal.
Abandone os seus disquetes
Disquetes de 8, 5,25 e 3,5 polegadas, respectivamente (Foto: Reprodução)Disquetes (Foto: Reprodução)
Hoje, praticamente não vemos mais disquetes no mercado, e pouquíssimas pessoas se utilizam desse acessório para salvar seus arquivos. Porém, Jobs e a Apple previram essa possibilidade na década de 80, acreditando que todo o sistema poderia ser executado dentro do próprio computador, e que os arquivos do usuário poderiam ser transportados através de uma rede remota, ou um tipo de memória física auxiliar.
Você gosta de uma boa animação em 3D
Toy Story (Foto: Reprodução)Toy Story (Foto: Reprodução)
Quando Steve Jobs comprou a Pixar, ele tinha uma ideia em mente: torná-la a maior produtora de animação do mundo. Porém, Jobs foi além disso. Antes da Pixar, não só o mundo era dominado pelas animações 2D, mas as propostas em 3D eram bem limitadas. Quando Toy Story estreou, muitos disseram em coro “é isso”.
Toy Story era algo completamente novo para a indústria de entretenimento e para os espectadores. Eram gráficos perfeitos, com um resultado final impressionante, e tudo feito a partir de computadores e softwares gráficos. Toy Story não era como as iniciativas anteriores, que pareciam ser feitas na garagem da casa de estudantes da Califórnia. Toy Story era uma experiência completa. Hoje, a tecnologia de animação gráfica evoluiu de forma considerável, e alguns dos principais blockbusters dos cinemas norte-americanos são filmes de animação 3D. Agradeçam à Pixar por isso.
O computador deixou de ser uma simples caixa cinza
iMac (Foto: Divulgação)iMac (Foto: Divulgação)
Quando Steve Jobs voltou para a Apple, em 1997, além de salvar a empresa da falência, ele tinha a missão de renovar a forma como as pessoas viam os computadores pessoais. Com isso, lançou o iMac, em 1998. Com ele conseguiu conquistar de assalto uma geração que vivia a época do visual moderno e descolado. E o iMac se conectou muito bem a essa filosofia. Com design moderno e arrojado, todo o equipamento estava integrado em um único bloco, em uma carcaça colorida e alegre. A filosofia do visual foi definitivamente exportada do software (Mac OS) para o hardware, mudando a perspectiva do consumidor sobre o computador.
Essa virada de design da Apple foi determinante para todos os seus produtos futuros, e todos os fabricantes entenderam que o usuário não queria mais uma caixa cinza triste e sem graça em casa ou escritório. Queriam um computador bonito, que chamasse a atenção ao ser visto. Hoje, temos computadores muito mais belos e com propostas de design interessantes. Porque, um dia, o iMac foi lançado.
Você hoje ouve a sua música preferida onde quer, e quando quer. E paga um preço justo por isso
iPod Classic e Shuffle. (Foto: Divulgação)iPod Classic e Shuffle. (Foto: Divulgação)
O iPod, lançado em 2001, talvez seja o produto que causou a maior mudança de comportamento nos usuários. Na época, players de MP3 já existiam, mas poucos eram tão simples, atraentes e funcionais quanto o iPod. O player da Apple conquistou o usuário pela simplicidade no uso do produto (com o poder no toque das mãos do usuário) e na transmissão de dados (era só conectar o produto ao computador, escolher as músicas a serem adicionadas, e sincronizar tudo). A partir daí, os concorrentes começaram a utilizar de alternativas semelhantes (e com softwares até mais amigáveis que o iTunes), e até mais simples, como o sistema drag and drop.
Outro agente de mudança foi na forma como as pessoas ouviam as suas músicas. Não era suficiente ouvir as músicas em qualquer lugar. As pessoas queriam ouvir apenas as músicas que queriam, e não as músicas que estavam naquele álbum apenas para completar o número mínimo de faixas. Com o iPod, os dois objetivos foram alcançados, e a mudança foi tão profunda que a maneira de se vender a música mudou. Se o MP3 e o Napster foram o começo do fim dos CDs, o iPod decretou a mudança definitiva ao redor do planeta.
