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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

No Congresso, Bezerra tenta encerrar desgaste

Política

Por Eduardo Bresciani
Brasília - Em um ambiente de total blindagem preparado pela base aliada, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, vai ao Congresso hoje dar explicações sobre as acusações que vem enfrentando nas últimas semanas. A expectativa dos governistas é que com o depoimento seja encerrado o ciclo de desgaste do ministro. A oposição, que tem apenas quatro dos 25 integrantes da comissão representativa, pretende pressionar Bezerra, mas já direciona suas esperanças para o Ministério Público.
O ministro entrou no turbilhão de denúncias após o jornal O Estado de S. Paulo revelar que sua pasta gastou 90% dos recursos para prevenção de desastres em Pernambuco, base eleitoral de Bezerra, que tem como governador Eduardo Campos, presidente do PSB. Em sua defesa, o ministro afirmou que Pernambuco não poderia ser discriminado.
A utilização de uma brecha na legislação para manter o irmão Clementino Coelho por quase um ano à frente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) também gerou incômodo, assim como a designação de outros parentes para funções na Integração. O ministério destaca que os casos não estão enquadrados no decreto presidencial que regulamenta o combate ao nepotismo.
A paralisia nas obras da transposição do rio São Francisco, mostrada em dezembro passado pelo Estadão, e uma tentativa do ministério de retirar dinheiro da obra, também devem gerar questionamentos. Da mesma forma, há questionamentos do Ministério Público quanto à atuação de Bezerra quando era prefeito de Petrolina.
O depoimento no Congresso foi trabalhado pelo governo para tentar colocar um ponto final na crise política. Ministérios como a Casa Civil, o Planejamento e até a Controladoria-Geral da União já foram mobilizados em defesa de Bezerra. O governo espera que ele consiga convencer os parlamentares de que não fez nada de errado.
A realização do depoimento durante o recesso torna o ambiente mais favorável a Bezerra. A comissão representativa é formada por 17 deputados e 8 senadores nas funções de titular. Destes, somente 3 deputados e um senador são de partidos da oposição.
"Nós não podemos gerar falsa expectativa a respeito do resultado. Na maior parte do tempo nós vamos assistir a um louvor ao ministro, mas o nosso objetivo é colocar o mal à luz e oferecer informação para que a sociedade saiba o que está acontecendo e chamar o Ministério Público a tomar as medidas que os fatos exigem", resumiu o líder tucano no Senado, Alvaro Dias (PR).
Para o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), as explicações que vêm sendo oferecidas pelo ministro já são suficientes. "É um caso que não envolve corrupção", opinou. O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), promete fazer uma defesa enfática de Bezerra. "Vou prestar minha solidariedade a um dos ministros que melhor diálogo tem com a minha bancada e com o meu estado. Vou falar também em nome da governadora, Rosalba Ciarlini (DEM), que me autorizou". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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