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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Representante do sindicato dos funcionários da USP fala em “confronto sangrento”; representantes de alunos invasores deixa claro que só aceita decisão de assembléia quando eles vencem

 

A reitoria, a rigor, não precisaria negociar mais nada com os invasores do prédio da reitoria, que estão lá à revelia até das próprias instâncias de decisão estudantis, já tão pouco representativas. Há uma decisão judicial determinando que saiam. Invasões de prédios públicos são sempre uma afronta à lei, mas elas podem contar ou não com o endosso formal da representação estudantil. Esta, no caso, não conta. Grupelhos de extrema esquerda compostos de estudantes profissionais, associados a sectários do Sintusp ligados a uma tal LER-QI (que ser quer um grupo “revolucionário”), armaram essa patuscada.
Mesmo assim, a reitoria propôs a criação de uma comissão para discutir a forma de ação da PM no campus e os processos administrativos que há contra alunos e funcionários. Nada disso! Mesmo tendo uma decisão judicial contrária às suas pretensões, eles só “negociam” se antes conseguirem tudo o que reivindicam. Não é fabuloso?
A decisão da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, essencialmente correta, já é cheia de “não-me-toques”. A força tem de ser o último recurso, a desocupação deve ser sem violência etc, como se isso dependesse apenas de quem vai executá-la. Ora, leiam o que diz Magno de Carvalho, que está no comando do Sintusp desde quando eu estudava lá:
“Acho que estão apostando em um confronto sangrento.” Quem está prometendo “sangue”?
As sandices são coroadas pela fala de um representante dos alunos invasores: “Enquanto perseguirem os alunos e o convênio com a PM continuar e não tiver uma assembléia que delibere o contrário, a ocupação vai continuar”, afirmou Rafael Alves, estudante de letras. Um dia esse rapaz dará aula para os nossos filhos e netos. Não há perseguição nenhuma, como todos estão cansados de saber. Mas essa mentira ainda é o de menos. Ele diz que a invasão continua até que uma assembléia não decida o que ele quer que ela decida. Ele só aceita resultado a favor. É o que entende por democracia. E quando, então, a assembléia votar como ele quer? Ora, aí eles continuam por lá.
Corolário: se a assembléia vota contra a invasão, como votou, ele invade em sinal de protesto. Se a assembléia vota a favor, ele invade para fazer a sua vontade.
Continuem a conversar e coisa e tal, mas parece que o grupelho que se aboletou na reitoria só entende mesmo a pedagogia da bomba de gás lacrimogêneo. O problema de fundo é um só: essa gente rejeita a democracia e o estado de direito. Há muito tempo vinha sendo incensada por setores irresponsáveis da imprensa paulistana, que os tratavam como iluministas. Chegaram à conclusão de que tudo lhes era permitido. Eis aí.
Por Reinaldo Azevedo
VEJA

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