Hoje, é mais importante o volume de downloads no iTunes do que a vendagem de CDs. Alguns artistas preferem que suas faixas sejam lançadas primeiro na loja virtual da Apple, pois sabem que as chances do usuário adquirir a música por lá são maiores. Aliás, a Apple foi a primeira a estabelecer um plano de negócios eficiente para a venda de músicas pela internet. E conseguiu algo que parecia ser impossível: convencer os usuários que valia a pena pagar por essas faixas.
Seu smartphone não é um simples smartphone
iPhone 4 pode ganhar versão de 8Gb durante o lançamento do iPhone 5 (Foto: Divulgação)iPhone (Foto: Divulgação)
O iPhone determinou uma nova fase no mundo da telefonia, indicando aquilo que as pessoas queriam ver em um smartphone. Tela de toque, ícones grandes, altas possibilidades em multimídia, recursos para entretenimento, plataforma de jogos. O iPhone é o produto que influenciou tudo o que veio a seguir em termos de smartphones, e incentivou a indústria de telefonia a seguirem a mesma proposta.
O smartphone deixou de ser um produto sério, voltado para os usuários corporativos, para se tornar um produto fundamental para a maioria das pessoas, antenadas em tecnologia ou não. O iPhone se tornou o grande símbolo de tecnologia da década passada, e promoveu uma mudança sensível. Empresas que estavam no mercado de telefonia há décadas perderam terreno para uma empresa que precisou de apenas quatro anos para se tornar a segunda maior vendedora de telefonia do mundo. Lembrando que a Apple Inc. não é dedicada a isso. Enfim, se o seu smartphone, independente da marca, é um produto melhor e mais avançado, a “culpa” disso é do iPhone.
A Apple colocou os tablets no mapa do mercado de tecnologia
iPad 2 está no ritmo normal e não há queda de produção e demanda (Foto: Divulgação)iPad (Foto: Divulgação)
Os tablets já existiam no mercado, mas apenas a Apple foi capaz de apresentá-los ao consumidor, mostrando que o produto era uma opção válida para os usuários. A Apple mostrou um dispostitivo que não era apenas atraente, mas que também oferecia a mesma interface amigável e funcionalidades do seu último sucesso, o iPhone. Mesmo com limitações que os usuários mais exigentes apontavam, o iPad é um grande sucesso de vendas. 80% do mercado hoje usa uma das duas versões do iPad, em um cenário que não deve mudar por, pelo menos, quatro anos. Em partes, a concorrência agradece, pois o iPad abriu a perspectiva de todos os demais fabricantes em produzirem os seus tablets, buscando uma fatia desse mercado. E muitos de nós substituíram os netbooks pelos tablets, por causa da leveza, praticidade e simplicidade.
Pense diferente
Think different (Foto: Reprodução)Think different (Foto: Reprodução)
O principal legado que Steve Jobs deixa ao mundo é o seu desejo incansável de marcar o seu lugar na história como agente de mudança. Poucas pessoas mudaram tanto a forma das pessoas verem o mundo como Jobs. O “pense diferente” que a Apple pregou por anos pode ser adotado de várias formas. Não só para adquirir um produto com uma interface gráfica amigável, ou um design diferenciado. Jobs buscou obsessivamente oferecer ao usuário uma experiência diferente do que o convencional. Buscou o inovador, o revolucionário. Pensou sempre vários passos a frente do que o hoje, e o reflexo disso é a tecnologia que a Apple apresentou nos últimos 10 anos.
Mas, o mais importante: a grande lição que Jobs deixa é que não se deve ficar na zona de conforto de ser “mais um”. Jobs se destacou porque foi singular. Porque acreditou nas suas ideias e perspectivas de futuro, mesmo com erros no meio do caminho (e quem não errou nessa vida). O maior legado de Jobs e a mensagem que aqueles que pensam diferente, marcam o seu lugar na história.
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