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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Invasores têm 24 horas para deixar a reitoria

nvasores da USP

Intimação foi entregue por oficial de Justiça na tarde desta sexta-feira, mas invasores avisaram que resistirão à polícia "caso o confronto seja necessário"

Bruno Abbud
Estudantes invadem reitoria da USP Estudantes invadem reitoria da USP (Divulgação)
“Vamos manter a ocupação mesmo com a ordem judicial”, disse Rafael Alves, aluno do curso de Letras
Os estudantes que invadiram a reitoria da Universidade de São Paulo têm 24 horas para deixar o prédio. O prazo começou a ser contado às 17h desta sexta-feira, quando o oficial de Justiça Valdemir Aparecido Leme Maciel, 55 anos, chegou para entregar a intimação aos alunos. Se não deixarem o prédio até a tarde deste sábado, a Polícia Militar e o Batalhão de Polícia de Choque poderão ser acionados para tirá-los à força.
Gritando palavras de ordem, os alunos não deixaram Maciel ler o documento e se recusaram a receber os papéis. "A minha presença torna a comunicação da intimação oficializada", explicou o oficial. "Eles têm o direito de receber ou de recusar, mas a partir de agora têm 24 horas para deixar o prédio".
A papelada trazida pelo funcionário do Tribunal de Justiça inclui também um convite aos alunos – feito pela juíza Simone Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública – para uma audiência de conciliação marcada para este sábado, às 10 horas, no Fórum Hely Lopes Meirelles, no centro da cidade. O texto explica que dois representantes de cada uma das partes devem comparecer. Segundo um membro da ocupação, que não quis se identificar, os representantes dos invasores não irão.
Resistência - Por volta das 18 horas, o clima em frente ao portão arrombado pelos manifestantes na última terça-feira, dia 1º, era de tranquilidade. Eles ouviam música e conversavam sobre os rumos do movimento. Nesta tarde, os invasores reiteraram que não sairão do prédio até que a PM seja impedida de trabalhar no perímetro do campus e os processos internos contra alunos e funcionários sejam extintos.

“Nós vamos manter a ocupação mesmo com a ordem judicial”, disse na tarde desta sexta-feira o estudante Rafael Alves, aluno do curso de Letras, que representa os invasores nas reuniões de negociação com a reitoria. “Se houver confronto, a responsabilidade é do reitor”.
Um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno de Carvalho, que também representa os invasores nas negociações, afirmou que a PM costuma achacar alunos dentro do câmpus. “A PM já exigiu dinheiro de alunos para não prendê-los”. No entanto, Carvalho não forneceu outros detalhes sobre o episódio. Nesta tarde, ele endossou a frase de Alves. “Se tiver um confronto sangrento, com a polícia tirando sangue dos alunos, a responsabilidade é exclusivamente da reitoria”, disse. “O movimento vai resistir. Não vamos arredar o pé daqui”.
O Tribunal de Justiça de São Paulo deferiu o pedido da reitoria da USP para a reintegração de posse do prédio invadido na terça-feira, dia 1º. Hoje, durante uma reunião no edifício do curso de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), que terminou por volta das 13h30, manifestantes e integrantes da Comissão de Negociação da Reitoria não chegaram a um acordo para terminar pacificamente com a ocupação.
Invasão - O prédio da reitoria da faculdade foi invadido por estudantes derrotados numa assembleia realizada na noite terça-feira, dia 1º, que decidiu pela desocupação do edifício da administração da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). A ocupação da FFLCH ocorrera na madrugada de sexta-feira, 28 de outubro, depois que três estudantes de geografia foram flagrados por policiais militares com maconha dentro do campus. Os invasores pedem o fim do convênio entre a PM e a USP – firmado em setembro deste ano, que passsou a permitir a atuação de policiais dentro da Cidade Universitária – e a extinção de processos internos contra funcionários e estudantes.
Veja

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