Presença imponente do morro já era registrada em imagens antes do monumento
Foto: Georges Leuzinger/ IMS
Um dos primeiros registros do Corcovado, de 1865. No primeiro plano, está a Praia de Botafogo, antes dos sucessivos aterros que alargariam a orla
Há 80 anos que a paisagem do Rio de Janeiro é pontuada pelo Cristo Redentor, inaugurado em 12 de outubro de 1931. Mas a presença imponente do Morro do Corcovado já era registrada por fotógrafos muito antes disso – como mostram imagens do acervo do Instituto Moreira Salles (IMS), cedidas a pedido da BBC Brasil para marcar a data.
"Mesmo antes da invenção da fotografia, no início do século 19, o Corcovado já era um marco geográfico da cidade", diz Sérgio Burgi, coordenador da área de fotografia do IMS, lembrando de registros do morro em aquarelas e desenhos anteriores. "Se você pensar na relação do Rio com a paisagem, com as montanhas, a mata, o mar, a relação com o Corcovado já era tão importante que leva à decisão de construir o Cristo no topo".
A ligação com o morro se torna ainda mais forte após a decisão de erguer o monumento, concretizada depois da instalação da pedra fundamental em 1922 – ano da comemoração do centenário da Independência do Brasil.
"O projeto do Cristo vem agregar um novo simbolismo para aquele ponto de observação da cidade. Continua sendo um ponto de observação, mas agregado de significado religioso e simbólico, e com um monumento que tem um impacto enorme para quem chega lá", diz Burgi. "No século 19, ninguém dava as costas para a paisagem para ficar olhando para o outro lado", brinca.
As fotografias mais antigas do Corcovado no acervo do IMS são da década de 1860, mostrando o Corcovado ainda nu. O rápido crescimento da cidade pode ser acompanhado nas imagens, que miram a paisagem do Cristo, mas documentam as transformações urbanas ao seu redor.
* Fotos cedidas pelo Instituto Moreira Salles (IMS)
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